DETERMINAÇÃO DE GLIFOSATO E ÁCIDO AMINOMETILFOSFÔNICO (AMPA) EM ÁGUAS SUPERFICIAIS NO NORDESTE DO ESTADO DO MARANHÃO

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Química Analítica

Autores

Pinheiro, G.H.S. (IFMA) ; Paulo, R.T. (IFMA) ; Coelho, D.O. (IFMA) ; Brito, N.M. (IFMA) ; Amarante Jr, O.P. (IFMA)

Resumo

O presente avaliou a qualidade dos recursos hídricos no nordeste do estado do Maranhão com relação à presença do herbicida mais usado no mundo e seu principal produto de degradação. O glifosato e o ácido aminometilfosfônico são poluentes de grande preocupação atualmente exatamente devido à ampla utilização deste pesticida em lavouras, na capina mecânica, em hortas e na produção familiar. As amostras foram analisadas quanto à concentração de Glifosato e AMPA, determinados por cromatografia de íons (CI) com detecção amperométrica. Notou-se que alguns pontos apresentaram contaminação por glifosato e AMPA, alguns apenas o herbicida, outros somente AMPA e outros nenhum dos dois compostos. Isto sugere diferentes tempos desde a exposição até a coleta das amostras.

Palavras chaves

Pesticidas; Cromatografia; Agricultura

Introdução

Quando no ambiente, glifosato tende a ser inativo em contato com solo, desde que seja adsorvido por ele, e, além disso, tem sido relacionado à inibição da fixação anaeróbica de nitrogênio no solo. Quanto a sua degradação, pode ser em sarcosina ou em AMPA. Devido a suas propriedades herbicidas de amplo espectro, ou seja, por ser não-seletivo, sistêmico e pouco tóxico a animais o herbicida tornou-se o mais utilizado no mundo, aumentando a necessidade de implementação de programas de monitoramento, considerando-se a inexistência de legislação que estabeleça limites de glifosato em água e solo. Em se tratando da sua toxicidade aos humanos, o glifosato causa irritações na pele e nos olhos quando em contato com o corpo, e uma vez ingerido pode causar danos hepáticos e renais se for em quantidade elevada, sendo esse liberado através da urina ( AMARANTE JR, O.P et al., 2002). A permanência no ambiente varia de 30 a 90 dias dependendo do teor dos minerais encontrados no solo. Os microorganismos são os principais responsáveis pela sua degradação, com uma estimativa de que 50% das moléculas sejam degradadas em 28 dias. Além de outro fator importante de se ressaltar, é que o pH contribui bastante na dinâmica do Glifosato no ambiente. (MATTOS, et al.,2002). Esta investigação destinou-se a avaliar a contaminação das águas superficiais no estado do Maranhão pelo uso do pesticida Glifosato e seu produto de degradação o AMPA (ácido aminometilfosfônico). Os objetivos do estudo foram: determinar a presença de glifosato e ácido aminometilfosfônico (AMPA) nas amostras de águas superficiais do estado; e comparar os resultados da presença do herbicida no período de estação chuvosa e seca nas regiões de estudo.

Material e métodos

Os pontos de coletas localizados em diferentes bacias hidrográficas foram estabelecidos pelo Programa Nacional de Qualidade de Água (2013-2014) do Ministério do Meio Ambiente e foram analisadas quanto à concentração de Glifosato e AMPA, determinados por cromatografia de íons (CI) e detecção amperométrica. A análise foi feita através de Cromatógrafo de Íons Dionex ICS3000-DUAL, Thermo Scientific, Termo Scientific IonPac AS19, 2x250 mm/ AG19 2x50 mm; vazão 0,35 mL.min-1; temperatura de 30 oC; gmA; volume de injeção de 50 μL com amostrador automático; gradiente gerado in situ através de cartucho Thermo Scientific Sionex EGC-KOH III. Amostras testemunhas fortificadas foram empregadas para estudar a exatidão e precisão do método.

Resultado e discussão

O método foi considerado exato e preciso, uma vez que as amostras fortificadas apresentaram recuperações entre 70 e 120% e coeficientes de variação (ou desvio-padrão relativo) inferiores a 20%. Nas amostras coletadas foram encontradas concentrações de glifosato e do acido aminometilfosfônico, o AMPA. A grande parte dos municípios onde ocorreram as coletas há uma predominância da atividade agrícola e o uso do herbicida é evidente, tanto no período de seca, quanto no período chuvoso. A avaliação sazonal da contaminação sugere a rápida transformação do glifosato em AMPA, indica áreas em que o composto tem sido empregado recentemente ou constantemente, bem como demonstra persistência do produto de degradação. Observou-se uma distribuição da contaminação destes compostos tanto em áreas urbanas como rurais, confrimando a ampla utilização deste princícpio ativo. Foram criados mapas da distribuição espacial destes compostos nas bacias hidrográficas investigadas.

Figura 1.

Diferença da concentração de glifosato da coleta de 2013 para a segunda coleta de 2014.

Figura 2

Diferença da concentração de AMPA da coleta de 2013 para a segunda coleta de 2014.

Conclusões

O método se apressentou exato e preciso, sendo possível empregá-lo para determinação de glifosato e AMPA em amostras de águas superfíciais.As amostras apresentaram concentrações de glifosato (que indicam uma contaminação mais recente, de AMPA (suferindo uma degradação mais antiga, ou de ambos os compostos. Novos estudos são necessários para investigar-se níveis mais baixos de detecção.

Agradecimentos

Ao CNPq pela bolsa de Iniciação científica e ao IFMA pela infraestutura disponibilizada.

Referências

AMARANTE JR., O. P. e SANTOS T. C. R.; “Métodos de extração determinação do herbicida glifosato: Breve revisão”, Quím. Nova, v.25,No. 3, p. 420-428, 2002.
MATTOS, Maria Laura Turino et al. Monitoramento ambiental do glifosato e do seu metabólitoácido aminometilfosfônico) na água de lavoura de arroz irrigado. Pesticidas, v. 12, p. 145-154, 2002

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