Comparação dos méis das floradas Angico e Silvestre dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Nascimento, A.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Liberato, M.C.T.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Barbosa, K.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Sales, K.L.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Targino, K.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Farias, R.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Sousa, E.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O mel é um produto alimentício, elaborado por abelhas, que possui várias características específicas, incluindo características físico-químicas, sensoriais e terapêuticas [1]. O mel possui um grande valor comercial, isso faz com que ele esteja propenso a adulterações, com açúcar comercial ou xarope de sacarose. Para possibilitar controlar a qualidade do mel comercializado, estabeleceram-se alguns padrões, através da Instrução Normativa nº 11/00. O objetivo deste estudo foi comparar as características físico-química do mel de Florada angico proveniente da Pousada Alto – MG, e o mel de florada silvestre, proveniente de Caixias do Sul – RS. Abordaremos três testes: Lund, Lugol e Fiehe. Os testes foram feitos no Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia (Labiotec) da Universidade Estadual do Ceará.

Palavras chaves

Mel ; Comparação; Adulteração

Introdução

Segundo SILVA; QUEIROZ; FIGUEIREDO, 2004 os fatores que podemos citar para as características do mel são: as condições climáticas, o tipo de solo, estágio de maturação, espécie de abelha, estado fisiológico da colônia, processamento e armazenamento, além do tipo de florada. Nossos pais apresenta uma grande diversidade da florada silvestre, assim tento méis com grande potenciais de pureza. Porém com o crescimento na demanda do consumo de mel. O sucesso do produto no meio comercial faz com que ocorram as adulterações, barateando a produção e fazendo com que o produto perca sua qualidade.

Material e métodos

Material: Foram analisados dois méis provenientes da Pousada Alto – MG e de Caixias do Sul – RS.Metodologia: Reação de Lund: Tem como objetivo analisar a precipitação de Albuminoides do mel pelo ácido tânico (IAL, 2005). O procedimento dá-se pela pesagem de 2g da amostra, que é transferida para uma proveta, com auxílio de 20 mL de água e em seguida adiciona-se 5mL de solução de ácido tânico 0,5%. Acrescenta-se água até atingir o volume desejado e por fim, deixa-se repousar por 24 horas. Reação de Lugol: Pesa-se 10g da amostra em um béquer de 50 mL. Adiciona-se 20mL de água destilada e agita-se. Deixa-se no banho-maria fervente por uma hora e em seguida resfria-se à temperatura ambiente. Após resfriar adiciona-se 5 a 10 gotas da solução de Lugol (IAL, 1985). Na presença de glicose comercial de açúcar, a solução mudara de cor. Reação de Fiehe: Reação que ocorre entre a solução clorídrica de resorcina e o hidroximetilfurfural (HMF), podendo indicar a presença de substâncias produzidas durante o superaquecimento do mel ou a adição de xaropes de açúcares. Pesa-se 5g da amostra em um béquer de 50 mL. Adiciona-se 5mL de éter etílico e agita-se vigorosamente. Remove-se a camada etérea para um tubo de ensaio e adiciona-se 0,5 mL de solução clorídrica de resorcina e deixa-se em repouso por 10 minutos. Na presença de glicose comercial ou de mel superaquecido, aparecerá uma coloração vermelho intensa, indicando a fraude. Os testes foram feitos no Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia (Labiotec) da Universidade Estadual do Ceará.

Resultado e discussão

Alguns autores avaliam que os valores para teste de Lund é de 0,6 a 3,0ml, valor este estabelecido segundo a Legislação brasileira indicando a presença de mel de boa qualidade. O teste mostra que através do ácido tânico à 1% condensa as proteínas contidas no mel e indica se o mel é verdadeiro, ou foi mal processado e se há sujeira em excesso [3]. Observou-se que no teste de Lund o mel da Pousada Alto – MG atingiu uma deposição de proteínas de 2,004g e o mel de Caixias do Sul – RS atingiu 2,003g, mostrando um bom resultado, pois atingiram os valores estabelecidos. Indicando a presença de mel de boa qualidade. O teste de Lugol indica se o mel é puro através da utilização de iodo e iodeto de potássio (lugol), que quando adulterado apresenta cor característica em função da presença de amido e dextrina. (BERA e ALMEIDA- MURADIAN, 2007; VARGAS, 2006).Observou-se no teste de Lugol que nos méis , não ouve uma alteração significativa na mudança de cor . Mostrando então que não ouve uma adição de açúcar industrializado. A análise qualitativa de hidroximetilfurfural (HMF) (Reação de Fiehe) indica o aquecimento do mel em banho-maria, ou adição de xaropes de açúcar [3].Observou-se no teste de Fiehe que as amostra de mel da Pousada Alto – MG apresentaram uma coloração vermelho cereja e o mel de Caxias do Sul-RS adquiriu uma cor vermelho claro, então acredita-se que os méis tenham passado por um aquecimento ou um mau armazenamento.

Conclusões

A partir das observações feitas, com o objetivo de identificar possíveis alterações e má conservação dos méis, pode-se concluir que os resultados obtidos no teste de Lund para os dois méis, estavam no padrão exigido de depósito de proteína, como no teste de Lugol onde não foram observadas alterações significativas, concluindo que os méis apresentavam boa qualidade. Apenas no teste de Fiehe observou-se alteração na coloração dos dois méis, o que lhe caracteriza uma menor qualidade, pela presença de HMF.

Agradecimentos

À Universidade Estadual do Ceará – UECE. Ao CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Referências

[1] SOARES, K.M.P. e AROUCHA, E.M.M. Características e propriedades inerentes ao mel. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 9, Ed. 114, Art. 772, 2010.
VILHENA, F.; ALMEIDA-MURADIAN, L. B. Análises físico-químicas de méis de São Paulo. Mensagem Doce, v. 53, p. 17-19, 1999.
[3]CHIAPETTI, E e BRAGHINI,F COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO MEL DE ABELHAS AFRICANIZADAS (Apis mellifera) E ABELHAS JATAÍ (Tetragonisca angustula). Paraná, 2013.46p Monografia - Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR,
ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4º ed. Brasília: ANVISA, 2005.

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