SINUCA QUÍMICA: Um recurso didático para ensino da tabela periódica e ligações químicas.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Gonçalves da Silva Junior, A. (SEDUC/MA) ; Becco, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA)

Resumo

Este artigo tem por objetivo mostrar as contribuições trazidas pelo jogo, sinuca química, para o ensino aprendizagem dos alunos do C. E. prof. Mario Martins Meireles em São Luís - MA. O jogo também proporcionou reforço nos conteúdos adquiridos sobre a tabela periódica e ligações químicas; provocou a criatividade, o espírito de competição e a cooperação; trabalhou a sintetização do saber, abrangendo a capacidade e sentido da utilização dos conteúdos no dia- a- dia e suas relações com os demais conteúdos da química; promoveu a motivação e a sociabilidade entre os alunos. Para tanto, utilizou-se como motivação o jogo de sinuca adaptado para o ensino de química, por este fazer parte da realidade de muitos alunos.

Palavras chaves

Tabela Periódica; Ligações Químicas; Sinuca Química

Introdução

A Química, assim como, as demais ciências exatas são tachadas como as “mais difíceis”, por seus conteúdos serem cercados de cálculos. Os alunos já trazem um prejulgamento sobre a Química, baseado em experiências vivenciadas, negativamente, por outros alunos e também, por sua relação com a Matemática e a Física. Uma estratégia importante para atrair a atenção desses alunos que, vale lembrar, não é em sua maioria, é a utilização de uma proposta pedagógica que incorpore o lúdico nas atividades docentes direcionada ao ensino das ciências exatas, em especial, ao de Química. De acordo com os PCNs (1999) o Ensino de Química “deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto de processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas” (CASTILHO et al., 1999; PCNs, 1999). Segundo Kishimoto (1996), a forma lúdica está relacionada ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. A educativa se refere à apreensão de conhecimentos, habilidade e saberes, permitindo uma maior socialização do grupo escolar, sendo positivo para aprendizagem e favorecendo o conhecimento do mesmo pelo educador, e estimulando o aprendizado por parte dos alunos. Por isso, a implantação de novas práticas, ideias do lúdico podem apontar um novo caminho para minimizar as dificuldades na aprendizagem de conteúdos considerados vilões em sala de aula, diminuindo os índices de indisciplina e por consequência a evasão escolar.

Material e métodos

 Para prática do jogo será necessário uma mesa de sinuca, em um ambiente que contenha uma tabela periódica, quadro para ser anotada a pontuação, banner com nome das substâncias a serem formadas e suas formulas químicas.  As turmas serão divididas em parte iguais, onde serão definidas equipes com até cinco participantes, onde os mesmos deverão alternar as jogadas entre si.  Os demais alunos ficarão responsáveis pela orientação na formação das substâncias e pelo placar do jogo. Foram utilizados os seguintes elementos químicos, totalizando 32 bolas, distribuídas da seguinte forma: Hidrogênio – H (6) bolas; Hélio- He (1) bola Metais: sódio - Na (1); magnésio - Mg (1) ; Ferro - Fe (1) ; Alumínio -Al(3) ; cobre - Cu (1) ; potássio- K (1) ; Lítio - Li (1) ;Cálcio-Ca (1) ; Ametais: oxigênio - O (6) ; nitrogênio - N (3) enxofre -S (2); cloro – Cl (1); Carbono- C (2) ; flúor – F (1) As bolas foram padronizadas de acordo com a natureza do elemento químico.  A bola derrubada terá como pontuação o valor do numero atômico do respectivo elemento químico.  Não acertar nenhuma bola, passa a vez ao adversário.  Cada substancia formada ,as bolas que as formaram, são retiradas da sinuca.  A pontuação em caso de formação de substância será acrescida de um fator multiplicador, ao somatório de seus respectivos números atômico.  O fator multiplicador será de valor 3 para ligações iônicas e 2 para ligações covalentes.  Caso em uma mesma jogada, além de formar substância, também houver bola derrubada, será contado apenas o valor da substância formada.  Ganhara o jogo, quem fizer maior pontuação dentre as bolas derrubadas e substâncias formadas.

Resultado e discussão

Durante a realização jogo, os alunos mostraram-se muito interessados e com vontade de conhecer a nova forma de aprender química. Atrelar o conhecimento do jogo ao conteúdo de química foi um desafio vivenciado por todos os alunos do terceiro ano. Tiveram oportunidade de revisar os conteúdos que auxiliarão nos demais conteúdos de química. Após a realização do jogo, alguns alunos foram entrevistados e de acordo com os questionários aplicados, se mostraram muito interessados com o resultado da mistura sinuca e química. Foram entrevistados cerca de 30 alunos sendo 10 de cada turma. Dentre eles, a maioria é do sexo feminino. A faixa etária de idade desses alunos está entre 17 e 18 anos, ambos já cursando o terceiro ano do ensino médio. Com a realização do jogo sinuca química, foram questionados: A sinuca química despertou seu interesse pelo assunto tabela periódica? Para se ter ideia da opinião dos alunos, foram escolhidas, aleatoriamente, respostas dos próprios alunos, com destaque: “Sim, porque é uma forma inovadora que desperta mais interesse de aprender tabela periódica”. “Sim, pois achava difícil mas com o jogo comecei a entender os assuntos”. “Sim, pois com esse jogo pude conhecer melhor a tabela e seus elementos”. Também foram questionados: O jogo sinuca química auxiliou na fixação do conteúdo exposto em sala de aula? Com relação às atividades complementares, foram questionados: Atividades complementares tornam a aula mais atrativa? Pelos depoimentos dos alunos, percebeu-se que na ânsia de fazer uma maior pontuação, o único meio de ajudar a equipe e ganhar o jogo, seria a compreensão da tabela periódica, para obter uma maior pontuação para o seu grupo. Assim, o jogo além de estimular a aprendizagem do conteúdo abordado, estimulou o trabalho em equipe.

Aplicação do jogo Sinuca Química

Execução do jogo Sinuca Química, pelos alunos.

Conclusões

A utilização de recursos didáticos precisa ser empregada com a maior responsabilidade, pois o aluno precisa compreender que a forma lúdica é mais uma opção em favor do aprendizado, pois conseguiu inserir alunos desmotivados, sem interesse pelas aulas tradicionais, já que esse jogo causou um momento de intensa motivação, quebrando aquele paradigma em que o professor é o centro das atenções. A criação de jogos didáticos pode ser um importante recurso, que pode ser aplicado principalmente nas escolas de tempo integral, reforçando conteúdos ministrados nas aulas teóricas.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Ministério da Educação. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. In: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 1999.


CASTILHO, D. L.; SILVEIRA, K. P.; MACHADO, A. H. As aulas de Química como espaço de investigação e reflexão. Química Nova na Escola, n.9, p. 14 -17, 1999.


CUNHA, H.S. (1998). Brinquedo, desafio e descoberta. 1ª edição. FAE/MEC/RJ.


GOMES, R.R. e Friedrich, M.A. (2001). Contribuições dos jogos didáticos na aprendizagem de conteúdos de Ciências e Biologia. Em: Rio de Janeiro, Anais, EREBIO, 1, 389- 92.

KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. In: ______. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo SP. Martins Fontes, 1984.

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