Relatos de experiências da atividade de monitoria e seus aportes na disciplina de Química Geral I No curso de Licenciatura em Química

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Lima dos Santos, J. (IFMA) ; Moreira da Silva, M.C. (IFMA)

Resumo

O presente artigo visa descrever minha experiência como monitora na disciplina de Química Geral Experimental I, no Curso de Licenciatura em Química. A monitoria coloca o aluno em interação com atividades didáticas. A rotina do ensino prepara de aulas bem como treinamento da postura frente as mais diversas situações encontradas na docência servem como bases sólidas para aqueles que desejam seguir carreira acadêmica. Uma atividade que pode propiciar reflexos individuais e coletivos. Tendo como objetivo aprofundar os conhecimentos teórico-práticos no exercício da prática docente. Houve a preparação das aulas experimentais. Pode-se dizer que a atuação do estudante como monitor se configura com uma iniciação a docência, ampliando o conhecimento e a visão do aluno.

Palavras chaves

Vivências; Aulas experimentais; Química

Introdução

No processo de graduação encontramos um momento de grande amadurecimento, intimamente ligado â formação e geração de um novo profissional. É exigido um contato maior com diferentes áreas do saber e problemas que serão enfrentados no dia a dia. Além disso, durante a formação profissional é de extrema importância o desenvolvimento de habilidades intrínsecas de cada indivíduo (SILVA & SATLER, 2006). Nesse sentido, além de profissionalizar, a educação superior tem a finalidade de iniciar à prática docente e formar a consciência político- social do estudante, tendo em vista que, “sua destinação última é contribuir para o aprimoramento da vida humana em sociedade” (SEVERINO, 2007). Para isso, o programa de monitoria visa despertar no aluno, desde a sua iniciação a docência o interesse pela docência e também um maior contato entre professor e aluno, resultando em uma experiência bastante significativa para o iniciante na carreira. Para FRIEDLANDER (1984) e SCHNEIDER (2006), a experiência da monitoria tem a capacidade de promover o alcance de grande aprendizado pelo monitor, bem como o estímulo e o ensaio para uma futura prática docente. O trabalho de monitoria pretende contribuir com o desenvolvimento da competência pedagógica e auxiliar os acadêmicos na apreensão e produção do conhecimento (SCHNEIDER, 2006). Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos (BRASIL, 1996). A atividade de monitoria deve edificar o processo de formação docente e a qualidade de ensino. Através destas experiências pretende-se aprofundar conhecimentos teórico-práticos a cerca da docência, bem como obter novas experiências no cotidiano acadêmico.

Material e métodos

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência discente nas aulas de monitoria na disciplina de Química Geral I que, no curso de Licenciatura em Química é oferecida no 1ª período. A monitoria foi realizada nos meses de setembro a dezembro de 2015. Para realizar este trabalho utilizou-se de levantamento bibliográfico. Foram utilizados artigos a respeito da monitoria no ensino superior e sobre a importância da mesma na iniciação à docência. No início da disciplina, foi realizada uma revisão bibliográfica de todos os conteúdos a serem trabalhados no laboratório, para que se pudessem aprofundar os conhecimentos em relação aos assuntos abordados na disciplina. Durante toda a disciplina, todas as aulas foram acompanhadas, de modo a prestar assessoria ao professor e aos alunos, quando necessário e também com o objetivo de acompanhar o conteúdo desenvolvido durante a disciplina. Coube à monitoria acompanhar as atividades em sala de aula e em laboratório; preparar materiais, vidrarias e reagentes necessários para as aulas experimentais através da organização e limpeza dos mesmos, sendo este trabalho feito com o acompanhamento do técnico de laboratório. Por vezes era necessário o preparo prévio de soluções, para que não houvesse erros durante o procedimento do experimento. Além de participar na elaboração e o conhecimento dos discentes; e durante todas as aulas estar ao lado do discente para sanar suas dúvidas sobre os diversos conteúdos teóricos e práticos ofertados na disciplina, de modo a facilitar o processo ensino-aprendizagem; orientá-los quanto à realização de pesquisas bibliográficas sobre os diversos temas abordados; e auxiliá-los na correção das atividades propostas.

