Avaliação microbiológica do óleo fixo do fruto maduro de Barcella odora

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Iniciação Científica

Autores

Souza, V.S. (IC-UFRR) ; Rodrigues, C.C.F. (IC-UFRR) ; Santos, T.V. (IC-UFRR) ; Magalhães Neto, A.T. (IC-UFRR) ; Takahashi, J.A. (DQ-UFMG) ; Martins, B.A. (DQ-UFMG) ; Moniz, A.M.H. (SEED-RR) ; Melo, A.C.G.R. (PRONAT-UFRR) ; Santos, R.C. (PNPD, CAPES-UFRR)

Resumo

Barcella odora, pertence à família Palmae (Arecaceae) é considerada uma das maiores famílias do mundo. Sua distribuição se dá em todo o território brasileiro. O óleo da polpa de frutos maduros da Barcella odora foi extraído por meio do método Soxhlet, utilizando hexano como solvente, obtendo um rendimento de 7,36% e possui atividade inibitória contra os microorganismos Staphylococcus aureus (24,50 ± 2,52%), Citrobacter freundii (46,69 ± 2,49%), Listeria monocytogenes (76,91 ± 4,10%) e Pseudomonas aeruginosa (40,12 ± 0,24%) e Candida albicans (15,00 ± 3,20%).

Palavras chaves

Soxhlet; Listeria monocytogenes; Arecaceae

Introdução

A família Arecaceae, possui cerca de 440 gêneros para os quais há em torno de 3000 espécies, sendo que deste quantitativo, são encontrados no Brasil cerca de 36 gêneros para 195 espécies (Giulietti, et. al., 2005). De acordo com os dados IBGE (1996), a B. odora predomina sobre terrenos pobre em nutrientes minerais do solo. A polpa do fruto maduro de B. odora é oleosa, de sabor doce; é comestível e dela extrai-se um óleo que serve para a culinária (Peckolt; Peckolt, 2016). A busca de produtos de origem natural com propriedades farmacológicas tem contribuído significativamente para a descoberta de novas substâncias que tenham usos importantes (Viegas Junior et al., 2006). É crescente a utilização das plantas medicinais no Brasil (Oliveira et al., 2003; CHAVES, C.L.; MANFREDI, C.S., 2010), e a busca por esses produtos de origem natural tem contribuído significativamente para a descoberta de novas substâncias (Viegas Junior et al., 2006). Os microrganismos que causam prejuízos à saúde humana estão se mostrando resistentes à maioria dos antimicrobianos conhecidos, o que incentiva ainda mais a procura por antibióticos de ocorrência natural. O uso de antimicrobianos de origem natural são alternativas eficazes e econômicas, pois são obtidos a partir das plantas aromáticas ricas em óleos (Santos, J. C. et. al., 2011) seu potencial tem como objetivo atrasar o surgimento de novas substâncias antimicrobianas (Weber et al., 2014), podendo ser usados para retardar ou inibir a multiplicação microbiana.

Material e métodos

O óleo utilizado nesse trabalho foi extraído por meio do método Soxhlet, utilizando hexano como solvente, o processo foi realizado em triplicata. Preparou-se um pré-inóculo, no qual os microorganismos foram transferidos a partir do meio de cultura BHI para bactérias e Sabouraud para leveduras. Foram incubados em estufa a 37 oC por 36 h. a concentração dos tubos, contendo amostras, foram homogeneizados e ajustada, até atingir uma transmitância entre 74-75% (bactérias) e 75-76% (levedura). As amostras foram solubilizadas em dimetilsulfóxido (DMSO) na concentração de 12,5 mg/mL. Retirou-se uma alíquota de 40 µL, a qual foi adicionada a 960 µL do meio de cultura utilizado no bioensaio, obtendo-se a solução de trabalho na concentração de 500 µg/mL. Os bioensaios foram realizados em placas de 96 micropoços, em duplicata. Foram feitos quatro controles: controle de crescimento do micro-organismo; o branco, que consiste na solução da amostra nas mesmas concentrações avaliadas, substituindo o inóculo por água destilada estéril; controle positivo e o controle de esterilidade do meio de cultura, contendo 100 µL de meio de cultura e 100 µL de água destilada estéril. As microplacas foram incubadas em estufa a 37 oC e após 24 h foi realizada a leitura do teste em leitor de placas, a 490 nm. Os antibióticos utilizados para o controle de qualidade dos ensaios foram: ampicilina, para bactérias e, nistatina, para levedura. As amostras foram testadas contra os seguintes micro-organismos: Candida albicans: ATCC 18804 (levedura), Staphylococcus aureus: ATCC 29212 (bacteria Gram-positiva), Bacillus cereus: ATCC 11778 (bacteria Gram-positiva), Escherichia. coli: ATCC 25922 (bacteria Gram-negativa) e Salmonella typhimurium: ATCC 14028 (bacteria Gram-negativa).

Resultado e discussão

Estudos indicam que óleos têm efeito fungicida (Passos et al., 2002) e bactericida (Emerenciano, 2017. O óleo extraído da polpa do fruto maduro de B. odora foi utilizado no estudo de atividade inibitória contra bactérias, como mostra a Tabela 1 e para atividade inibitória de fungos como mostra a Tabela 2.

Conclusões

De acordo com as análises de atividade inibitória o óleo vegetal da polpa do fruto maduro de Barcella odora, apresentou atividade em todas as bactérias testadas, porém, a Listeria monocytogenes com inibição de 76,91 ± 4,10 em comparação com o controle 94,65 ± 0,73. Enquanto que os testes com fungo não apresentaram atividade considerada.

Agradecimentos

CAPES/CNPq-UFRR.

Referências

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GIULIETTI, A. M. et al. Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biology, v. 19, n. 03, p. 632-639, Junho/2005.

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PECKOLT, T.; PECKOLT, G. História das plantas úteis e medicinais no Brasil. 1. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2016. 904 p.
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