O DESCARTE DE PILHAS E BATERIAS COMO INSTRUMENTO PARA O ENSINO DE QUÍMICA E SUAS IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ambiental

Autores

Bellini, E.M. (UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ) ; Xavier, C.R. (UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ) ; Marques, R. (UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ)

Resumo

O presente trabalho foi realizado no Colégio Estadual Zumbi dos Palmares, Colombo - PR e tem por objetivo promover a sensibilização de adolescentes do 2º ano do Ensino Médio sobre o descarte de pilhas e baterias e os problemas ambientais gerados pela disposição inadequada desses dispositivos como instrumento no Ensino de Química. A sensibilização foi promovida por meio da leitura e análise da reportagem “O risco de contaminação dos rios e nascentes com metais pesados”. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário aberto sobre o editorial e ao descarte de pilhas e baterias associado aos conceitos científicos sobre Eletroquímica. Os principais resultados da pesquisa demonstraram que após o trabalho desenvolvido os estudantes passaram se realizar o descarte em pontos de coleta.

Palavras chaves

Educação Ambiental; Ensino de Química; Pilhas e Baterias

Introdução

Vivemos em um mundo globalizado, no qual o mercado apresenta uma avalanche de novas tecnologias a todo instante. São modelos de Tvs, smartphones, notebooks, iphones, ipads, computadores, eletroeletrônicos, eletrodomésticos incentivando a substituição desses equipamentos e aparelhos muito antes do término de suas vidas úteis (PARENTE, 2007). De repente, o avanço tecnológico se tornou lixo eletrônico, resíduo eletrônico ou e-lixo como são nomeados esses rejeitos. Desconsiderando todas as implicações ambientais e sociais da produção desses rejeitos, o consumo dos equipamentos eletrônicos cresce numa velocidade alarmante (MAGERA, 2013). Em estudo conjunto realizado entre o Banco Mundial e a Eletrobrás publicado pelas Nações Unidas, a América Latina deve descartar cerca de 4.800 quilotoneladas de lixo eletrônico ou e-lixo em 2018, o que significa um aumento de 70% em relação a 2009. Estes resíduos incluem celulares, computadores, eletrodomésticos, pilhas e baterias os quais, quando descartados de qualquer forma em lixões e aterros sanitários podem causar riscos ambientais e a saúde das pessoas, pois são constituídos por metais tóxicos como, mercúrio, chumbo e cádmio que contaminam a população, o ar, a água e o solo (ABETRE, 2016). Dados levantados pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE, 2016), apontam que o Estado do Paraná é o quarto maior produtor de resíduos eletrônicos do Brasil com 87 milhões de tonelada ao ano. Por sua vez, no munícipio de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba a Secretaria de Meio Ambiente não tem dados referentes à quantidade de lixo produzido, porém, depois de pneus e móveis o e-lixo é o rejeito que mais tem sido descartado inadequadamente às margens de rios, ruas e rodovias ocasionando diferentes danos ambientais. Por outro lado, as políticas públicas recentes estão incentivando investimentos no mercado da reciclagem de eletrônicos (COLOMBO, 2016). De acordo Sauvé (2005) apud Borges, Aranha e Sabino (2010), tendo em vista a amplitude da educação ambiental, bem como dela se exigir mudanças em profundidade, esta forma de educação é certamente de difícil realização. Um dos maiores desafios do Ensino de Química nas escolas de nível fundamental e médio é construir uma ponte entre o conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Segundo Chassot (1993) apud Chassot (2003), ao se restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, acaba-se por não contemplar as várias possibilidades para tornar a Química mais “palpável” e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços tecnológicos que afetam diretamente a sociedade.

Material e métodos

Este levantamento de dados foi realizado no Colégio Estadual Zumbi dos Palmares localizado no município de Colombo – PR com 120 estudantes do 2º ano do Ensino Médio. A pesquisa foi realizada em 4 aulas, sendo que, o questionário apresentou 3 questões. Situamos a pesquisa de abordagem qualitativa e procedimento técnico por levantamento. Os instrumentos de análise (questionário aberto) foram ponderados para possibilitar a identificação de aspectos essenciais para a elaboração de uma proposta teórico-experimental, na qual se faça presente além do conhecimento científico sobre os conceitos de Eletroquímica, a sensibilização para os problemas ambientais e a saúde da comunidade ocasionada pela disposição inadequada de pilhas e baterias.

