MONITORAMENTO DO TEOR DE SACAROSE NO COLMO DA CANA-DE-AÇÚCAR PARA PRODUÇÃO DE CACHAÇA

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Almeida, E.V. (UFC)

Resumo

A pesquisa foi desenvolvida em uma usina sucroalcooleira, visando acompanhar na entre safra o índice de maturação da cana-de-açúcar, para colheita da mesma, no ápice da sacarose, contribuindo dessa forma para uma maior produtividade e redução de desperdícios em uma usina sucroalcooleira. O acompanhamento se concretizou por meio de análises, para medir o brix, através da refratometria, método utilizado para medir o índice de refração de uma substância translúcida, utilizando o equipamento refratômetro de campo. Foi medido o brix da base, do meio e da ponta de cada cana e feito uma média para obter o índice de maturação. Após realização da última repetição de amostragem, depois de estudar os resultados, foi definido o início da safra e montado um cronograma.

Palavras chaves

cana-de-açucar; sacarose; colmo

Introdução

O ápice de concentração da sacarose se dá quando a planta encontra-se em condições no qual há limitações de seu crescimento, tais como falta de água, falta de nutrientes e condições contrárias de clima. Dentre inúmeros fatores que contribuem para o cultivo da cana-de-açúcar, a água exerce grande influência para obter altos rendimentos. Teodoro et al., (2009), concluíram que a precipitação pluvial, devido à má distribuição no tempo, prejudica o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade dessa cultura. A variabilidade temporal das condições de umidade do solo causada pela irregularidade das chuvas é, isoladamente, o fator que exerce maior peso na oscilação dos rendimentos da cultura da cana-de-açúcar (INMAN-BAMBER & SMITH, 2005). Existem alguns métodos para conhecimento da maturação da cana-de-açúcar, dentre eles, a aparência do canavial (método empírico), no qual se baseia em características externas da planta, onde a folha no ápice da planta apresenta coloração verde amarelada e menos ereta; as folhas do terço médio e basal secam e em algumas variedades caem facilmente; no estágio de desenvolvimento da planta e na emissão da inflorescência, no entanto vale destacar, que possuem variedades que não florescem. Há o método avaliado através da idade da cana, onde faz uso de diferentes variedades de canas, no qual apresentam diferentes épocas de maturação e faz um estudo do histórico do talhão, qual foi à época de colheita do ano anterior. Dentre os métodos, vale destacar o método do uso do refratômetro de campo, método esse escolhido para desenvolvimento do referente trabalho. O método é realizado através de um aparelho de manejo simples, com custos baixos e rápidas leituras. Tal aparelho fornece leitura direta do grau brix (porcentagem de sólidos solúveis no caldo, unidade que indica a porcentagem de sólidos, açúcar mais impurezas, obtida como refratômetro digital de leitura automática, com correção automática de temperatura) (MANUAL, 2006).

Material e métodos

Após realizadas pesquisas dos tipos de solos, escolha do cultivar ideal, escolha da variedade, preparo da área onde irá receber as mudas para plantio, análise do quadro chuvoso, critério de amostragem e método analítico a ser utilizado, o referido trabalho teve início. O critério de amostragem foi realizado em proporção ao total de área plantada. Na referida usina, por conta de condições climáticas, a área plantada foi reduzida. A área plantada foi de aproximadamente 1300 ha. Foi colhida uma amostragem de 3 canas para cada bloco e talhão, devidamente identificadas com bloco, talhão, variedade, idade, área e ponto. Após coletadas e identificadas, as amostram foram submetidas à análise. A análise foi realizada através do equipamento refratômetro digital, como mostra a figura 1, segundo o procedimento operacional padrão da empresa. Depois de atingido a temperatura ideal é feita a leitura da análise que é dada em escala que vai de 0 até 32 °Brix expresso em g/100g. Depois de obter a planilha devidamente preenchida, foi feito um estudo dos dados e realizado o acompanhamento da evolução da maturação. A maturação da cana ocorre da base para o ápice do colmo e estará propícia a colheita a partir do momento em que o teor de sacarose apresentar valores próximos nos seguimentos.