Resultado e discussão

O contato com os alunos e a experiência no laboratório enriqueceu muito meu desenvolvimento como futuro docente, pois tive a chance de aprender métodos e práticas que ainda eram desconhecidos. O aluno-monitor, ou simplesmente monitor, é o “estudante que, interessado em se desenvolver, aproxima-se de uma disciplina ou área de conhecimento e realiza pequenas tarefas ou trabalhos” (FRIEDLANDER, 1984), que contribuem para o ensino, a pesquisa ou o serviço de extensão à comunidade dessa disciplina. A monitoria é importante, pois é uma oportunidade que o aluno de graduação tem para explorar os conhecimentos em uma área específica, presente na grade curricular do seu curso e ainda construir habilidades no campo da docência. O incentivo ao magistério superior é uma função inerente da monitoria (BORSATTO et al., 2006) e não poderia ser vivido de outra forma que não pela criação de oportunidades para que o monitor ministre aulas-teóricas e/ou práticas supervisionadas. No entanto, o tempo empregado no planejamento e execução de aulas-teóricas dificultou sua repetição no primeiro momento do período de monitoria. Esta situação pode ser solucionada pela presença de um corpo de monitoria mais experiente. Por já ter tido um contato com a matéria, o processo de auxilio aos professores e alunos ficou mais fácil. Durante a prática de monitoria, senti a necessidade de aprofundamento dos conhecimentos científicos propostos, para que houvesse um maior aproveitamento da experiência que estava sendo vivenciada, evidenciando a necessidade de aperfeiçoamento contínuo no desempenho das funções da monitoria. No período de tempo em que fiquei no laboratório, fui aditando conhecimento ao meu conjunto de dados pessoais com o passar das aulas e para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

Aula experimental: soluções e concentrações

Esta foi a primeira aula experimental na disciplina de Química Geral Experimental I, onde os alunos estão realizando o procedimento.

Determinação da curva de solubilidade do Nitrato de Potássio

Esta foi a terceira aula experimental realizada na disciplina, onde os alunos estava determinando a curva de solubilidade do Nitrato de Potássio.

Conclusões

Pode-se dizer que a atuação do estudante como monitor se configura com uma iniciação a docência. A importância da monitoria no curso de Química, tal como Química Geral Experimental I, mostra que, a aprendizagem está acima de qualquer título, permitindo com que o aluno obtenha experiência em sua prática profissional. A interação social também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo. Segundo VYGOSTSKY (2008) “a zona de desenvolvimento proximal” é potencializada através da interação social, na qual as habilidades podem ser desenvolvidas durante as aulas de monitoria.

Agradecimentos

Primeiramente a Deus por conseguir realizar este trabalho. Ao Instituto Federal de Educação do Maranhão pelo apoio financeiro e onde realizei este trabalho.

Referências

BORSATTO, A.Z. et al. Processo de implantação e consolidação da monitoria acadêmica na UERJ e na Faculdade de Enfermagem (1985-2000). Rev. enferm. UERJ, v.10, p.187-194. 2006.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Lei Nº 9.394/96.
FRIEDLANDER, M. R. Alunos-monitores: uma experiência em fundamentos de enfermagem. Revista esc. Enf. Usp, 1984;18(2): 113-120.
SCHNEIDER, M. S. P. S. Monitoria: instrumento para trabalhar com a diversidade de conhecimento em sala de aula. Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, 5º ed. Vol. Mensal, pag. 65, 2006.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. – 23. Ed. rev. e atualizada – São Paulo: Cortez, 2007.
SILVA, R.A.A.; SATLER, K.B. et al. Monitoria para o comportamento curricular histologia humana, 2006. www.if.ufba.br. Acesso em 10 de fevereiro de 2008.
VYGOSTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. Em Vygostsky, L.S., Luria, A. R., Leontiev, A. N. (1998). Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Trad: Maria da Penha Villalobos. (6ª ed.) (pág. 103-117). São Paulo: Ícone. (trabalho originalmente publicado em 1993).

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