AVALIAÇÃO DO POTENCIAL OLEAGINOSO DA SEMENTE DE ABÓBORA (Cucurbita máxima L.) PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Química Tecnológica

Autores

dos Santos, D.T. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Loraine da Silva, E. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; de Souza, M.L. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Fraga, I.M. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Gonçalves, C.R. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Itokagi, D.M. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Cunha Neto, F.V. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Costa da Cunha, A. (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO)

Resumo

O presente trabalho realizou a extração do óleo contido nas sementes de abóbora moranga com objetivo de avaliá-la como oleaginosa potencial para síntese de biodiesel. O óleo foi extraído a partir do método soxhlet utilizando o solvente hexano. Após a extração encontrou-se um teor de óleo de 31,80% em relação a massa de semente utilizada. Esse teor de óleo excede ao teor encontrado para a soja e algodão, que atualmente são as oleaginosas empregadas na síntese de biodiesel. Diante dos resultados as sementes investigadas apresentam-se como oleaginosa potencial para a indústria de biodiesel.

Palavras chaves

BIODIESEL; abóbora; extração

Introdução

Muitas oleaginosas vêm sendo investigadas quanto ao teor de óleo que podem conter. A maior causa dessa investigação, é a tentativa de lançar matérias- primas alternativas à soja na produção de biodiesel. Dentre essas oleaginosas pode-se destacar as sementes de abóbora (Cucurbita máxima L.). A abóbora (Cucurbita máxima L.) popularmente conhecida como moranga, pertence à família Cucurbitaceae. É nativa das Américas e atualmente cultivada em grande escala no Brasil e em outras regiões tropicais (Naves et al., 2010). Possuem de 41,8% a 54,9% de lipídeos e são ricas em ácidos graxos insaturados (78% dos lipídeos), com destaque para ácido linoléico (35,6-60,8%) e ácido oléico (29%) (PORTE, 2011). A abóbora possui grande número de sementes em sua composição. Embora haja o consumo dessas sementes em determinadas regiões do mundo, tal aproveitamento corresponde apenas a uma pequena parcela das sementes de moranga desperdiçadas cotidianamente. Para minimizar esse desperdício e agregar benefícios econômicos ao produtor da moranga e à indústria de alimentos, é necessário que as sementes sejam utilizadas em escala industrial (NAVES et al., 2010). Diante do exposto, o presente realizou a extração do óleo contido nas sementes de abóbora moranga coletadas no município de Cáceres-MT com objetivo de avaliá-la como oleaginosa potencial para síntese de biodiesel.

Material e métodos

As sementes de abóbora foram adquiridas no município de Cáceres-MT. Inicialmente pesou-se 150g de semente de abóbora previamente triturada e colocou-se dentro do papel filtro que então foi colocado no aparelho de Soxhlet (CORTEZ et al., 2013). Em seguida mediu-se em uma proveta 600 mL de hexano e então colocou o mesmo em um balão de fundo chato de 1000 mL. Montou-se o aparelho e iniciou-se o processo de extração que se deu em um período de 4 h. Após a extração a mistura contendo óleo e hexano foi separada em evaporador rotatório e o rendimento de óleo foi calculado a partir da equação 1. X (%)= Móleo/2 Equação (1) Onde: Móleo: Massa de óleo obtida ao final do processo

Resultado e discussão

Após extração e recuperação do solvente, o teor de óleo foi calculado. Os resultados são apresentados na tabela 1. tabela 1 Observa-se na tabela 1 que a extração forneceu 47,7g de óleo, o que corresponde a um rendimento de 31,80 %. Esse rendimento é altamente satisfatório, visto que excede ao teor de óleo contido em muitas oleaginosas usualmente investigadas na literatura. Comparando esse teor de óleo das sementes de abóbora com duas das principais matérias-primas de produção de biodiesel, a soja e a o algodão, podemos observar que a soja possui o teor de óleo é em torno de 16,08 a 21,71% (CONAB, 2013; GUARIENTI, 2012), o algodão o teor de óleo varia de 14 a 25% (BELTRÃO, 2003). Ressalta-se aqui que a soja, é atualmente a principal oleaginosa utilizada na síntese de biodiesel. Diante dos resultados as sementes investigadas apresentam-se como oleaginosa potencial para a indústria de biodiesel.

tabela 1

Tabela 1- Teor de óleo contido nas sementes de abóbora coletadas no município de Cáceres-MT

Conclusões

Este estudo avaliou o potencial oleaginoso das sementes de abóbora moranga para utilização como matéria-prima para a síntese de biodiesel. Após a extração encontrou-se um teor de óleo de 31,80% em relação a massa de semente utilizada na extração. Esse teor de óleo excede ao teor encontrado para a soja e algodão, que atualmente são as oleaginosas empregadas na síntese de biodiesel. Diante dos resultados as sementes investigadas apresentam-se como oleaginosa potencial para a indústria de biodiesel.

Agradecimentos

AO IFMT CAMPUS CÁCERES-PROFº OLEGÁRIO BALDO

Referências

NAVES, Luciana de Paula et al. Nutrientes e propriedades funcionais em sementes de abóbora (Cucurbita maxima) submetidas a diferentes processamentos. Revista Ciência e Tecnolologia de alimentos, Campinas, 30 (Supl.1), p.185-190, maio 2010.

PORTE, Alexandre. Propriedades funcionais tecnológicas das farinhas de sementes de mamão (Carica papaya) e de abóbora (Cucurbita sp). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.1, p.91-96, 2011.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: Grãos, décimo segundo levantamento, Brasília, 2013.

CORTEZ, K. R., CABRAL, R., BARROS R., ASLEY, M. Estudo de biocidas no controle da biodeterioração das misturas de Diesel e biodiesel. IX Congresso de Iniciação Científica do IFRN. p. 0666 – 0672, 2013.

GUARIENTI, Édio Patric. et al. Perdas de matéria-prima: Um estudo de caso na indústria de óleo de soja. ENGEVISTA, V. 14, n. 1. p. 58-73, abril 2012.

BELTRÃO, Napoleão Esberard de Macêdo. Informações sobre o biodiesel, em especial feito com o óleo de mamona. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2003. 3 p. (Embrapa Algodão. Comunicado Técnico, 177).

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