ROLETA PERIÓDICA: uma estratégia metodológica para o ensino da tabela periódica

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, A.S. (UEPA) ; Silva, R.S. (UEPA) ; Fagundes, Y.K. (UEPA) ; Machado, M.C.G. (UEPA) ; Ramos, G.C. (UEPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA)

Resumo

No ensino de Ciências, o jogo, pode ser um aliado, por ser uma ferramenta que desperta a curiosidade do aprendiz, estimulando-o há novas descobertas. Porém, nas escolas não é comum observar a utilização de jogos em sala, pois, requer tempo, e com isso são raros os educadores que adotam este recurso pedagógico. Sendo assim, com a necessidade de ferramentas que visam facilitar o aprendizado, foi elaborado e aplicado em uma turma de 8º ano o jogo, “Roleta Periódica” inspirado no programa televisivo (roda a roda Jequiti) para o ensino da Tabela Periódica. O jogo foi bem aceito pelos alunos, e é uma alternativa que possibilita ao professor exercitar ainda mais o seu papel de intermediador do conhecimento.

Palavras chaves

Jogo; Facilitar o aprendizado ; Alternativa

Introdução

As descobertas sobre a vida e os mistérios do universo são as motivações dos alunos para estudar ciências no ensino fundamental, o que leva muitos profissionais ministrantes das aulas de ciências a desenvolverem seus conteúdos explorando o despertar da curiosidade de seus alunos. Entretanto, outros não conseguem partilhar das mesmas ideias, seja por não ter empenho, ou por não apresentar um meio que facilite o ensino-aprendizagem (LIMA; VASCONCELOS, 2006). Os jogos educacionais apresentam-se como excelente opção de ensino, pois facilitam o aprendizado de conceitos, por utilizar estratégias lúdicas que têm a capacidade de auxiliar no desenvolvimento de raciocínio e habilidades linguísticas, estimulando na iniciativa de participação e autoconfiança, o que proporciona a interação do aluno com o professor (VALENTINI; SOARES, 2010; VYGOTSKY, 1988). Os jogos e brincadeiras formam um elo importante no processo de ensino- aprendizagem na área da comunicação, nas relações interpessoais e no trabalho em equipe, já que ocasiona a cooperação-competição em sua formação (BRASIL, 2008). As dinâmicas em sala de aula oferecem um ambiente propício que favorece o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos, permitindo ao educador ampliar seu conhecimento de técnicas ativas, habilidades pessoais e profissionais para estimular os alunos à capacidade de comunicação e expressão (BRASIL, 2008; HAYDT, 2011). Com a necessidade de ferramentas que visam facilitar o aprendizado, foi elaborado o jogo “Roleta Periódica”, com intuito de sair do tradicionalismo e inovar no ensino da tabela periódica. O jogo foi baseado no programa televisivo roda-a-roda Jequiti.

Material e métodos

O trabalho foi realizado com alunos do 8º ano da escola “Oscarina Santos”, no município de Salvaterra/PA. A prática iniciou com a contribuição dos alunos para finalização dos materiais que constituíam o jogo e seriam utilizados na dinâmica. Em seguida, introduziu-se por exposição oral e visual conceitos básicos sobre a tabela periódica. Após a aula introdutória a turma foi dividida em dois grupos, que deveriam proclamar um de seus integrantes como representante, e detentor da função de girar a roleta para verificar a quantidade de pontos que adquiriria a equipe ao acertar as letras ocultas do nome do elemento. Os grupos deveriam trocas informações contidas nas “fichas dos elementos químicos”, adquiridas a cada início de partida, para descobrir o nome oculto do elemento químico. O jogo didático dispôs de cinco confrontos contendo duas palavras a serem desvendadas. Vale ressaltar que as equipes não poderiam descobrir ambas, por já ter conhecimento de uma delas, através da aquisição da “ficha do elemento químico” que disponibilizava nome e informações sobre os elementos. Em cada rodada retirava-se duas fichas da “caixa do elemento”. Ao final da dinâmica os alunos foram submetidos a alguns questionamentos a respeito da atividade desenvolvida.

Resultado e discussão

O jogo como era previsto, trouxe para a turma momentos de interação, diversão e sobre tudo informação a respeito de um tema apreciado por grande parte dos alunos envolvidos na atividade. Tais fatores contribuíram consideravelmente para o desenvolvimento da aplicação da dinâmica, como é apresentada na figura 01, que registra a aplicação, enquanto que, a figura 2 mostra a finalização da confecção dos materiais do jogo. A dinâmica veio a complementar o conhecimento básico sobre o conteúdo da tabela periódica apresentados pelos estudantes antes da atividade. Contudo, é importante ressaltar que a metodologia utilizada foi descrita pela turma como uma excelente forma de ensinar conteúdos didáticos, e gostariam que os professores começassem a utilizar ferramentas como essa para ministrar suas aulas. Rosa e Rossi (2008) e Brasil (1998) alegam que o ensino de Ciências nas escolas de ensino fundamental ainda é baseado na simples transmissão de conteúdo, tendo como recurso base o livro didático e a lousa. No entanto, a adesão de novas metodologias, já é realidade em algumas escolas nas últimas décadas, sendo a contextualização a principal delas, por ser compreendida como base primordial para a existência de uma educação de qualidade (LIBÂNEO, 2008). Com base nos questionamentos obteve-se um elevado grau de satisfação com relação ao jogo. Desta forma os resultados mostraram-se aceitáveis dentro dos limites pré-estabelecidos, visto que foi possível a identificação das famílias, períodos, estado físico, classificação quanto metal, ametal e gases nobres. Os alunos apresentaram dificuldades para identificar os elementos somente por seu símbolo químico.

Figura 01:

Momentos (A, B e C) referentes a realização da dinâmica.

Figura 02:

(A) Roleta periódica, (B) caixa do elemento químico, (C) ficha do elemento químico.

Conclusões

No contexto desse estudo, verificou-se que os alunos tornaram-se mais participativos na aula, demostrando mais comprometimento em prol do conhecimento. O jogo Roleta Periódica foi bem aceito pelos alunos, e é uma alternativa que possibilita ao professor exercitar ainda mais o seu papel de intermediador do conhecimento. Sendo assim, o jogo pode facilitar a aprendizagem dos conteúdos de forma expressiva, prazerosa e participativa.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. v. 2, Brasília, 2008.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

HAYDT, Regina Célia Cazaux. Procedimentos de ensino-aprendizagem individualizantes. In: Curso de didática geral. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2011.

LIBÂNEO, José Carlos. DIDÁTICA: 28ª reimpressão. São Paulo: Cortez, 2008.

LIMA, Kênio Erithon Cavalcante; VASCONCELOS, Simão Dias. Análise da metodologia de ensino de ciências nas escolas da rede municipal de Recife. Ensaio: aval. pol. públ. Educ, Rio de Janeiro, v.14, n.52, p. 397-412, 2006.

ROSA, M.I.P; ROSSI, A.V. Educação Química no Brasil: Memórias, Políticas e Tendências. Campinas: Átomo, 2008.

VALENTINI, Carla Beatris; SOARES, Eliana Maria do Sacramento (Orgs.). Comunidade de aprendizagem: a constituição de redes sociocognitivas e autopoiéticas em ambiente virtual. In: Aprendizagem em ambientes virtuais: compartilhando ideias e construindo
cenários. Caxias do Sul (RS): Educs, 2010.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: EDUSP, 1988.

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