ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DA ESPÉCIE VEGETAL (Allium Sativum L.)

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Quefi, B. (UNILAB) ; Fernandes, O.L.G. (UNILAB) ; Fonseca, A.M. (UNILAB) ; Colares, R.P. (UNILAB) ; Silva, M.M. (UNILAB) ; Carmo, M. (UNILAB)

Resumo

A finalidade do presente trabalho foi avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico das folhas da espécie vegetal Allium sativum L., conhecida popularmente como alho. Este vegetal pertence a família Amaryllidaceae, que é usada em temperos, condimentos e na medicina popular tradicional, por possuir vários nutrientes e ação biológica. O método de avaliação da atividade antioxidante aplicada foi o de sequestro do radical DPPH, com a concentração de 0,06 mM. Foi realizado a leitura de absorbâncias da amostra com um espectrofotômetro UV/Vis, na região de 520 nm. De acordo com o resultado, o extrato etanólico das folhas, provavelmente apresentou-se atividade antioxidante moderada, comparando com o padrão positivo, pois seu valor de IC50 foi 994,17 ppm e o do padrão positivo, 700,49 ppm.

Palavras chaves

Antioxidante; DPPH; Allium sativum L.

Introdução

O alho é um vegetal da espécie Allium sativum L., pertencente a família Amaryllidaceae. Esta espécie é considerada um alimento, muito utilizada desde a antiguidade, tanto na medicina popular como na culinária. O A. sativum possui vários nutrientes, o que mais se destacam na composição nutricional, são os altos teores dos elementos zinco e selênio, ambos metais antioxidantes (LEONÊZ, 2008). Além disso, possuem ação antiviral, antifúngica e antibiótica (DALONSO, et al., 2009). O termo antioxidante está relacionado a um conjunto heterogêneo de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais e, ainda, enzimas, que bloqueiam o efeito dos radicais livres. E, encontram-se nas frutas e verduras que diariamente são consumidas e têm potencial de modificar o metabolismo humano de maneira favorável na prevenção do câncer ou doenças degenerativas. Atualmente, a determinação de antioxidantes é realizada através do método de sequestro do radical (2,2- difenil-1-picril-hidrazil) DPPH (LEME, 2015). Este ensaio baseia-se na medida de capacidade antioxidante de uma determinada substância em sequestrar o radical de DPPH, reduzindo-o a hidrazina. Quando uma determinada substância que age como doador de átomos de hidrogênio é adicionada a uma solução de DPPH, a hidrazina é obtida com mudança simultânea na coloração de violeta para a amarela (ALVES, et al., 2010). Objetivo do presente trabalho foi realizar o teste de DPPH para avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico das folhas do alho.

Material e métodos

O material vegetal foi coletado no Município de Aratuba, bairro Sitio de Barreiros (CE) nas coordenadas 4º23’46’’S e 39º1’7’’W. Onde foi identificado e catalogado no Herbário Prisco Bezerra, UFC, departamento de Biologia, pela botânica, Profa. Dra. Maria Iracema Bezerra Loiola, com a exsicata de voucher EAC #60569. As folhas frescas foram secadas na estufa com temperatura de 45 ºC, durante 7 dias, posteriormente foram trituradas em liquidificador industrial. Logo em seguida, foi adicionado ao material solvente orgânico (etanol) durante 3 dias em temperatura ambiente. Filtrou-se e evaporou-se o solvente com rota- evaporador, controlado a temperatura de 50 ºC. Assim, obteve-se o extrato bruto etanólico das folhas do alho. A partir do extrato bruto, foi analisado sua atividade antioxidante com ensaio de DPPH. Preparou-se a solução etanólica de DPPH (2,2-difenil-1- picrilhidrazil) 0,06 mM. Foram preparados uma solução mãe de 2 mg/mL ou 2000 ppm, onde dissolveu-se a amostra em etanol. A partir da solução mãe, foram diluídos em tubos de ensaio para obter as concentrações de 1500; 1000; 500; 250 e 125 ppm. A partir das concentrações preparadas, reagiu-se a solução etanólico de DPPH com amostras e deixou-se em local escuro durante 30 minutos, para a reação ocorrer. Após isso, realizou-se a leitura em espectrofotômetro UV/Vis. na região de 520 nm. Etanol foi utilizado para calibrar o espectro, etanol e DPPH foi utilizado como controle negativo e ácido ascórbico como controle positivo. O ensaio foi realizado em triplicata. A porcentagem da atividade antioxidante de radicais livres de DPPH foi calculado a seguinte fórmula: %AA = 1–( [Abs] Amostra/[Abs] DPPH) x 100. Foi utilizado a metodologia de Alves et al., (2010); Rufino et al., (2007); Silva et al., (2012).

