Analise Termogravimétrica da Folha da Moringa

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Química Analítica

Autores

Castro, H.G.C. (UFRN) ; Junior, J.H.S. (UFRN) ; Vieira, G.F. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN)

Resumo

Neste trabalho foi estudado o perfil termogravimétrico do pó da folha da moringa, após ser seca em estufa e pulverizada, para o qual obteve-se quatro etapas bem definidas de decomposição térmica. O procedimento foi realizado em atmosfera de ar, massa de cerca de quatro miligramas, razão de 20°C/min, cadinho de alumina, vazão de gás de 50 mL/min e o programa de aquecimento teve início à temperatura ambiente indo até 900°C. A Moringa oleifera Lam. (família Moringaceae) é uma leguminosa perene e arbórea originária do continente asiático, a qual vem sendo cultivada no Brasil por apresentar baixo custo de produção. Embora algumas populações a tivessem empregado na alimentação, existem poucas informações sobre suas características químicas e nutricionais.

Palavras chaves

Folha da moringa; análise termogravimétrica; temperatura

Introdução

As deficiências nutricionais infelizmente são graves problemas que com a crise em que muitos países se encontram, inclusive o Brasil, representam grande risco para a saúde pública, tendo em vista que mais pessoas atinjam a linha da pobreza e necessitem de assistência. Uma estratégia seria talvez a mudança de hábitos alimentares, dando enfoque ao resgate de práticas alimentares regionais, relacionadas ao consumo de alimentos locais de elevado valor nutritivo. A Moringa oleifera Lamarck, da família Moringaceae é uma hortaliça perene e arbórea, e seu cultivo se deve à elevada capacidade de adaptação a condições climáticas e a solos áridos, aliada à possibilidade de aproveitamento das folhas, frutos verdes, flores e sementes torradas, todos eles com quantidades representativas de nutrientes (OKUDA et al., 2001). A farinha da folha tem sido utilizada como fonte de alimentação alternativa no combate a desnutrição, especialmente entre crianças e lactantes, e ainda para humanos e animais em curto prazo de quimioprofilaxia (ANWAR et al., 2007). A folha da moringa, uma planta muito cultivada, é usada na alimentação e promove muitos benefícios quando ingerida. De origem tropical, a planta pode ser usada como suplemento dietético e vem sendo alvo de muitos estudos científicos. Ela é uma planta comum em regiões como Índia, Paquistão, África, Ásia, América do Sul e Central, além do Havaí, e sua altura pode chegar entre 7 e 12 metros. Rica em vitamina A, B e C, além de minerais como ferro, cálcio, sódio, fósforo, magnésio e potássio.

Material e métodos

As amostras foram obtidas no estacionamento do Instituto de Química, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As amostras passaram por um procedimento de secagem pelo método tradicional segundo o Adolf Lutz, chamado de determinação de umidade, em seguida, foram pulverizadas e direcionadas para as demais analises. O pó da folha da moringa obtido foi submetido à decomposição utilizando um Sistema SDT da TA Instruments. As condições de análise foram cadinho de alumina, atmosfera de ar na vazão de 50mL/min, razão de aquecimento de 20ºC/min, massa de amostra de 4 mg e aquecimento da temperatura ambiente até 900°C. As figuras 1 e 2 mostram como se apresenta a folha da moringa e como sua árvore, geralmente se mostra alta e pomposa.

Resultado e discussão

Foram identificadas quatro etapas de perda de massa. Na primeira etapa a perda de massa foi de 5% correspondendo a umidade, essa etapa começou em 58 ºC e finalizou em 108 ºC, a temperatura no pico da derivada para essa etapa foi de 83 ºC. Na segunda etapa houve uma perda de massa de 46%, provavelmente relativa a decomposição de carboidratos, essa etapa teve início em 229 ºC e término em 363 ºC, a temperatura no pico da derivada foi de 302 ºC; esta foi a etapa que apresentou maior percentual de perda de massa. A terceira etapa de perda de massa começou em 459 ºC e se encerrou em 523 ºC, com uma perda de massa de 31%, a temperatura no pico da derivada para essa etapa foi de 477 ºC, nessa etapa provavelmente é onde se tem a maior decomposição da matéria proteica. E, a quarta apresentou um percentual de 4%, esta teve início a 607 ºC e terminou a 681 ºC apresentando uma temperatura no pico da derivada de 653 ºC, ocorrendo provavelmente em decorrência da decomposição da matéria graxa. A Figura 3 apresenta as curvas TG e DTG obtidas para o pó das folhas secas de moringa obtidas por termogravimétria.

Figura 1

Folha da Moringa

Figura 2

Árvore da folha da Moringa

Figura 3

Gráfico das curvas TG/DTG

Conclusões

A análise por termogravimetria mostrou ser uma técnica muito eficiente em que pode-se verificar a ocorrência de quatro etapas de decomposição térmica para o pó de folhas secas de moringa. A partir dos dados das Curvas TG pode-se estabelecer os seguintes percentuais de perda de massa para o pó obtido das folhas secas de moringa: 5% de umidade, 81% de matéria orgânica e 19% de cinzas.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Instituto de Química da UFRN, à PROPESQ pela bolsa concedida e ao REUNI/MEC/Governo Federal pela aquisição do instrumento.

Referências

TEIXEIRA. E. M. B. Tese de doutorado: Caracterização química e nutricional da folha de moringa (Moringa oleifera Lam.), Araraquara 2012.
SILVA, J.C.; MARQUES, R.G.; TEIXEIRA, E.M.B.; CIABOTTI, S. Artigo com o título: DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FOLHAS DE MORINGA OLEÍFERA LAM. (MORINGACEAE). CEFET/ MG, Minas Gerais.
https://www.chabeneficios.com.br/cha-de-moringa-beneficios-e-propriedades/
https://www.embrapa.br/web/portal/busca-de-noticias/-/noticia/19823237/moringa-para-todos-os-gostos
FRIGHETTO. R. T. S; SCHNEIDER. R. P; FRIGHETTO. N; FERNANDES LIMA. P.C. O Potencial da Espécie Moringa oleifera ' L, (Moringaceae), I. A Planta como Fonte de "Coagulante Natural no Saneamento de Águas e como Suplemento Alimentar”. EMBRAPA, Jaguariúna/SP,UNICAMP/SP, revista Fitos, 2007.

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