Roleta da inorgânica: introdução e análise de jogos lúdicos no ensino de química inorgânica

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Gama, V.J.P. (UNIFESSPA) ; Santanna, J.S. (UNIFESSPA) ; Leal, L.V.P. (UNIFESSPA) ; Santi, J.C.C. (UEPA) ; Leder, P.J.S. (UEPA)

Resumo

A química inorgânica é uma das áreas da química onde nota-se uma maior dificuldade por parte dos discentes. Buscando uma forma de tornar tal disciplina mais fácil e agradável para os educandos, e em prol de uma melhor metodologia de ensino, criou-se o jogo roleta da inorgânica, para que os alunos possam aprender melhor tal disciplina e busquem perceber como a química inorgânica está tão próxima de nós.

Palavras chaves

Ensino de Química; Atividades Lúdicas; Química Inorgânica

Introdução

Vários estudos mostram que o Ensino de Química é, em geral, tradicional, centralizando-se na simples memorização de conceitos e fórmulas, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. A química, nesse contexto, torna-se uma disciplina pouco atrativa (SANTANA, 2006). Uma proposta que contribui para a mudança desse ensino tradicional é a utilização de atividades lúdicas, a qual é citada por diversos autores, que exaltam a sua eficiência, pois percebem o grande interesse que prevalece nos educandos, após a realização dessas atividades (LIMA e MOITA, 2011). Em síntese, as atividades lúdicas não levam à memorização mais fácil do assunto abordado, mas induzem o aluno a raciocinar e refletir de, propiciando o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos estudantes. Portanto, além de um instrumento facilitador da aprendizagem, os jogos são fundamentais para o desenvolvimento de competências e habilidades, aumentando ainda a motivação dos alunos perante as aulas de Química, pois o integra várias dimensões do aluno, como a afetividade, o trabalho em grupo e das relações com regras pré-definidas, promovendo a construção do conhecimento cognitivo, físico e social (VYGOTSKY, 2007). Nessa perspectiva a presente pesquisa versa sobre a utilização de jogos no âmbito escolar e introduz o jogo roleta inorgânica como ferramenta para o ensino de química.

Material e métodos

O jogo roleta da inorgânica foi desenvolvido em uma instituição de ensino localizada na cidade de Marabá - PA, em uma turma do 1°ano do ensino médio que continha 35 alunos. A realização da pesquisa deu-se em três etapas: apresentação dos conteúdos referentes a funções inorgânicas; aplicação do jogo e aplicação de um questionário, de cunho objetivo, que visava avaliar a aceitação dos respondentes quanto ao jogo utilizado e a relevância do mesmo. O questionário continha afirmações com as seguintes opções para os respondentes: concordo, concordo parcialmente e discordo. O jogo roleta da inorgânica consiste em uma roleta feita com papelão e isopor, na qual estão presentes questões contextualizadas, como “Onde podemos encontrar as funções inorgânicas em nosso cotidiano?”, “Qual a importância das funções inorgânicas?”, e entre outras, referentes ao tema estudado sobre o assunto estudado, bem como perdeu tudo e passa a vez. Para o desenvolvimento do jogo a turma foi divida em quatro equipes e cada equipe elegeu um representante que deveria ir à roleta e girar-la até parar no ponteiro. As equipes decidiam se queriam responder as perguntas ou indicar um grupo que respondesse. A pontuação era especifica para cada pergunta, que dependendo da sua dificuldade valiam entre 50, 100 e 150, (fáceis valiam 50, medianas 100 e difíceis 150). E as equipes deveriam justificar a resposta escolhida, pois sua pontuação dobrava. Quando uma equipe indicava que outra respondesse esta ganhava pontos se a equipe escolhida errasse e perdia se a mesma acertasse. Posterior a aplicação do jogo, os estudantes responderam ao questionário de avaliação.

Resultado e discussão

Para a avaliação dos dados foi realizada uma análise percentual das respostas do questionário. Na primeira afirmativa os alunos deveriam posicionar-se quanto aos benefícios atrelados ao uso de jogos como ferramenta de ensino, 83% dos respondentes concordaram com esta afirmativa, 13% concordaram parcialmente e 4% discordaram. A segunda afirmativa referia- se ao fato de que é possível aprender brincando, 88% dos respondentes concordaram, 7% concordaram parcialmente e 5% discordaram. A terceira afirmativa versava quanto ao trabalho em equipe e a possibilidade de desenvolver o companheirismo, 68% dos estudantes concordaram com essa afirmação, 21% concordaram parcialmente e 11% discordaram. A análise desses dados demonstra que o uso de jogos é uma ferramenta importante no processo de transmissão e recepção do conhecimento, pois possibilita aos alunos o desenvolvimento de capacidades sensoriais, bem como propicia o trabalho em equipe, neste aspecto é importante levar em consideração os possíveis desentendimentos existentes na turma e procurar amenizá-los durante a prática. A quarta afirmativa era quanto a clareza do jogo, 92% dos respondentes concordaram com esta afirmação, 7% concordaram parcialmente e 1% discordou. A quinta afirmativa tratava da satisfação dos alunos quanto a metodologia utilizada, 87% concordou, 9% concordou parcialmente e 2% discordou, Nesse cenário nota-se que o jogo mostrou-se satisfatório quanto ao entretenimento e foi claro quanto a forma de se jogar. O último quesito analisava a posição dos respondentes quanto ao fato de terem de justificar suas respostas, 88% concordaram. 6% concordaram parcialmente e 6% discordaram. De acordo com Santanna et. al (2015) a justificação das respostas por parte dos alunos evita que os mesmos apenas decorem os conceitos.

figura 1

Jogo Roleta da Inorgânica

Conclusões

A utilização de atividades lúdicas é uma importante ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, visto que retém facilmente a atenção dos alunos. Nesse contexto o jogo Roleta da inorgânica mostrou-se um instrumento capaz de propiciar o desenvolvimento de habilidades sensoriais, cognitivas, bem como o trabalho em equipe e a cooperação mútua entre adversários, gerando, portanto, um ambiente no qual o conhecimento pode ser construído e compartilhado. Além de ser de fácil confecção permitindo que qualquer docente possa usá-lo.

Agradecimentos

Referências

LIMA, E. R. P. O.; MOITA, F. M. G. S. C. A tecnologia e o ensino de Química: jogos digitais como interface metodológica. In: SOUSA, R. P., MOITA, F. M. G. S. C., e CARVALHO, A. B. G., (orgs.) Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: EDUEPB, p.276 . 2011

SANTANA, E.M.; WARTHA, E. J. O Ensino de Química através de jogos e atividades lúdicas baseados na teoria motivacional de Maslow. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 13, Campinas (Unicamp), 2006. Anais, Campinas – São Paulo, 2006.
SANTANNA, J. S.; LEDER, P. J. S.; CARMO, R. N. S.; . Quizmica: estimulando a construção do conhecimento através de uma atividade lúdica. IIERSBQ/Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química, 2015.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007

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