Estudo comparativo dos méis das floradas vassourinha oriundo de Paraipaba-CE e silvestre oriundo de Itatira-CE

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Lara Santos Sales, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; de Lima Barbosa, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Batista Nascimento, A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Oliveira Targino, K. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Almeida Farias, R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Tavares Cavalcanti Liberato, M.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O mel é um alimento encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos.O mel contém em média 20% de água, 80% de glicose,frutose, pequenas quantidades de pólen, cera e minerais. O mel falso e impuro se tornou muito comum no mercado apesar da existência da preferência pelo produto 100% natural. Neste trabalho abordaremos três testes: Fiehe, Lund e Umidade para controle de qualidade do mel.Os méis usados neste trabalho foram provenientes de Paraipaba-CE da florada vassourinha, e outro proveniente de Itatira-CE da florada silvestre.Os testes foram feitos no Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia (Labbiotec) da Universidade Estadual do Ceará.

Palavras chaves

MEL; ADULTERAÇÃO; CONTROLE DE QUALIDADE

Introdução

Mel é o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar das flores, das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas das plantas. As abelhas recolhem, transformam e combinam com substancias específicas próprias, armazenam e deixam amadurecer nos favos da colmeia, segundo definição do Grupo Mercado Comum (GMC), constituído pelos países Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, de acordo com a resolução 15/94. Segundo uma pesquisa o Ceará ocupa a quarta posição no país e a segunda no Nordeste na produção de mel(IBGE, 2009). Entretanto com a alta demanda do produto, é fácil a ocorrência de adulterações, proporcionando perda de qualidade do produto final. Mesmo tendo uma composição aparentemente simples, o mel é um produto de inúmeros constituintes tornando-se complexo em sua estrutura.

Material e métodos

Materiais Foram usados duas amostras de méis da abelha Apis mellifera L. provenientes dos municípios cearenses de Paraipaba e Itatira. Metodologias - Determinação de umidade A umidade foi determinada por refratometria. O procedimento inicia-se colocando-se uma gota de mel para o prisma do refratômetro e realizando-se em seguida a leitura do índice de refração. - Reação de Lund Tem como objetivo analisar a precipitação de albuminoides do mel pelo ácido tânico (IAL, 2005). Foram pesados 2g da amostra, diluindo-se em 20mL de água destilada. Transferiu-se para uma proveta de 50mL e adicionou-se 5mL da solução de ácido tânico a 0,5%. Em seguida, adicionou-se água até completar o volume de 40mL. Agitou-se e foi deixado em repouso por 24 horas. - Reação de Fiehe Esta reação verifica a presença de açúcar comercial ou o aquecimento acima de 400C do produto, o que pode eliminar algumas de suas propriedades. 5g da amostra foram pesadas em um béquer de 50mL. Adicionou-se 5mL de éter etílico e agitou-se vigorosamente. Removeu-se a camada etérea para um tubo de ensaio e adicionou-se 0,5mL de solução clorídrica de resorcina deixando-se em repouso por 10 minutos. Na presença de glicose comercial ou de mel superaquecido, aparecerá uma coloração vermelho intensa, indicando a fraude.

Resultado e discussão

Alguns autores estimam que um mel com umidade superior a 21% fermente em 3 ou 4 meses. A instrução normativa número 11 de 2000, através do seu Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel (BRASIL, 2000) define o limite máximo de 20%, sendo que o ideal é um teor de 17 a 18%. As duas amostras analisadas apresentaram teores de umidade adequados em relação às normas brasileiras. De acordo com a tabela de Chataway, o mel da florada vassourinha apresentou 20% de umidade e o mel da florada silvestre apresentou 19,8% de umidade. Na reação de Lund os resultados obtidos para os méis, após o repouso de 24 horas ficaram dentro dos valores preconizados pela Legislação Brasileira, variando de 1 e 0,6mL para o mel da florada vassourinha e silvestre, respectivamente. Se o mel é puro, o precipitado oscila entre 0,6 a 3 ml referente a Legislação Brasileira. Em mel artificial ou diluído, não se produz precipitado ou aparece apenas vestígios de acordo com a Sociedade Brasileira de Farmacognosia. Estes resultados mostram que não houve adição de substâncias proteicas na matéria-prima e que as duas amostras de mel estão de acordo com a Legislação. Porém na reação de Fiehe, as duas amostras tiveram resultados positivos apresentando o desenvolvimento de uma coloração vermelha intensa, podendo ter havido indícios de superaquecimento.

Conclusões

Mediante a análise dos resultados obtidos verificou-se que excetuando a Reação de Fiehe os demais resultados encontram-se dentro do preconizado pela Legislação Brasileira.

Agradecimentos

À Universidade Estadual do Ceará - UECE

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial, Brasília, 20 de outubro de 2000.
ALMEIDA-ANACLETO, D. Recursos alimentares, desenvolvimento das colônias e características físicoquímicas, microbiológicas e polínicas de mel e cargas de pólen de meliponíneos, do município de Piracicaba, Estado de São Paulo. 2007. 134p. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.
EMBRAPA. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Corumbá,2010.
CRANE, E. O livro do mel. São Paulo: Nobel, 1983.

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