ESTUDO DAS ÁGUAS DAS LAGOAS BOA VISTA, CERCADINHO, MUCURI E JOSÉ FELIX DA CIDADE DE SETE LAGOAS-MG

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ambiental

Autores

Barrett Reina, L.D.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO) ; Santos, N.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Franco, A.O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Souza, A.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Garcia, E.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Bueno, G.H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Taroco, H.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Segato, L.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Andreata, L.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI) ; Melo, J.O.F.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI)

Resumo

A cidade de Sete Lagoas, localizada no estado de Minas Gerais, encontra-se numa região geográfica cárstica. caracterizada com formações rochosas calcárias, dando propriedades físico-químicas e sensoriais típicas às águas subterrâneas e superficiais. Avaliou-se a qualidade das lagoas, através de análises físico-químicas entre maio de 2016 a março de 2017. Determinou-se o teor de Cℓ-, Na+, K+, Ca2+ e Mg2+, além do pH, condutividade e turbidez. A partir desses dados, criou-se um banco que será utilizado para o monitoramento das lagoas. Observou-se a interferência humana como um fator importante na qualidade da água e que cada lagoa possui um perfil único, sendo a dureza e a turbidez as mais significantes. Viu-se também que os períodos de seca e das chuvas alteram as propriedades das águas.

Palavras chaves

avaliação sazonal; qualidade da água; análise físico-química

Introdução

A água é um recurso de grande importância aos seres vivos, participando de inúmeras reações bioquímicas. A conscientização do uso racional e da preservação é um tema atual e presente na vida da população (LIMA – 2014). Em decorrência da escassez e da deterioração dos mananciais, exije-se o monitoramento de parâmetros que compõem as características físicas e químicas da água. Parâmetros físico como a turbidez e condutividade elétrica, e parâmetros químicos que compreendem pH, dureza, cloretos, sódio e potássio, entre outros. Todos esses fatores são provenientes do próprio ambiente natural ou são incorporados a partir de atividades humanas (HENNING – 2014; Brasil – 2006; UFV – 2011). Segundo Botelho (2008) a cidade de Sete Lagoas encontra-se em uma zona cárstica, caracterizando um solo rico em íons Ca2+ e Mg2+ que influenciam a qualidade da água (FERREIRA – 2016). As lagoas presentes no município possuem papel econômico e social, sendo responsáveis pela renda de várias famílias e gerar ambientes para o lazer, portanto, a qualidade da água é de extrema necessidade. Nesse contexto, estudar as variações físico-químicas é importantíssima para a definição das condições de sazonalidade, além de avaliar o enquadramento dos parâmetros legislativos, garantir a preservação e manutenção do meio ambiente (MORAES – 2016). Objetivou-se analisar a qualidade físico-química das lagoas Boa Vista, Cercadinho, José Felix e Mucuri, para determinar as mudanças dentro de onze meses de monitoramento, e abastecer um banco de dados sobre sobre a eutrofização das mesmas.

Material e métodos

As amostras foram coletadas em triplicatas, de forma bimestral de maio de 2016 a março de 2017 das lagoas Boa Vista, Cercadinho, José Felix e Mucuri, e enviadas ao laboratório de química da UFSJ-CSL. Analisou-se os parâmetros fisico-químicos: pH, turbidez e condutividade; e químicos: Sódio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Cloreto. As amostras foram preservadas em temperatura ambiente, para evitar que os parâmetros analisados fossem interferidos pela temperatura. Na determinação de sódio e potássio utilizou-se o Fotômetro de chamas (QUIMIS: modelo Q498M2). O teor de cálcio e magnésio foi avaliado a partir de titulação complexométrica. O método turbidimétrico foi aplicado na análise de turbidez, através do turbidimetro (Policontrol: Ap2000 W). Os valores referentes à concentração de cloreto foram obtidos por potenciometria. Para a medição do pH foi utilizado um pHmetro de bancada (Hanna Instruments: HI-991001). Por último, para a determinação da condutividade, foi utilizado o condutímetro de bancada (Hanna Instruments: HI-87314).

