Rendimento e Perfil de ácidos graxos do óleo da polpa de frutos verdes Barcella odora

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Iniciação Científica

Autores

Rodrigues, C.C.F. (IC-UFRR) ; Souza, V.S. (IC-UFRR) ; Santos, M.D.V. (IC-UFRR) ; Santos, T.V. (IC-UFRR) ; Magalhães Neto, A.T. (IC-UFRR) ; Mesquita, L.I.G. (IC-UFRR) ; Ferraz, V.P. (DQ-UFMG) ; Melo, A.C.G.R. (PRONAT-UFRR) ; Ribeiro, P.R.E. (PRONAT-UFRR) ; Moniz, A.M.H. (SEED-RR) ; Santos, R.C. (PNPD, CAPES-UFRR) ; Melo Filho, A.A. (DQ-PPGQ-REDEBIONORTE-UFRR)

Resumo

Barcella odora, pertence à família Palmae (Arecaceae) é considerada uma das maiores famílias do mundo. Sua distribuição se dá em todo o território brasileiro. O óleo da polpa de frutos verdes da Barcella odora foi extraído por meio do método Soxhlet, utilizando hexano como solvente, obtendo um rendimento de 0,29% e por cromatografia gasosa foram identificados cinco constituintes principais que correspondem em ordem decrescente ácido oleico (50,4%), ácido palmítico (34,4 %), ácido linoleico (14.1%), ácido palmitoléico (4,9%), ácido linolênico (4,3%) e esteárico (1,6%).

Palavras chaves

Soxhlet; Cromatografia; Ácido Oleico

Introdução

A família Palmae (Arecaceae), é considerada uma das maiores famílias do mundo. Sua distribuição se dá em todo o território brasileiro, nessa família encontram-se as palmeiras (RODRIGUES, 2014). Segundo Giulietti et. al. (2005), essa família possui cerca de 440 gêneros para os quais há em torno de 3000 espécies, sendo que deste quantitativo, são encontrados no Brasil cerca de 36 gêneros para 195 espécies. Barcella é um gênero monoespecífico contém apenas a espécie B. odora (FERREIRA, 2006). De acordo com o IBGE (1996), a B. odora predomina sobre terrenos de áreas deprimidas, quase sempre encharcadas, pobre em nutrientes minerais do solo. A polpa do fruto de B. odora é oleosa, de sabor doce; é comestível e dela extrai-se um óleo que serve para a culinária (Peckolt; Peckolt, 2016). As informações sobre B. odora são taxonômicas, pouco são os dados sobre estudos que evidenciam atividades tais como: química (YUYAMA et. al. 2008), físico-química (BOVI, 2015), bactericida (NASCIMENTO, 2013), antioxidante (SANTOS et. al., 2008), bioquímica (BARCELLOS et. al. 2010) sobre o óleo obtido da polpa ou da semente desta espécie. O objetivo desse trabalho é determinar o rendimento e o Perfil de ácidos graxos majoritário do óleo da polpa Barcella odora.

Material e métodos

A coleta foi realizada no município de Caracaraí, próximo à BR-174, no mês de novembro de 2016, aproximadamente fim do período de frutos maduros, início do verão - sendo encontrados poucos frutos maduros. As amostras de frutos verdes foram levadas ao Laboratório de Química Ambiental no Núcleo de Pesquisa e Pós-graduação de Ciência e Tecnologia (NPPGCT) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), onde foram descascadas e despolpadas. Em seguida, a polpa foi levada à estufa à, aproximadamente, 50 ºC por 48 horas e posteriormente moída em liquidificador em seguida, passada em peneira, com tamização de 20-40 Mesh. O óleo foi extraído por meio do método Soxhlet, utilizando hexano como solvente, o processo foi realizado em triplicata. Após extração, foi realizada a rotaevaporação para separar o óleo do solvente. Em seguida, o óleo foi submetido a nitrogênio gasoso para arraste de hexano remanescente. O cálculo para determinação do rendimento do óleo fixo foi realizada de acordo com a equação: x=(Massa do óleo obtido (g))/(Massa da amostra (g)) X 100% Os ácidos graxos foram metilados e analisados por Cromatografia Gasosa e a identificação dos picos foi feita por comparação com padrões de ácidos graxos metilados Supelco37 Fame mix (Supelco cat no 47885-U).

Resultado e discussão

O óleo da polpa do fruto verde de B. odora apresentou coloração alaranjada. O rendimento do óleo da polpa do fruto verde foi 0,29%. Confrontando com a extração de óleo da mesma família, é bastante inferior ao rendimento do óleo vegetal da casca e polpa do tucumã (Astrocaryum tucuma Mart.) que foi de 35,0 % (VASCONCELOS, 2010). O óleo vegetal da polpa do fruto verde de B. odora incluiu cinco constituintes principais que correspondem em ordem decrescente ácido oleico (50,4%), ácido palmítico (34,4 %), ácido linoleico (14.1%), ácido palmitoléico (4,9%), ácido linolênico (4,3%) e esteárico (1,6%).

Conclusões

O rendimento do óleo extraído da polpa de frutos verdes de B. odora, foi de 0,29%, e a análise cromatográfica dos constituintes químicos apresentou na sua mistura os óleos fixos em ordem decrescente de ω-9 (50,4%), seguida de ω-6 (14.1%) e ω-3 (4,3%). O estudo de óleos fixos se justificam pelos benefícios que esses constituintes trazem a saúde dos seres vivos.

Agradecimentos

CAPES/CNPq-UFRR.

Referências

BARCELLOS, P. S. Avaliação bioquímica e toxicológica do extrato dos frutos de euterpe oleracea martius (açaí). Revista de Ciências da Saúde, São Luís, v. 12, n. 2, p. 91-96, Jul./Dez. 2010.

BOVI, G. G. Óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.) nanoemulsionado: produção por método de baixa energia, caracterização de físico-química das dispersões e incorporação em bebida isotônica. 2015. 106p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2015.

GIULIETTI, A. M. et al. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology, v. 19, n. 03, p. 632-639, Junho/2005.

NASCIMENTO, R. S. Ácidos graxos e óleo essencial de sementes de Syagrus coronata (Mart) Becc. (Arecaceae): composição química e atividade anti-Staphylococcus aureus. 2014. 69p. Dissertação (Mestrado em Bioquímica e Fisiologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.
PECKOLT, T.; PECKOLT, G. História das plantas úteis e medicinais no Brasil. 1. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2016. 904 p.
RODRIGUES, V. P. Corpenicia cerifera Mart.: Aspectos químicos e farmacológicos de uma palmeira brasileira. 2004. 129p. Tese (Mestre em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

SANTOS, G. M. et al. Correlação entre atividade antioxidante e compostos bioativos de polpas comerciais de açaí (Euterpe oleracea Mart). Archivos Latinoamericanos de Nutrición, Caracas, v. 58, n. 2, p.187-192, jun. 2008.

YUYAMA, L. K. O. et al. Processamento e avaliação da vida-de-prateleira do tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) desidratado e pulverizado. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 28, n. 2, p. 408-412, abr./jun. 2008.

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