DIFICULDADES NO ENSINO DE QUÍMICA: UM ESTUDO REALIZADO COM ALUNOS DE UM PROJETO DE ENSINO

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Menezes Costa, F. (UFPA) ; Ribeiro dos Santos, K. (UEPA) ; Nogueira Corrêa, C. (UEPA) ; Trindade Sarah, A. (UEPA) ; Portal Ribeiro, F.V. (UEPA) ; Morais da Silva, L.L. (UEPA) ; Panarra Ferreira Gomes das Neves, P.A. (UEPA)

Resumo

Buscou-se identificar os assuntos que os alunos apresentam maior dificuldade na aprendizagem da disciplina química. Tal objetivo torna-se relevante, pois é necessário que os professores conheçam as perspectivas e dificuldades de seus alunos, a fim de aperfeiçoar suas metodologias de ensino. A pesquisa foi realizada com alunos de um curso preparatório para o ENEM, o qual é um projeto de ensino vinculado à Universidade do Estado do Pará. Para obtenção dos dados, utilizou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas. A partir dos resultados, verificou-se que as dificuldades na disciplina de química, perpassam por conceitos relacionados às disciplinas de língua portuguesa e matemática, além da carência de aulas contextualizadas e interdisciplinares.

Palavras chaves

Metodologia de Ensino; Ensino Médio; Ensino de Química

Introdução

O ensino de química está sendo estruturado por meio de atividades que chegam a limitar os conteúdos de modo que o aprendizado torna-se técnico e centrado no professor (SANTOS, 2011). Diversas variáveis podem resultar nas dificuldades de aprendizagem por parte dos estudantes e para se chegar a uma solução do problema, é necessário que neste campo haja pesquisas relacionadas aos fatores que cercam a problemática (SILVA, 2013). De acordo com MIRANDA (2000), a principal dificuldade dos alunos com relação ao Ensino da química é em decorrência dos conhecimentos, memorização de informações e fórmulas, abstração de conceitos, compreensão e interpretação de modelos teóricos que é uma construção gradativa intrínseca a cada ser humano (PACHECO E SCOFANO, 2009). A química, infelizmente é vista como uma matéria desinteressante pela maioria dos estudantes apesar de estar presente no cotidiano dos alunos. As pesquisas mostram ainda que os alunos do ensino médio, geralmente apresentam baixos níveis de aprendizagens constatadas em avaliações internas realizadas no contexto da própria escola por professores, e nas externas realizadas por programas de avaliações mantidos pelo Ministério da Educação (MEC). A importância no estudo de química está na análise crítica de mundo, conhecimento construído, compreensão para a resolução de problemas atuais e relevantes para a sociedade. Desconstruindo desta forma a ideia de que os professores e alunos não compreendem os verdadeiros motivos para ensinar e aprender química. Partindo deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo identificar os assuntos de química que os alunos apresentam maior dificuldade na aprendizagem da disciplina química.

Material e métodos

A pesquisa foi desenvolvida com 71 alunos que participam de um projeto de Ensino da Universidade do Estado do Pará (UEPA) – Campus Belém, o qual oferece aulas preparatórias gratuitas para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Para coleta de dados foi aplicado um questionário constituído de questões abertas e fechadas, com o objetivo de conhecer o perfil dos alunos, a característica das aulas de química antes de participarem do projeto e conhecer quais os conteúdos de química que apresentam mais dificuldade.

Resultado e discussão

Em relação ao perfil dos participantes da pesquisa, verificou-se que 62,0% eram do sexo feminino e 38,0% do sexo masculino. Com relação à faixa etária, 76,0% dos participantes apresentavam entre 16-19 anos, 20,0% entre 20-25 anos e 4,0% mais de 25 anos. 60,0% já concluíram o Ensino Médio (EM) e 40% ainda não concluíram o EM. Em relação à metodologia que o professor de química da sua escola mais utilizava durante as aulas, constatou-se que: 52,5% ministram aulas teóricas utilizando apenas o quadro branco, 12,5% utilizam as aulas experimentais, 8,5 % utilizam data-show, 8,5% ensinavam com auxílio do livro didático, 7% jogos e peças teatrais e 11% não responderam. Através deste resultado, verifica-se a predominância de metodologias tradicionais. Tal resultado corrobora com Lopes et al. (2011), ao afirmar que os processos de ensino-aprendizagem que ainda predominam na Educação Básica apresentam características da chamada metodologia tradicional de ensino. Sobre a frequência dos professores relacionarem a química com as disciplinas biologia e física, 77,5 % afirmaram que essa relação ocorria com pouca frequência e 22,5% afirmaram que tal relação ocorria com muita frequência durante as aulas. A partir deste resultado, verifica-se a carência da inserção da interdisciplinaridade durante as aulas de química, de acordo com Santos et al. (2016), a interdisciplinaridade pode possibilitar trocas que extrapolam os limites das salas de aula, promovendo uma integração entre os saberes. Com relação aos conteúdos de química que os alunos apresentam maior dificuldade, os mais citados foram: estequiometria (28 citações), reações e funções inorgânicas (22 citações), química orgânica (12 citações), ligações químicas (10 citações) e eletroquímica (9 citações).

Conclusões

A partir da análise dos resultados, observou-se que os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem em Química principalmente em relação aos assuntos que necessitam de conceitos básicos das disciplinas matemática e língua portuguesa, além disso, a metodologia de ensino utilizada pelos professores também é um fator limitante, pois poucos relacionam a química com o cotidiano e com as outras ciências naturais. Os resultados evidenciam a necessidade de facilitar os assuntos estudados em sala de aula, sendo a contextualização e a interdisciplinaridade um dos caminhos a serem adotados.

Agradecimentos

Referências

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CHIERIGHINI, A.; AGUIAR, P. A. Metodologias de ensino e aprendizagem: obsevação e reflexão.
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MORALES, LAURA MARIELA; MAZZITELLI, CLAUDIA ALEJANDRA; OLIVERA, Adela del Carmen. La enseñanza y el aprendizaje de la Física y de la Química en el nivel secundario desde la opinión de estudiantes. Revista electrónica de investigación en educación en ciencias, v. 10, n. 2, p. 11-19, 2015.

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