Resultado e discussão

Este trabalho partiu da aplicação de questionário aberto referente ao descarte de pilhas e baterias sendo os sujeitos de pesquisas alunos do 2º ano do Ensino Médio (Figura 1). Os principais resultados indicam que 78% dos alunos, em suas residências, descartam esses dispositivos no posto de coleta, localizado na Unidade de Saúde do bairro demostrando que há certa preocupação com os possíveis danos ambientais que esses dispositivos acarretam à saúde e ao Meio Ambiente. E ainda, 15% da juventude investigada levam os rejeitos a postos de coletas, no entanto, 3% não tem conhecimento sobre o assunto. Cerca de 4% não opinaram. Após a realização desse levantamento foi concretizado um trabalho de sensibilização a partir da entrega da cartilha explicativa “Desperdício Zero” elaborada pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), folder sobre o descarte das pilhas e baterias disponibilizado pela Prefeitura de Colombo, sendo ministrados concomitantemente os conceitos químicos de Eletroquímica, uma vez que, este tópico faz parte do currículo básico da disciplina escolar de Química para o 2º ano do Ensino Médio. Posteriormente, foi aplicado um novo questionário para analisar como a metodologia empregada promoveu mudanças no comportamento dos 22% dos sujeitos que anteriormente não se preocupavam com à forma correta de se realizar o descarte destes rejeitos.




Conclusões

A partir do trabalho desenvolvido com adolescentes do 2º ano do Ensino Médio, totalizando 96 educandos do Colégio Estadual Zumbi dos Palmares em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, foi possível concluir que os mesmos se apropriaram do conhecimento sobre conhecimentos básicos referentes aos conteúdos de eletroquímica. Através desta proposta, os alunos formaram grupos e em seguida, dirigiram-se ao laboratório de informática para um breve levantamento bibliográfico, sob orientação da professora, sobre o tema em questão perfazendo um total de quatro aulas. Decorrido esse período, foi realizado uma sensibilização quanto aos impactos ambientais que o descarte inadequado de pilhas e baterias podem causar ao meio em que vivem e à saúde da população. Os problemas ambientais apresentados foram quanto à possíveis problemas respiratórios causados pela liberação de componentes tóxicos, contaminação do solo, água, ar, flora e fauna devido à presença de metais pesados na composição desses dispositivos. A avaliação final da pesquisa foi a realização de um questionário final sobre o descarte de pilhas e baterias (Figura 1). O presente trabalho apresentou limitações, pois a sensibilização não se dá de forma igualitária. No entanto, foi possível observar uma mudança de comportamento nestes adolescentes quanto a preocupação sobre o consumo e o descarte de pilhas e baterias.

Agradecimentos

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Ao Colégio Estadual Zumbi dos Palmares - EFMP.

Referências

Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos – ABETRE. Disponível em: < http://www.abetre.org.br/>. Acesso em 25 abril 2017.

CHASSOT, A. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí 1993 apud CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Rev. Bras. Educ. nº 22, Rio de Janeiro Jan./Apr. 2003.

Secretaria do Meio Ambiente de Colombo. Disponível em: <http://www.colombo.pr.gov.br/>. Acesso em 30 abril 2017.

Desperdício Zero. Dísponível em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/cors/kit_res_9_pilhas_baterias.pdf>. Acesso em: 26 abril 2017.

Folder sobre as pilhas irregulares e originais. Disponível em: <http://www.colombo.pr.gov.br/site/restrito/sistema/upload/files/data/7_2012/folder-pilha.pdf>. Acesso em 26 abril 2017.

MAGERA, Márcio. Os caminhos do lixo. Campinas-SP: Átomo, 2013. 165p.


PARENTE, V. C. I. Contextualização do Lixo Eletrônico em aulas de Química no Ensino Médio. Monografia de Graduação em Ensino de Química – Instituto de Química. Universidade de Brasília. Brasília - DF. 2007. 53f

SAUVÉ, L. Educação ambiental: possibilidades e limitações. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 317-322, 2005 apud BORGES, M. D.; ARANHA, J. M.; SABINO, J. 2010. A fotografia de natureza como instrumento para educação ambiental. Ciência & Educação 16(1): 149-161.

Organizações das Nações Unidas no Brasil – ONU Brasil. Disponível em: <http://www.onu.org.br/>. Acesso em 27 abril 2017.

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