Resultado e discussão

A partir da análise dos resultados obtidos, o extrato etanólico das folhas de Allium sativum L. frente ao radical DPPH, após 30 minutos de contato com a solução, observou-se a uma mudança na coloração da solução, de roxa passando a ficar amarela, e houve um decréscimo na medida da absorbância do DPPH, apresentado no espectro na região de 520 nm. Os resultados estão mostrados na Tabela 1. Observou-se que, na concentração maior apresentou-se a porcentagem inibitória de 66,85%. O IC50 foi calculado a partir da curva de regressão linear e equação da reta. O IC50 representa a concentração do extrato necessária para inibir 50% do radical DPPH. Quanto menor esse valor maior será o seu IC50 e maior a atividade antioxidante (BOROSKI et al., 2015). De acordo com os resultados obtidos do extrato etanólico de alho, o IC50 apresentou-se 994,17 ppm, ao se comparar com o controle positivo (ácido ascórbico), com um valor de IC50 700,49 ppm.

Conclusões

Através dos resultados obtidos, concluiu-se que a atividade antioxidante do extrato etanólico da folha de Allium sativum L., provavelmente mostrou-se moderadamente uma atividade antioxidante através do ensaio de DPPH. Em relação a atividade antioxidante ativa, o trabalho precisa ser continuado para que seja feito o isolamento e purificação de metabólitos secundários possíveis de serem antioxidantes, e outras atividades biológicas, com prováveis aplicações na área alimentícia e medicinal.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos órgãos de fomento CNPq, FUNCAP e UNILAB.

Referências

ALVES, C. Q.; DAVIS, J. M.; DAVIS, J. P.; BAHIA, M. V.; AGUIAR, R. M. Métodos para determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Qui. Nova, Vol. 33, No. 10, 2202-2210, 2010.

BOROSKI, M.; VISENTAINER, J.V.; COTTICA, S.M.; MORAIS, D.R. Antioxidantes: Princípios e Métodos Analíticas. Editora; Appris. 1ª Ed. Curitiba – PR, 2015.

DALONSO, N.; IGNOWSKI, E.; MONTEIRO, C. M. A.; GELSLEICHTER, M.; WAGNER, T. M.; SILVEIRA, M. L. L.; SILVA, D. A. K. Extração e caracterização de carboidratos presentes no alho (Allium sativum L.): porposta de metodologia alternativa. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 29(4): 793-797, 2009.

LEME, L. M. Determinação de antioxidantes em alho (Allium sativum L.) utilizando espectroscopia e quimiometria. Campo Mourão, 2015. Trabalho de conclusão de curso, Departamento de alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2015.

LEONÊZ, A. C. Alho: Alimento e saúde. Monografia Especialista em Gastronomia e Saúde. Universidade de Brasília. Brasília, 2008.

RUFINO, M. S. M.; ALVES, R. E.; BRITO, E. S.; MORAIS, S. M.; SAMPAIO, C. G.; JIMÉNES, J. P.; CALIXTO, F. D. S. Metodologia científica: determinação da atividade antioxidante total em frutas pela captura do radical livre DPPH. Comunicado técnico online. Fortaleza, 2007.

SILVA, J. M.; MOTTA, E. V. S.; MENDES, R. F.; SCIO, E. Caracterização Fitoquímica, teor de fenóis e flavonoides e avaliação da capacidade antioxidante da folhas de Lacistema pubescens mart. HU Revista, juiz de Fora, v. 37, n. 3, p. 347-352, 2012.

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