Suplementos e anabolizantes para o ensino de biomolécula

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Junior, J.A.S.C. (UEAP) ; Batista, D. (UEAP) ; Silva, D.B. (UEAP) ; Almeida, L.C. (UEAP) ; Silva, H.J.F. (UEAP) ; Morais, S.S. (UEAP) ; Santana, R.O. (UEAP) ; Passos, J. (UEAP) ; Vale, J.F.L. (UEAP)

Resumo

O presente trabalho propõe uma abordagem temática fundamentada nas teorias pedagógico-crítica. São apresentados fundamentos teóricos os quais embasam a proposta desenvolvida. Apresentando a proposta, obtém-se resultados de uma investigação em sala de aula na qual abordou a temática suplementos e anabolizantes para o ensino de biomoléculas com o objetivo de aproximar o conteúdo da realidade dos alunos. Os dados mostram que os estudantes mesmo não tendo estudado os conceitos envolvidos, já possuíam um conhecimento sobre o assunto. Os resultados revelam que uma abordagem temática promove a apreensão pessoal dos significados, favorecendo o desenvolvimento da curiosidade epistemológica, indispensável para a aprendizagem crítica.

Palavras chaves

contextualização; ensino,; química

Introdução

O ensino de Ciências, em seu embasamento, demanda uma relação incessante entre a prática e teoria, entre senso comum e conhecimento cientifico. (KOVALICZN, 1999). E por possuir essas características, para muitos docentes o ensino de ciências apresenta vários obstáculos que prejudicam o crescimento cognitivo dos estudantes. OVIGLI e BERTUCCI (2009) destacam a relevância da formação do professor no ensino de ciências primordialmente nas series iniciais, pois segundo eles é de extrema importância para compreender alguns problemas existentes nesta área do ensino. Frente a esses expostos, pretendemos destacar a existência de métodos democráticos tendo como referência os interesses populares, projetos com o intuito de relacionar o ensino de ciências à vida dos educandos, aumentando seu interesse e sua compreensão. (SANTOS, 2000; FOUREZ,1999) Paulo Freire (1996) dá destaque à questão da definição do tema gerador: tudo começa a partir da investigação da realidade dos alunos com o objetivo de encontrar uma temática que faça parte da vida do discente a fim de que tornem posteriormente temas de estudo. Embasado nessas teorias, refletiu-se sobre a realidade dos alunos e viu-se que nessa faixa etária de ensino médio muitos estão a mercê da venda desordenada dos suplementos e dos anabolizantes. Apesar de toda a argumentação científica que contradiz sua eficácia, o uso de anabolizantes e suplementos aumenta a cada ano. (Meirelles et al, 2011) Por conseguinte, o presente trabalho tem como objetivo apresentar a construção e implementação de uma proposta pedagógica, com o propósito de aproximar o conhecimento científico ao cotidiano dos alunos buscando atrair a atenção dos mesmos para o conteúdo trabalhado buscando o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem.

Material e métodos

Seguindo os fundamentos teóricos até aqui apresentados, foi montada a oficina temática que problematizou o uso dos suplementos e anabolizantes para o ensino de biomoléculas em cinco momentos. A oficina teve atuação na Escola Estadual Dr. Alexandre Vaz Tavares, localizada no bairro central da cidade de Macapá-AP, para as turmas de ensino médio do turno da manhã. Inicialmente foi aplicado aos alunos um questionário com perguntas sobre o sexo e idade, e no mesmo foram feitos questionamentos sobre a temática em questão com o intuito de verificarmos o quão associada esta da vida dos estudantes, pois de acordo com Paulo Freire (1996), os temas tem que estarem presentes na realidade dos discentes para atrair a atenção dos mesmos. Em seguida houve uma peça teatral realizada pelos acadêmicos/bolsistas, a qual repassava a ideia de como os anabolizantes são comercializados e as influências para o uso dos mesmos. O terceiro momento foi destinado ao conhecimento científico. Foram abordados os conceitos de suplementos e anabolizantes como os tipos; composições; comercialização; benefícios e malefícios. E introduzimos o conteúdo das biomoléculas de proteínas e carboidratos. Na sequência foi aplicado um segundo questionário com duas perguntas com a proposta de verificarmos o nível de aprovação dos alunos em relação à aula, e o interesse para o objeto de estudo. No quinto momento suplementos naturais da figura 1 foram servidos aos presentes. Foi utilizado como recurso: projetor de imagens; notebook; papel sulfite; impressora; copos, pratos, colheres e bandejas descartáveis; papel toalha; vegetais; frutas; pães integrais e comuns; manteigas; queijo; presunto; bolachas; ovos cozidos; barras de cereais; sucos e iogu

