Levantamento do Uso de Agroquímicos na Cidade de Formosa de Serra Negra/MA.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ambiental

Autores

Barros, A.S.S. (UFMA) ; Sousa, J.K.C. (UFMA) ; Lima, J.B. (UFMA) ; Moreira, J.M.T. (UFMA) ; Ferreira, M.S. (UFMA)

Resumo

Os agroquímicos podem ser benéficos, mas se usado inadequado torna-se nocivo ao ser humano. Por falta de conhecimento, os agricultores não ficam atentos ao manuseio e também à destinação final das embalagens após o uso. Este trabalho tem por objetivo investigar o nível de conhecimento dos agricultores da zona rural de Formosa da Serra Negra-MA que trabalham com vários tipos de plantações e donos de estabelecimentos comerciais desses produtos, em relação ao uso e manuseio de agroquímicos. O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa de campo e entrevista semiestruturada com perguntas fechadas direcionada a 11 agricultores de vários setores do município. Após o levantamento de dados pode-se constatar que os agricultores defendem o uso de agroquímicos mas desconhecem os seus efeitos.

Palavras chaves

Agroquímicos; Formosa de Serra Negra; Meio Ambiente

Introdução

Para garantir o sucesso da produção alimentícia o homem utiliza de meios, de máquinas, equipamentos e o uso de produtos químicos, agrotóxicos e/ou fertilizantes, que garantam essa boa produção, tanto pelo melhor uso das terras, quanto pelo serviço de controle das pragas. Porém, Evidências comprovam que a maioria dos agricultores desconhece os efeitos nocivos dos agroquímicos à saúde (PERES et al,2003) o que induz a cuidados mínimos ou mesmo nenhum durante o manuseio desses defensivos. Além disso, grande parte dos agricultores não obedece ao tempo mínimo de ação do princípio ativo dos praguicidas, por exemplo, na planta. Como consequência, os consumidores correm o risco de adquirirem um alimento ainda sob o efeito do produto, correndo o risco de terem problemas no sistema nervoso central, doenças cancerígenas e alterações fetais, no caso de consumo desses alimentos. Nas cidades do Maranhão essa preocupação é pertinente, uma vez que a maioria delas vive da agricultura. O foco desse estudo é a cidade de Formosa da Serra Negra, emancipada em 1994 e está localizada na região sul do Maranhão. A cidade de Formosa tem uma área de 3.690,610 km² e de acordo com o censo de 2016 possui 18.793 habitantes (IBGE, 2015). A base da economia do município é principalmente a agropecuária, sendo ainda rudimentar, com baixos níveis de produtividade e caracterizada principalmente pela agricultura familiar, com predominância da agricultura de subsistência, como as culturas de arroz, feijão, milho e mandioca (IBGE, 2015). Vários são os tipos de agroquímicos usados nesses tipos de plantações, e vários são os casos de problemas de saúde relacionados com as substâncias contidas nesses produtos. Por isso, é importante saber o nível de conhecimento dos que fazem uso deles.

Material e métodos

Para o desenvolvimento do trabalho, realizou-se uma vasta pesquisa bibliográfica em sites de consultas, artigos científicos, dentre outras fontes. Uma pesquisa de campo também foi realizada. Os locais visitados foram fazendas que trabalham com plantações de arroz, milho, feijão e hortaliças. Foram visitadas onze fazendas, no qual foi aplicado um questionário com oito questões, direcionadas aos agricultores nascidos e criados em Formosa da Serra Negra. As questões do questionário foram elaboradas basicamente para investigar se agricultores sabem o porquê de usarem agroquímicos e a importância dos mesmos em suas lavouras, contextualizando os seus males e os riscos que naturalmente estão expostos durante o seu manuseio. Logo em seguida, foi realizada uma visita nas lavouras no município de Formosa da Serra Negra para conhecimento de sua área de trabalho. Os estabelecimentos de vendas de produtos químicos da cidade também foram visitados. O objetivo dessa visita foi estabelecer um diálogo com os proprietários e instigar algumas questões relacionadas ao tema citado.

Resultado e discussão

O primeiro questionamento foi a respeito da opinião a respeito do uso dos agroquímicos. Dos entrevistados 55% responderam que consideram a sua utilização como sendo boa, e que o mesmo é de grande utilidade em suas lavouras. outros 30% confirmam que é ruim, para si e para o meio ambiente. Os 10% responderam que os agroquímicos têm seu lado bom e ruim e 5% não souberam responder. Considerando a problemática que o uso contínuo e indiscriminado dos agroquímicos pode causar, é importante que as pessoas que deles fazem uso saibam que os impactos não são somente positivos. Em relação ao tipo de produto químico mais utilizado por eles em plantações constatou-se que o mais usado é o Dimetilanilina (DMA) com 53% das afirmações. Dos entrevistados, 34% confirmaram que usam o Mata-Tudo, 10% responderam que preferem a utilização do Secante e 3% citaram outros tipos de produtos químicos. O DMA, de forma particular, é um herbicida agrícola que apresenta grau toxicológico e é classificado como extremamente tóxico e irritante aos olhos e pele, além de apresentar potencial de periculosidade ambiental. Foi verificado qual a frequência que os entrevistados fazem uso desses produtos em suas plantações por ano. 85% responderam que utilizam os agroquímicos uma vez por ano, 10% confirmaram que só utilizam duas vezes no decorrer do ano e 5% responderam que utilizam três vezes por ano. Com relação ao uso dos equipamentos de segurança e os riscos que podem oferecer, diferindo da pesquisa de Faria et al, (2004), em que mais da metade dos entrevistados usando EPIs, nesse estudo, 70% afirmam que não usam nenhuma proteção e 87% desconhece os riscos dos agroquímicos para a saúde. De acordo com os comerciantes produto mais vendida na cidade é Mirex, inseticida organoclorado.

Conclusões

O presente trabalho possibilitou perceber que uma das causas de intoxicação por agroquímicos é a falta de informação a respeito dos perigos que podem oferecer, forma de manuseio e cuidados com a proteção individual durante a aplicação. Na pesquisa realizada verifica-se que maioria dos agricultores desconhece os efeitos nocivos dos agroquímicos à saúde e também ao Meio Ambiente, o que induzem alertas e a cuidados no seu uso, no solo e no manuseio desses defensivos. Como consequência, os consumidores correm o risco de adquirirem um alimento ainda sob o efeito desses produtos.

Agradecimentos

UFMA

Referências

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Formosa da Serra Negra-MA. Disponível em: (29 de novembro de 2015).
FARIA, Neice Müller Xavier. FACCHINI, Luiz Augusto. FASSA, Ana Claudia Gastal. TOMASI, Elaine. Trabalho rural e intoxicações por agrotóxicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(5):1298-1308, set-out, 2004.
PERES, F., MOREIRA, J.C., CLAUDIO, L. Os impactos dos agrotóxicos sobre a saúde e o meio ambiente. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n.1, 2003.

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