EXTRATOS DE Plectranthus barbatus COMO INIBIDORES DE CORROSÃO EM ÁCIDO SULFÚRICO

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Iniciação Científica

Autores

Oliveira, D.F. (IFRJ) ; Cardoso, S.P. (IFRJ) ; Silva, C.G. (IFRJ)

Resumo

O presente trabalho avaliou o uso de extratos de Plectranthus barbatus (boldo brasileiro) como potenciais inibidores de corrosão para o aço carbono P110 em H2SO4. O emprego de extratos de plantas como potenciais inibidores vem sendo estimulado por aliarem boa eficiência e baixa toxicidade. A eficiência dos extratos foi obtida a partir das taxas de corrosão, sendo observada uma redução na velocidade do processo corrosivo, indicando o promissor uso destes extratos na formulação de inibidores de corrosão.

Palavras chaves

Plectranthus barbatus; inibidor de corrosão; produtos naturais

Introdução

O ácido sulfúrico é a substância química mais utilizada nas indústrias, fazendo do seu consumo per capita um importante indicador de desenvolvimento técnico do país. Suas aplicações envolvem a produção de fertilizantes, papel, corantes, medicamentos, tintas, inseticidas, explosivos e outros ácidos, além de ser usado nas indústrias petroquímicas para o refino de petróleo e como decapante de ferro e aço (FOGAÇA, 2017). Desta forma, torna-se necessário identificar métodos de proteção contra corrosão para as peças metálicas que estarão em contato com o ácido sulfúrico nos processos industriais. Dentre os métodos de proteção indicados para uso em meio ácido destacam-se os inibidores de corrosão. Tendo em vista a necessidade de se obter um inibidor eficiente, de baixo custo e ambientalmente seguro, extratos de plantas passaram a ser testados na formulação de inibidores. Dentre os produtos naturais já testados, que apresentaram excelentes resultados de inibição, podemos identificar substâncias como o chá branco (OLIVEIRA; CARDOSO, 2014), laranja, manga, tabaco, pimenta preta, cafeína, nicotina e mel (RAJA; SEYHURAMAN, 2008). O objetivo desta pesquisa foi investigar o uso de extratos de boldo brasileiro (Plectranthus barbatus) como potencial matéria ativa na formulação de inibidores de corrosão para o aço carbono P110 na presença de H2SO4. O boldo brasileiro é uma planta herbácea ou subarbustiva, perene, chegando a até 1,5 metros de altura, possuindo em sua composição taninos e flavonoides, metabólitos presentes em extratos de produtos naturais já testados, sendo barata e de fácil cultivo, podendo ser encontrada em todo o território brasileiro.

Material e métodos

Dois extratos do boldo brasileiro (alcoólico e aquoso) foram obtidos e testados como inibidores de corrosão. O extrato alcoólico (EAlc) foi preparado utilizando 20g de folhas frescas da planta, maceradas e imersas em 200 mL de etanol PA por 24h. O extrato aquoso (EAq) foi preparado com 20g de folhas frescas da planta, maceradas e imersas em 200 mL de água destilada fervente por 5 minutos. Após o tempo de imersão, os extratos foram filtrados e armazenados sob refrigeração. A eficiência dos extratos foi calculada a partir das taxas de corrosão, obtidas para o aço carbono P110 através de ensaios de perda de massa realizados na presença de H2SO4 0,5 mol.L-1, a 25oC e com duração de 2h. Cientes de que os inibidores possuem uma concentração ideal para inibição, onde se alcança a mais alta eficiência com o menor custo, os extratos foram testados nas concentrações de 1%, 10%, 20% e 30% (v/v).

Resultado e discussão

Os valores obtidos para as taxas de corrosão do aço carbono, na presença dos extratos alcoólico e aquoso (tabela 1) do boldo brasileiro, indicam a redução do processo corrosivo, quando comparados ao ensaio em branco, este que demonstrou a agressividade do meio corrosivo, revelando uma taxa de corrosão de 42,33 mm/ano. Ambos os extratos obtiveram bons resultados a partir da concentração de 20% e proporcionaram as menores taxas de corrosão na concentração de 30%, com valores de 1,33 mm/ano (EAlc) e 13,50 mm/ano (EAq). Em todas as concentrações testadas, o EAlc apresentou taxas de corrosão inferiores as obtidas com o uso do EAq.


Tabela 1 – Valores de taxa de corrosão e eficiência obtidas com uso dos extratos alcoólico e aquoso.

Conclusões

Os ensaios realizados confirmam a agressividade do meio corrosivo e a possibilidade do uso de extratos do boldo brasileiro como matéria ativa na formulação de inibidores de corrosão para o aço carbono P110 na presença de H2SO4 0,5 mol.L-1. Os valores de eficiência foram de até 96,80% para o extrato alcoólico, e de 70,98% para o extrato aquoso, valores estes comparáveis aos encontrados em inibidores comerciais. O extrato alcoólico por apresentar maior eficiência, em comparação ao extrato aquoso, se apresenta, a princípio, economicamente mais vantajoso.

Agradecimentos

Ao CNPq pela bolsa e ao IFRJ pelo apoio financeiro.

Referências

FOGAÇA. Uso do ácido sulfúrico pela indústria. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/uso-Acido-sulfurico-pela-industria.htm>. Acesso em 25/04/2017.

OLIVEIRA, T. M. ; CARDOSO, S. P. Extrato de Camellia sinensis (L.) Kuntze (THEACEAE) como inibidor de corrosão de origem vegetal. Perspectivas da Ciência e Tecnologia, 6, 46-53, 2014.

RAJA, P.B.; SETHURAMAN, M.G. Natural products as corrosion for metals in corrosive media. A review Material Letters, 62, 113-116, 2008.

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