Resultado e discussão

O questionário aplicado no primeiro momento da oficina, foi respondido por 59 participantes, destes, 31 eram do sexo feminino (53%) e 28 do sexo masculino (47%), possuíam idades entre 14 e 18 anos. Em relação as perguntas relacionadas à temática. Em resposta à pergunta “Você conhece alguém que já usou anabolizante? Se sim, observastes alguma diferença nessa pessoa? 32 pessoas responderam que sim e 27 pessoas responderam que não. Dos que responderam sim, pela maioria foi descrito que a diferença notada na pessoa que fez o uso do anabolizante foi o crescimento imediato. Na pergunta qual a relação entre suplementos alimentares e carboidratos e proteínas?” Nenhum participante respondeu de maneira correta, oito pessoas responderam de maneira incorreta (14%) e 26 pessoas responderam de maneira parcialmente correta com alguns erros e acertos (44%) e 25 pessoas responderam que não sabem (42%). O questionário final foi respondido por 45 pessoas. “Em uma escala de 1 a 4 quanto esse momento contribuiu para seu aprendizado sobre biomoléculas? (Sendo 1 ‘pouco’ e 4 ‘muito’)” e o que eles mais e menos gostaram na aula, nenhuma pessoa respondeu a opção 1 (0%); Sete pessoas responderam a opção 2 (15%); 16 pessoas responderam a opção 3 (36%) e 22 pessoas responderam a opção 4 (49%). A maior quantidade de resposta descrevia que o que mais gostaram foi a maneira como o conteúdo foi ministrado, porém 08 (17%) pessoas citaram como desgostos os momentos em que as moléculas de proteínas e carboidratos foram apresentadas com ênfase na sua estrutura química. Através destes resultados foi possível avaliar que o projeto realizado contribuiu com o aprendizado de boa parte dos participantes, com isso, o desafio de somar com os conhecimentos dos alunos no conteúdo de biomoléculas foram cumprido

Conclusões

A intervenção realizada pelos acadêmicos/bolsistas do PIBID contribuiu para o ensino e aprendizagem do conteúdo, uma vez que os alunos do Ensino Médio demonstraram um maior interesse pela Química em especial aos conteúdos abordados. Sendo assim, os objetivos de contribuir para o ensino de química foram alcançados. Através das vivências no espaço escolar proporcionado pelo PIBID/UEAP, os acadêmicos/bolsistas tiveram a oportunidade de presenciar a realidade em que o ensino de Química está inserido, assim como adquiriram experiências que foram relevantes e contribuíram para a formação de futuros.

Agradecimentos

Aos coordenadores do PIBID/UEAP e aos profissionais da Escola Estadual Dr. Alexandre Vaz Tavares

Referências

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FOUREZ, Gerard. El Movimiento Ciencia, Tecnología e Sociedad (CTS) y la Enseñanza de las Ciencias. Perspectivas UNESCO, v.XXV, n.1, p.27-40, marzo 1995.
KOVALICZN, R. A. O professor de Ciências e de Biologia frente as parasitoses comuns em escolares. Mestrado em Educação. UEPG, 1999. (Dissertação).
MEIRELLES, MARCELO; MENEZES, LUCIANA SILVA DE PAIVA; WEFFORT, VIRGÍNIA R.S. - O uso de agentes ergogênicos na adolescência. Revista Médica de Minas Gerais 2011
OVIGLI, D. F. B.; BERTUCCI, M. C. S. A formação para o ensino de ciências naturais nos currículos de pedagogia das instituições públicas de ensino superior paulistas. Ciência & Cognição 2009; Vol 14 (2): 194-209.
SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F; Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem CTS (Ciência-Tecnologia- Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências – Belo Horizonte, v.2, n.2, p.133-162, 2000.

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