Avaliação dos efeito fitotóxicos da Aspernomina, obtida da biomassa do fungo Aspergillus flavus, isolado como endofítico da espécie Paspalum maritimum Trin.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Produtos Naturais

Autores

Rodrigues, I.C.S. (UFPA) ; Cardoso, R.O. (UFPA) ; Corrêa, M.J. (UFPA) ; Santos, L.S. (UFPA) ; Ribeiro, W.S. (UFPA) ; Pinto, F.T. (UFPA)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo a avaliação dos efeitos fitotóxicos da substância Aspernomina, isolada da biomassa fúngica de Aspergillus flavus, frente a duas espécies de plantas-testes daninhas invasoras de pastagens malicia (Minosa pudica) e mata-pasto (Sena obtusiofolia). A avaliação da substância foi nas concentrações de 50 e 100 mg L-1.

Palavras chaves

Aspergillus flavus; Aspernomina; Efeitos Fitotóxicos

Introdução

Estudos já realizados demonstraram que vários metabólitos produzidos por plantas apresentam atividade herbicida. Partindo dessa informação, o uso de tais substâncias como herbicida torna-se real, à medida que vem de encontro às atuais exigências da sociedade, no que concerne a não degradação ambiental (Killham & Foster, 1996: Anaya, 1999). Todavia, o entrave para a obtenção dessas novas moléculas torna-se limitado, pois requer a derrubada de inúmeras árvores, e a procura de novas moléculas bio-ativas, através da aplicação de microorganismos e a sua biomassa fúngica, poderá abrir caminho para uma alternativa de menor impacto ambiental (Duke et al., 2002). O presente trabalho avaliou os efeitos fitotóxicos da substância Aspernomina, isolada da biomassa fúngica de Aspergillus flavus, frente a duas espécies invasoras de pastagens malicia (Minosa pudica) e mata-pasto (Sena obtusiofolia), visando a utilização de metabólitos obtidos de fungos endofíticos como uma possível alternativa de aleloquímicos.

Material e métodos

Os bioensaios de germinação foram desenvolvidos em câmaras de germinação, com temperatura constante de 250°C e fotoperíodo de 12 horas, com três repetições. A germinação foi monitorada em períodos de cinco dias, com contagens diárias e eliminação das sementes germinadas. Foram utilizadas 20 sementes de cada espécie e consideradas germinadas aquelas que apresentavam extensão radicular igual ou superior a 2,00 mm (juntila, 1976). Os bioensaios de desenvolvimento da radícula e do hipocótilo foram realizados nas mesmas condições, sendo que o fotoperíodo de 24 horas. Cada placa de Petri de 9,0 cm de diâmetro recebeu três sementes pré-germinadas, com aproximadamente dois dias de germinadas, e ao final do período de 10 dias de crescimento, mediu-se o comprimento da radícula e do hipocótilo. A avaliação da substância foi feita nas concentrações de 50 e 100 mg L-1.

Resultado e discussão

Os resultados indicam que a substância, em si, possui efeito fitotóxico em nível de inibição da radícula de malicia em 35,15% na concentração de 100 mg L-1. Nos bioensaios de germinação das sementes o efeito produzido foi de baixo percentual de inibição de 0(estímulo+1,85%) e de 12,6% para a espécie malicia e para a espécie mata-pasto, nas mesmas concentrações de 50 e 100 ppm, produziu também um efeito não significativo de 3,77% e 5,55%. Nos bioensaios do desenvolvimento do hipocótilo, os efeitos observados também não foram significativos para ambas as espécies, sendo de 0% e 1,5% para a espécie malicia e 5,6% e 25,5% para a espécie mata-pasto.

Conclusões

Os resultados obtidos nos bioensaios do efeito fitotóxico da aspernomina, apresentou resultado significativo apenas na inibição da radícula da espécie malícia na concentração de 100 mg L-1, enquanto que na germinação de sementes e no desenvolvimento do hipocótilo os efeitos observados não apresentaram resultados satisfatórios. Entretanto, o resultado obtido no desenvolvimento da radícula aponta que metabólitos obtidos da biomassa fúngica podem ser uma possível fonte de substâncias com potencial aleloquímico.

Agradecimentos

Ao CNPQ, CAPES e UFPA

Referências

JUNTILA, O.; Physiol. Plant, 1976, 29, 264.
ANAYA, A.L.; Allelopathy as a tool in the management of biotic resources in agroecosystems. Crit. Rev. Plant Sci., v18,n.6,697-739, 1999.

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