METODOLOGIA DO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NUMA ESCOLA PÚBLICA EM MACAPÁ - AP

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Melo, M.V. (CAP/AP) ; Bezerra, R.M. (UNIFAP) ; Andrade, E.M.B. (IFAP) ; Santos, C.B.R. (UNIFAP) ; Freire, A.P.S. (SEED)

Resumo

O processo educacional no qual estão envolvidos discentes com deficiência visual, no ensino regular de uma escola pública em Macapá, referente à disciplina Química, é objeto desta e assim reconhecer como ocorre o processo e as políticas públicas direcionadas à qualificação dos educadores. Foi feita uma análise sobre a metodologia e prática configurada no ensino aos alunos com deficiência. O ensino de Química é feito embasado em informações bibliográficas, e tornou-se essencial para inquirição e interpretação sistemática dos elementos coletados e norteados. Constata-se que existe possibilidade de inserção do aluno com deficiência visual no processo de ensino-aprendizagem, com algumas interferências do educador a fim de que este tenha acesso aos conteúdos, como os demais.

Palavras chaves

Química; deficiência visual; ensino-aprendizagem

Introdução

As instituições de ensino em sua grande maioria não possuem recursos básicos de acessibilidade,como também metodologias adequadas para deficientes visuais no processo de ensino aprendizado.Com todas as conjecturas deficitárias compactando o processo de ensino e aprendizagem,a ausência de material didático, inadequação estrutural,ausência de curso de especialização aos docentes do ensino regular,os novos parâmetros curriculares voltados a educação especial inicia sucintamente um processo de garantias aos direitos de todos à educação materializada com leis de diretrizes da educação.Sobre aspectos de inclusão e acessibilidade na Escola pesquisada instigou-se pela necessidade de investigar se de fato estava vigorando a reciprocidade de conhecimento na disciplina de Química aos alunos com deficiência visual e de que forma se estabelecia a dialética do conhecimento na formação cultural,social vinculada ao cotidiano formal e informal.Optou-se por esta instituição de ensino por representar no cenário do estado amplo prestígio na educação formal dos estudantes em Macapá. Segundo Berch e Sartoretto (2010) recursos são ajudas,apoio e também meios utilizados para alcançar um determinado objetivo;ações e práticas educacionais, material didático projetado para proporcionar a participação autônoma do aluno com deficiência no seu percurso escolar.Campos,Sá e Silva (2007) compreendem que o livro acessível visa contemplar a todos os leitores. Para isso, deve ser concebido como um produto referenciado no modelo do desenho universal a partir de uma matriz que possibilite a produção de livros em formato digital,em áudio,Braille e fontes ampliadas mas ainda não está em livrarias.Sugere-se no ensino de química também o uso de recursos tecnológicos como computador com leitor de voz.

Material e métodos

Foram entregues questionários escritos a 3 (três) professores de Química e entrevistados 8 (oito0 alunos com deficiência visual. Perguntou-se aos professores como é feita a inclusão dos educandos nas aulas de química e se é necessária adaptação física. Responderam que há limitações estruturais, mas os discentes conseguem contrapor os ressaltos usando recursos adaptados e material em thermoform para propiciar a aprendizagem de forma coerente com as limitações dos estudantes. Para a pergunta se o educando recebe material adaptado em braille a fim de entender as aulas em tempo real a resposta foi positiva. Quanto a qualificação dos professores de química constatou-se que os mesmos têm formação na disciplina mas também declararam não saber trabalhar na área da deficiência visual no que concerne ao braille. Embora os educadores na área do ensino especial participem de cursos específicos no Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual - CAP/AP, há pouco interesse dos professores do ensino comum em participar. Para a questão se presenciaram alguma situação envolvendo preconceito no ambiente escolar aos indivíduos com deficiência, a resposta foi negativa. Aos discentes foi questionado se eles recebem material adaptado em tempo hábil e todos responderam sim. Para a pergunta se houve alguma discriminação por parte da escola por eles serem deficientes visuais, responderam que não e três disseram que foram até incentivados a prosseguir os estudos. Questionados quais as dificuldades nas aulas de química seis responderam que é difícil por ser abstrata e dois disseram não gostar. Para a pergunta se há compreensão dos conteúdos em sala de aula para a disciplina, cinco responderam sim porque o professor se empenha na explicação e três disseram ter bastante dúvidas.

Resultado e discussão

A educação inclusiva foi regulamentada oficialmente através da lei Nº 7853/1989 tendo a responsabilidade do poder público em fornecer os direitos básicos do cidadão à educação,saúde,trabalho e outros. Nesta conjuntura de inclusão e difusão do ensino vale salientar que a partir de 1994 foi ofertada a todos os cidadãos e reconhecida através da Declaração de Salamanca, se tornando de fato e de direito a educação potencialmente inclusiva garantindo o acesso a todos aos ambientes educacionais.O Decreto nº 3298/99 regulamenta a Lei nº 7.853/89, tratando de uma Política Nacional para a Integração de indivíduos com deficiência, e acompanhamento especializado às necessidades dos alunos com algum tipo de deficiência em todas as modalidades do ensino. Sobre estes aspectos de inclusão e ensino fora realizado a pesquisa na Escola pública de referencia em Macapá permitindo que constituísse uma compreensão a cerca do processo de ensino de química a alunos com deficiência visual vislumbrando a dinâmica educacional no contexto escolar e sua importância na difusão do conhecimento em especial relacionando a realidade e experiências diárias. No diálogo e entrevista com educadores e alunos, conclui-se que mesmo enfrentando entraves no processo, há empenho por parte dos profissionais da educação, para que os educandos alcancem o conhecimento da pluralidade global dos fatos e situações vinculadas aos conhecimentos corriqueiros, pois a química está intrínseca na vida.Faz-­se necessário ressaltar os pontos a acender na dialética do ensino como adaptação estrutural, aplicação de métodos de ensino articulado ao material didático e cursos de qualificação aos educadores. Observou­-se positivamente a participação da escola em tentar garantir e estimular o ensino a todos.

Conclusões

A sala de aula inclusiva possui particularidades específicas sugerindo-se a utilização de métodos ou metodologias que despertem o interesse no conteúdo ministrado. Incluí-­se neste contexto os educadores do ensino especial que contribuem significativamente para auxiliar os alunos a expandir seus conhecimentos.Ficou evidenciado que a referida escola trabalha na perspectiva de promover condições mais adequadas para que o aluno desenvolva suas habilidades cognitivas, incentivando diretamente o despertar do conhecimento proativo e enfrentando as adversidades que perpassam o cotidiano escolar.

Agradecimentos

Referências

_______.LEI N.º 7.853 de 24 de outubro de 1989. http://www.planalto.gov.br.

_______. Decreto nº 7.853 Decreto do AEE. Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília, DF, 2007, SEESP/SEED/ MEC.
BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel; SARTORETTO, Mara Lucia. A educação especial na Perspectiva da inclusão Escolar: Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa. Brasília 2010.
CAMPOS, Izilda Maria de; SÁ, Elizabet Dias de; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento Educacional Especializado em Deficiência Visual. Gráfica e Editora Cromos - Curitiba. Brasília – DF. 2007

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