ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO DA ÍNDIA (SYZYGIUM AROMATICUM) FRENTE À CEPAS DE ESCHERICHIA COLI (ATCC 25922) E STAPHYLOCOCCUS AUREUS (ATCC 25923).

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Baima, P.T.S. (UFMA) ; Everton, G.O. (UFMA) ; Teles, A.M. (UFMA) ; Mouchrek Filho, V.E. (UFMA) ; Mouchrek, A.N. (UFMA)

Resumo

Os óleos essenciais são compostos voláteis retirados das plantas ou especiarias e apresentam diferentes propriedades biológicas. Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a atividade antimicrobiana por determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) frente à cepas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Obteve-se para Escherichia coli a CIM de 100 μg/mL e para Staphylococcus aureus 200 μg/mL. A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se concluir que o óleo apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas padrão de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Resultados semelhantes ao da literatura foram observados.

Palavras chaves

Óleo essencial; CIM; Cravo-da-índia

Introdução

As plantas são utilizadas pelos homens, que perceberam e continuam a descobrir a importância que estas possuem para o bem estar humano (VICTÓRIO, 2008). Dentro disto, os óleos essenciais são compostos voláteis retirados das plantas ou especiarias. A sua composição química depende de vários fatores, principalmente da origem da planta. Por isso, cada óleo tem uma composição química específica (WOLFFENBÜTTEL, 2007). Além disso, apresentam diferentes propriedades biológicas, como a ação larvicida, atividade antioxidante, ação analgésica e anti-inflamatória, fungicida, e atividade antitumoral. O cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) é uma planta arbórea, possui odor fortemente aromático, sabor ardente e característico (SILVESTRI et al., 2010). Sua composição química é constituída principalmente por eugenol, que apresenta efeito anti-inflamatório, cicatrizante, analgésico e é eficaz no combate e diminuição de bactérias presentes na boca. Com propriedades antibactericidas é também usado como anestésico e antisséptico para o alívio de dores de dente (NASCIMENTO et al., 2000). Além de seus efeitos nessas aplicações, o de cravo-da-índia reduz o número de Escherichia coli e outras bactérias durante a armazenagem de sucos, leites e chás (MAU et al., 2001). Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a atividade antimicrobiana por determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de cravo-da-índia (Syzygium aromaticum) frente à cepas de Escherichia coli (ATCC 25922) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923).

Material e métodos

O óleo essencial dos botões florais secos de Syzygium aromaticum (cravo-da-índia), foi extraído por hidrodestilação, utilizando um extrator Clevenger, em temperatura constante de 100°C/3h. Após a extração, os óleos foram armazenados em frascos apropriados, e mantidos em refrigeração. Foram utilizadas duas cepas de bactérias provenientes da “American Type Culture Collection” (ATCC), cedidas pelo Laboratório de Microbiologia do Controle de Qualidade de Alimentos e Água da Universidade Federal do Maranhão (PCQA-UFMA), sendo uma Gram-negativas: Escherichia coli e uma Gram-positiva: Staphylococcus aureus. A identificação das cepas foi confirmada por ensaios bioquímicos convencionais. Para determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), utilizou-se a técnica de diluição em caldo. Preparou-se uma solução, utilizando- se DMSO 2%, na concentração de 1000 μg/mL do óleo essencial de Syzygium aromaticum. Em seguida foram realizadas diluições seriadas em Caldo Mueller Hinton (MH), resultando nas concentrações de 500, 250, 200, 100, 50, 25 e 5 μg/mL. A suspensão microbiana, realizada previamente de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2003), contendo 1,5x108UFC/mL das cepas foram adicionadas a cada concentração. Realizou-se o controle de esterilidade para o DMSO, Caldo MH e de crescimento bacteriano. Logo após os tubos foram incubados a 35°C por 24 horas. Após o período de incubação, foi verificada a concentração inibitória mínima dos óleos e extratos, sendo definida como a menor concentração que visivelmente inibiu o crescimento bacteriano (ausência de turvação visível). Ensaios realizados em triplicata.

Resultado e discussão

Através dos resultados obtidos, observou-se que o óleo essencial de cravo- da-índia possui atividade antimicrobiana frente à Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Através da determinação da concentração inibitória mínima (CIM), foi obtida para Escherichia coli a CIM de 100 μg/mL e para Staphylococcus aureus 200 μg/mL. Resultados semelhantes foram encontrados por Silvestri et al. (2010), que analisaram a atividade antimicrobiana do óleo essencial de cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata Thunb.) pelo método de CIM, obtendo a CIM de 300 μg/mL para o Staphylococcus aureus. Santos et al. (2011) ao também analisarem a atividade antimicrobiana do óleo essencial de cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata Thunb.) encontrou a CIM de 500 μg/mL para Staphylococcus aureus e 100 μg/mL para Escherichia coli. Busatta et al. (2007), que verificaram que a Escherichia coli, e Staphylococcus aureus apresentaram os respectivos valores 500 e 230 μg/mL, enquanto o presente estudo, a CIM para o mesmo óleo foram de 100 e 200 μg/mL. Observou-se também que a atividade mais eficiente do óleo essencial se mostrou frente à Escherichia coli, em uma diferença de CIM 100 μg/mL maior para Staphylococcus aureus. Para Nascimento et al. (2007), os métodos de atividade antimicrobiana (diluição e difusão) não são necessariamente comparáveis. Isto por que o método de diluição mostra ser o que melhor disponibiliza dados quantitativos, enquanto a difusão em placa constitui-se um método qualitativo.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se concluir que o óleo essencial extraído dos botões florais secos de cravo-da-índia apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas padrão de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Obtiveram-se resultados semelhantes ao da literatura.

Agradecimentos

AO PCQA e À UFMA

Referências

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SANTOS, J., CARVALHO FILHO, C., BARROS, T. and GUIMARAES, A. (2011). Atividade antimicrobiana in vitro dos óleos essenciais de orégano, alho, cravo e limão sobre bactérias patogênicas isoladas de vôngole. Semina: Ciências Agrárias, [online] 32(4), pp.1537-1564. Available at: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/viewFile/5392/8915 [Accessed 1 Aug. 2017].

SILVESTRI, J. D. F.; PAROUL, N.; CZYEWSKI, E.; LERIN, L.; ROTAVA, I.; CANSIAN, R. L.; MOSSI, A.; TONIAZZO, G.; OLIVEIRA, D.; TREICHEL, H. Perfil da composição química e atividades antibacteriana e antioxidante do óleo essencial do cravo-da-índia (Eugenia caryophyllata Thunb.). Revista Ceres, Viçosa, Vol. 57, No 5: 589-594, 2010.

VICTÓRIO, Cristiane Pimentel; LAGE, Celso Luiz Salgueiro. Uso de plantas medicinais. Revista Arquivos FOG – Saúde, Sociedade, Gestão e Meio Ambiente, v. 5, n. 1, p. 33-41, 2008.

WOLFFENBUTTEL, Adriana Nunes. Óleos essenciais. Informativo CRQ-V, ano XI, n.
105, p. 6-7, nov./dez. 2007.

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