PRÉ-QUANTIFICAÇÃO DE INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE NOS EXTRATOS ETANÓLICO E HEXÂNICO DAS FOLHAS DE JAMBO (Sygyzium jambos)

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Jales de Paula, B. (UECE) ; Soares da Costa Oliveira1, M. (UECE) ; Edvar de Queirós Júnior, J. (UECE) ; Ribeiro Alves, D. (UECE) ; Ingrid Santos Oliveira, Y. (UECE) ; Oliveira Barbosa, C. (UECE)

Resumo

O jambo, Sygyzium jambos, é planta uma boa fonte de ferro, proteínas e outros minerais. Suas folhas contêm alto teor de iodo e ajudam a perder peso quando consumida em chás, também serve para reduzir a febre. Neste trabalho foi realizado o teste da atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase (AChE) aferida em placas de 96 poços de fundo chato utilizando leitor Elisa BIOTEK, baseando-se na metodologia descrita por ELLMAN et al. (1961). Durante a realização do teste de inibição da enzima acetilcolinesterase foi observado que os extratos inibiram moderadamente ação da AChE, comparado com o padrão a fisostigmina, o teste realizado possui intervalo de confiança de 95%.

Palavras chaves

JAMBO; EXTRATO DE FOLHAS; acetilcolinesterase

Introdução

Pertencente ao gênero Myrtaceae, Syzygium malaccensis (L.) o jambo é uma árvore de origem asiática, nativa de Índia e da Malásia e no nordeste do Brasil. Seus frutos são edulos, muito apreciados pelo aroma agradável (PIO CORREA, 1969), e empregados como diuréticos, digestivos e antifebris, (CRAVO, 1994). As folhas são empregadas na medicina popular como digestivas e anti-inflamatórias (SLOWING; CARRETERO; VILLAR, 1996). A maior parte das espécies são arbustos ou árvores de folhagem perene. Muitas são cultivadas como ornamentais pela sua folhagem brilhante. Algumas, mas poucas, produzem frutos comestíveis que podem ser consumidos frescos ou usados em compotas e geleias. (KUROSAWA, 1962). Os Benefícios do Jambo para saúde são grandiosos por ser uma excelente fonte de Fósforo, Ferro, Proteínas, Vitamina C, Vitaminas B1, vitaminas B2. Produtos naturais podem ser tão eficientes quanto os produzidos pela síntese química, contudo a transformação de uma matéria prima vegetal em um medicamento deve visar à preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico. O objetivo do trabalho foi verificar se os extratos etanólico e hexânico das folhas de jambo tem uma boa inibição da enzima acetilcolinesterase para sua futura utilização como biofármaco.

Material e métodos

A atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase (AChE) foi aferida em placas de 96 poços de fundo chato utilizando leitor Elisa BIOTEK, baseando-se na metodologia descrita por ELLMAN et al. (1961). Foram utilizadas as seguintes soluções por poço: 25 µL de iodeto de acetiltiocolina (15 mM), 125 µL de 5,5’– ditiobis-[2-nitrobenzóico] na solução Tris/HCL (50nM, pH=8, com 0,1 M de NaCL e 0,02 M de MgCL2 .6H2O. (3 mM, DTNB ou reagente de Ellman)), 50 µL da solução Tris/HCL (50 nM, pH=8, com 0,1% de albumina sérica bovina (BSA)), 25 µL das amostras de extrato dissolvidas em etanol e hexano e diluídas 10 vezes na solusção Tris/HCL (50 mM, pH=8) para obter uma concentração final de 0,2 mg.mL-1 (Rhee et al. 2001, Trevisan et al. 2003). A absorbância foi aferida a 405 nm durante 30 segundos. Em seguida, foram adicionados 25 µL da enzima AChE (0,25 U.mL-1 ) e a absorbância foi aferida por minuto até o total de 25 minutos de incubação da enzima. Como padrão negativo foram utilizadas todas as soluções, excetuando-se a amostra. As diluições das amostras e dos padrões positivos utilizadas nas avaliações quantitativas em microplaca, partiram de solução mãe com concentração de 20 mg/mL foram: 200, 100, 50, 25, 12,5, 6,25, 3,12, 1,56, e 0,78 µg.mL-1. Foram extintos da análise os valores referentes às colorações naturais dos extratos. A porcentagem de inibição da AChE foi calculada através da comparação das velocidades de reação (hidrólise do substrato) das amostras em relação ao branco (considerada atividade total da AChE, 100%). O padrão utilizado como controle positivo é a fisostigmina. Todas as amostras foram analisadas em triplicata. As amostras apresentaram coloração própria absorvida pelo espectro de onda de leitura, sendo assim, foram deduzidos os valores referentes à coloração.

Resultado e discussão

Após normalização dos dados foi realizado teste de curva de regressão não linear pelo programa estatístico GraphPad Prism v5, obtendo os seguintes resultados preliminares: Fisiostigma (IC50 1,149μg/mL, Extrato etanólico (IC50 34,73μg/mL), Extrato hexânico (IC50 42,02μg/mL). As amostras analisadas apresentaram valores acima do padrão a fisostigmina, indicando que ele possui atividade moderada de antiacetilcolinesterase conforme referencial teórico. Testes posteriores deverão ocorrer para confirmar com mais clareza os resultados deste trabalho. Extratos etanólicos de manga e caju por exemplo mostraram com melhor atividade inibitória que o jambo, fato esse que podemos relacionar com a atividade antioxidante dos mesmos extratos, já relatados na literatura.

Conclusões

Segundo os resultados que obtivemos podemos perceber que os extratos etanólico e hexânico possuem uma moderada atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase, pois os valores ficaram acima do fisiostigma, padrão utilizado que age como excelente inibidor da AChE.

Agradecimentos

A Universidade Estadual do Ceará – UECE pela bolsa de IC/UECE, pela oportunidade de ingressar na pesquisa científica.

Referências

COSTA, R.S., OLIVEIRA, I.V.M., MÔRO, F.V., MARTINS, A.B.G. (2006). Aspectos morfológicos e influência do tamanho da semente na germinação do jambo vermelho. Revista Brasileira de Fruticultura, 28:117-120.
CRAVO, A.B. Frutas e ervas que curam: a panaceia vegetal. 4 ed. São Paulo: Hemus, 1994, p. 120
LORENZI, H; SARTORI, S; BACHER, L.B; LACERDA, M. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). Editora printed in Brasil, p. 461, 2006.
MEYER B. N.; FERRIGN R. N.; PUTNAM J. E.; JACOBSON L. B.; NICHOLAS D. E.; MCLAUGHLIN J. L. (1982). shrimp, a convenient general bioassy for active-plant constituents. Planta Medical, 45: 31-34.
PIO CORREA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, 1969. v. 4, p. 427
SLOWING, K.; CARRETERO, E.; VILLAR, A.; Anti-inflammatory compounds of Eugenia jambos. Phytoterapy Research, v. 10, p. S126-S127, 1996.

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