Resultado e discussão

Os dados obtidos foram alocados em uma tabela, que apresenta o índice de maturação do período de 22/06 a 03/09/16. Na tabela pode se observar os resultados das análises da primeira, segunda e terceira amostragem da matéria- prima. O gráfico 1 mostra o comportamento do índice de maturação do período citado. Pode-se observar que no período do dia 22 a 24 de junho de 2016 a cana se apresenta na sua maioria, como verde, pois o IM está entre 0,33 e 0,59, podendo dessa forma prolongar mais o início da safra, aumentando a concentração de sacarose. Os blocos e talhões em destaque apresentam o IM entre 0,60 e 0,85, logo se encontram em processo de maturação. Observou-se que no período compreendido entre os dias 18 a 20 de julho de 2016 a cana apresentou na sua maioria, como em processo de maturação, pois o IM está entre 0,60 e 0,82, podendo dessa forma prolongar mais o início da safra, porém, com a atenção voltada para o próximo período de amostragem, pois, provavelmente estará madura. Apesar da evolução do primeiro para o segundo período de 18,7% no Bloco 7, Talhão 3 Variedade RB - 867515; e de 21,6% no Bloco 8, Talhão 1 Variedade RB - 867515, verificou-se que ambos apresentaram o IM abaixo de 0,60, estando a cana ainda verde, tal justificativa se deve pelo tipo de variedade. No terceiro período de amostragens, pode se observar uma significativa evolução, do total de 32 blocos e talhões, 23 estão maduros, com concentração significativa de sacarose, e prontos para a colheita com escala de 0,85 a 0,99. Os demais, ainda se encontram em maturação, variando a escala entre 0,74 e 0,84. A colheita teve início com o bloco 10, talhão 01 variedade SP – 716949. Houve uma sequência e que em alguns casos, houve repetições devido o valor do índice de maturação ser igual. No caso de valores iguais, foi adotado a seguinte estratégia, avaliar a evolução do período anterior no decorrer das análises. No terceiro período, 01 a 03 de setembro de 2016, destaca-se os seguintes blocos e talhões, conforme o gráfico 2, com os respectivos IM: seguindo a estratégia de desempate dos blocos e talhões com valores iguais no terceiro período.




Gráfico 1

O gráfico mostra o comportamento do índice de maturação do período 22 de junho a 03 de setembro de 2016.

Gráfico 2

O gráfico 2 apresenta o comparativo do índice de maturação entre o bloco 7 talhão 3 e bloco 8 talhão 1.

Conclusões

Mediante os dados da pesquisa, foi possível elaborar uma programação da colheita da cana-de-açúcar no tempo ideal, buscando conciliar alta produtividade com elevado teor de sacarose. A safra teve início no dia 05/09/16, a programação aconteceu usando como critério o último período analisado. O comportamento da maturação da cana foi acompanhado durante a safra através das análises, com isso foi possível estudar com mais detalhes a evolução de cada bloco e talhão, tais dados servirão de base para a safra do ano seguinte.

Agradecimentos

A Coordenação do Curso de Licenciatura Semipresencial em Química da UFC Virtual; a Direção do Polo de S.Gonçalo do Amarante; a Direção da Usina Ypióca, Paracuru-CE.

Referências

INMAN-BAMBER, N. G.; SMITH, D. M. Water relations in sugarcane and response to water deficits. Field Crops Research, v.92, p.185-202, 2005.

MANUAL CONSECANA – Conselho dos produtores de cana, açúcar e álcool do Estado de São Paulo. Manual Orplana. Disponível em:
< http://www.orplana.com.br/manual_2006.pdf >. Acesso em: 22 ago. 2016.

TEODORO, I.; SOUZA, J. L.; BARBOSA, G. V.; MOURA FILHO, G.; DANTAS NETO, J.; ABREU, M. L. de. Crescimento e produtividade da cana-de-açúcar em cultivo de sequeiro nos tabuleiros costeiros de Alagoas. Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil – STAB. v. 27, n. 4, p.46 – 49, 2009.

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