Resultado e discussão

O teor de sódio em água potável não deve ultrapassar 20 mgL-1, embora o valor recomendável para seu consumo seja no máximo 200mgL-1 (BRASIL, 2005). De acordo com o Gráfico 1a, pode-se notar que o teor de sódio apresentou sazonalidade, com valores mais elevados nos períodos mais secos. Os valores da lagoa Mucuri e José foram maiores podendo ser acarretado pelo despejo de lixos orgânicos,devido sua localização em uma região muito urbanizada (MARCHESAN et al., 2009). O parâmetro de dureza da água é resultado pela presença dos íons cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). A portaria do Ministério da Saúde estabelece o limite de 500 mgL-1 de Ca2+ e Mg2+para que a água destinada ao consumo humano. Como pode ser observado no Gráfico 1b, a dureza das águas analisadas não foi superior ao regulamentado, apresentando um teor maior nos meses de setembro e outubro, possivelmente pela menor quantidade de precipitação nessa época do ano. Segundo a portaria do Ministério da Saúde estabelece valor máximo de 1,0 NTU para águas subterrâneas desinfetadas e águas filtradas após tratamento completo ou por filtragem direta, o valor de 2,0 NTU para águas de filtração lenta e o valor de 5,0 NTU para qualquer ponto da rede de distribuição como padrão de aceitação para o consumo humano. De acordo com as análises realizadas, foi observado, no Gráfico 1c, que a lagoa José Felix é a que apresenta uma quantidade muito elevada de turbidez e a lagoa da Boa Vista mostra um valor baixo de turbidez, pois a mesma foi revitalizada em 2015. Todas as lagoas analisadas apresentaram valores de pH dentro do permitido, na faixa de 6,5 – 9,5, além dos teores de Potássio e Cloreto também dentro do permitido.

Parâmetros físicos-químicos das águas das lagoas de Sete Lagoas

Resultado das análises de sódio, dureza total e turbidez no período de 12 meses das lagoas Cercadinho, Boa Vista, José Félix e Mucuri

Conclusões

Os fatores físico-químicos variam de forma independente entre as lagoas, mas as ações antrópicas, como a revitalização e poluição, interferem na qualidade das águas. Viu-se também que as lagoas se encontram inaptas ao consumo humano pois estão fora dos parâmetros determinados pela legislação. O uso agrícola e pecuário é possível, pois não se encontram contaminadas ao ponto de prejudicar essas atividades. A conscientização da população é de extrema necessidade para amenizar as consequências da urbanização desenfreada e das ações agrícola-industriais.

Agradecimentos

À FAPEMIG, FAPEMAT, ao CNPq, UFMG, UFMT e UFSJ pelo apoio financeiro.

Referências

BOTELHO, L. A. Gestão dos recursos hídricos em Sete Lagoas/MG: uma abordagem a partir da evolução espaço-temporal da demanda e da captação de água. (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, 2008 Experiência em Sala de Aula e Meio Ambiente: Determinação simples de oxigênio dissolvido em água. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/a10.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde (2006), Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília. 212 p. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_controle_qualidade_agua.pdf> Acesso em: 20 jul. 2017.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água / Fundação Nacional de Saúde – 4. ed. – Brasília: Funasa, 2013. 150 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 518, de 25.03.04. Dispõe sobre normas e padrões de potabilidade de água para consumo humano. Diário Oficial da União, Brasília, n.59, p.266, 26 de março 2004. Seção 1.
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LIMA, K. C. B; et al. O uso do telejornal para o ensino da importância e qualidade da água,X Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 10, n. 6, 2014, pp. 187-201

FERREIRA, L. C. et al. Água como tema central na educação ambiental. Scientific Electronic Archives, v. 9, n. 2, p. 67-72, 2016.

HENNING, E. et al. Um estudo para a aplicação de gráficos de controle estatístico de processo em indicadores de qualidade da água potável, Revista Eletrônica Sistemas & Gestão Volume 9, Número 1, 2014, pp. 2-13

MARCHESAN, E et al. Qualidade de água dos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 7, p. 2050-2056, 2009.
MORAES, F. A. et al. Avaliação sazonal dos parâmetros físico-químicos de fontes alternativas de água na região de Sete Lagoas-MG. Scientific Electronic Archives, v. 9, n. 2, p. 17-22, 2016.
UFV (2011), Qualidade da Água. Disponível em:< http://www.ufv.br/dea/lqa/qualidade.htm>. Acesso em: 20jul. 2017.

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