Micotoxinas produzidas pelo fungo endofíticos Aspergillus sp. Isolados de Paspalum Maritimum Trin.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Produtos Naturais

Autores

Bezerra, J.P.S. (UFPA) ; Ribeiro, W.S. (UFPA) ; Corrêa, M.J.C. (UFPA) ; Pinto, F.T. (UFPA) ; Santos, L.S. (UFPA) ; Rodrigues, I.C.S. (UFPA) ; Cavalcante, F.O.R. (UFPA)

Resumo

A descoberta acidental da penicilina, por Fleming em 1928, isolada do fungo Penicillium notatum, deu início aos estudos investigativos dos fungos, uma das fontes mais prolíficas de produtos naturais (MARTIN e LARS, 2004). Baseado nos estudos de metabólitos de origens fúngicas este trabalho teve como objetivo a investigação química, para obtenção de metabólitos secundários dos extratos do fungo Aspergillus sp. isolado da espécie P. maritimum Trin., Desta forma, os micro-organismos de origem vegetal devem ser enfatizados em programas de bioprospecção na busca de protótipos para o desenvolvimento de novas substâncias bioativas a partir de estudo químico. No presente trabalho foram isoladas as micotoxinas aflatoxina B1, esterigmatocistina e metoxi-esterigmatocistina.

Palavras chaves

Micro-organismo; bioprospecção; metabólito secundário

Introdução

A descoberta acidental da penicilina, por Fleming em 1928, isolada do fungo Penicillium notatum, deu início aos estudos investigativos dos fungos, uma das fontes mais prolíficas de produtos naturais (MARTIN e LARS, 2004). Na busca por compostos bioativos é relevante considerar que os metabólitos secundários biossintetizados por fungos podem estar correlacionados com seus respectivos nichos ecológicos, assim como as interações metabólicas podem influenciar as vias biogenéticas (STROBEL, 2002). A aplicação desses micro- organismos já é realidade e configura-se como avanço nas seguintes áreas: controle biológico de pragas e doenças, bioerbicidas, bioindicadores de vitalidade, vetores para introdução de genes em plantas, biorremediação de solos contaminados com poluentes e como produtores de antibióticos e outros metabólitos secundários de interesse farmacológico (AZEVEDO, 1998). Baseado nos estudos de metabólitos de origens fúngicas este trabalho teve como objetivo a investigação química, para obtenção de metabólitos secundários dos extratos do fungo Aspergillus sp. isolado da espécie P. maritimum Trin., Desta forma, os micro-organismos de origem vegetal devem ser enfatizados em programas de bioprospecção na busca de protótipos para o desenvolvimento de novas substâncias bioativas a partir de estudo químico.

Material e métodos

Foram distribuídos 4 kg de cereal arroz parbolizado Tio João® a 30 frascos de Erlenmeyer de 500 mL contendo 150 g de arroz cada, em seguida foi adicionado aos frascos 125 mL de água destilada permanecendo por 15 minutos em repouso para que a água fosse absorvida pelo meio. Os frascos passaram por processo de esterilização a 121°C por 45 minutos, os meios ficaram em repouso em temperatura ambiente por 24 horas e novamente autoclavados nas mesmas condições. Após resfriamento em temperatura ambiente foram adicionados 2 pellets do fungo em 29 frascos, 1 frasco foi mantido somente com arroz para realização da análise do branco, todos os frascos foram armazenados de forma estática em temperatura ambiente longe da luz pelo período de 25 dias. Passado o período de incubação foi adicionado metanol ao sistema e esse ficou em repouso por 24 horas para eliminar os esporos e evitar risco de contaminação, em seguida o sistema foi filtrado e concentrado obtendo-se 5,0 g de Extrato Bruto Metano-l (EBM-1), a torta foi submetido à extração sequencial por maceração pelo período de cinco dias com hexano, acetato de etila e metanol, com três repetições para cada solvente, após filtrado e concentrado foram obtidos 8,5 g de Extrato Bruto Hexano (EBH), 47,7 g de Extrato Bruto Acetato de Etila (EBA) e 24,9 g de Extrato Bruto Metanol-2 (EBM-2). Uma alíquota de 10 g do extrato metanol-2 foi fracionado em coluna em sílica gel sendo coletadas 7 frações, da fração 3 hexano/acetato de etila 50%, fração 4 hexano/acetato de etila 75% e fração 6 acetato de etila/metanol 10%, foram obtidas as substâncias aflatoxina B1, esterigmatocistina e metoxi-esterigmatocistina, respectivamente. As figuras 1, 2 e 3 mostram os espectros de RMN de 1H (300 MHz, CDCl3), e as estruturas das respectivas substâncias.

Resultado e discussão

Através da Análise de espectro de RMN de ¹H foi possível identificar as micotoxinas aflatoxina B1, esterigmatocistina e metoxi-esterigmatocistina.

Figura 1

Espectro de RMN de ¹H, aflatoxina B1

Figura 2

Espectro de RMN de ¹H, esterigmatocistina

Figura 3

Espectro de RMN de ¹H, metoxi-esterigmatocistina

Conclusões

Nesse estudo químico foram identificadas as micotoxinas aflatoxina B1, esterigmatocistina e metoxi-esterigmatocistina, as substâncias foram obtidas por técnicas clássicas de cromatografia.

Agradecimentos

A CAPES ao PPGQ e a PROPESP/UFPA

Referências

AZEVEDO, J. L. Micro-organismos endofíticos. In: MELO, I. S.; AZEVEDO, J. L. de (Eds.). Ecologia Microbiana. Jaguariúna: EMBRAPA-CNPMA, p. 117-137, 1998.
MARTIN, T. e LARS, B. Unconventional natural sources for future drug discovery. Drug Discovery Today, v. 9, p. 450-458, 2004.
STROBEL, G. A. 2002. Rainforest endophytes and bioactive products. Critical Reviews in Biotechnology, v. 22, n. 4, p. 315-333, 2002.

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