PRODUÇÃO DE INDICADORES NATURAIS ÁCIDO-BASE A PARTIR DE EXTRAÇÃO ALCOÓLICA DOS PIGMENTOS DE ESPÉCIES VEGETAIS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Urbano Arcanjo, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Perez Rengifo, E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Ribeiro da Silva, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Costa Ribeiro, B.J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Andrade de Almeida, W. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; da Silva Lomas, F.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Schiavon Almeida, A.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Guimarães Brandão, E. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC) ; Abreu Lima, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-INC)

Resumo

Sabe-se que uma das dificuldades encontradas para a realização de aulas experimentais é a indisponibilidade de materiais nos laboratórios de ensino. Nesse sentido o objetivo desse trabalho foi produzir indicadores naturais ácido-base utilizando folhas de espécies vegetais da região. Esta atividade foi realizada no município de Benjamin Constant-AM, laboratório de Química Orgânica do Instituto de Natureza e Cultura-UFAM, com as amostras das seguintes plantas: aiapana (Euphorbia Coiinifolia L).; bredo (Amaranthus cruentus L) e Dracena vermelha (Cordyline terminales). Conforme os testes realizados no laboratório, observou-se que os extratos dessas plantas podem ser aproveitados para realizações de aulas práticas em sala de aula, logo que são de baixo custo e simples preparação.

Palavras chaves

plantas; aulas experimentais; extratos naturais

Introdução

A utilização de aulas práticas no ensino de química, tem se tornado uma alternativa viável na complementação do repasse de conteúdos para os alunos. Pois se trata de uma ferramenta que contribui para a fixação do conteúdo, lo que relaciona a teoria e prática. Nem sempre se consegue fazer essa ligação, principalmente diante da atual realidade da educação no Brasil, onde a maioria das escolas, em especial as públicas, não possui laboratórios e materiais didáticos adequados para que o professor possa desenvolver conceitos a partir da observação de fatos experimentais (DIAS, 2003). Essa é uma das dificuldades encontradas pelos professores em aplicar esse tipo de abordagem. A produção de indicadores naturais ácido-base a partir de plantas presentes na região, é uma alternativa encontrada para amenizar esse problema. Vários indicadores naturais já foram relatados em literaturas como indicadores de pH, a exemplo do extrato de repolho-roxo e beterraba. No entanto é possível também extrair esse extrato de outras plantas que contenha em sua composição química a presença de antocianina, que na presença de um ácido ou uma base apresenta mudança de coloração. Os indicadores naturais são soluções fracas; isto é, apresentam um valor de pH próximo ao pH neutro, adicionados a uma determinada solução, eles ligam-se a íons H+ ou OH-. A ligação que ocorre com estes íons provoca uma mudança na configuração eletrônica destes extratos, tal alteração deve ser um dos principais motivos responsáveis pela variação de coloração presente no meio (LIMA, 2013). O objetivo desse trabalho foi produzir indicadores naturais ácido-base utilizando folhas de espécies vegetais da região, que possam vir a ser utilizados por professores em aulas experimentais no ensino de ácido- base.

Material e métodos

Esta atividade foi realizada no município de Benjamin Constant-AM, região do Alto Solimões no período de julho de 2017. Foi produzido no laboratório de Química Orgânica do Instituto de Natureza e Cultura da UFAM. As amostras das plantas: aiapana (Euphorbia coiinifolia L).; bredo (Amaranthus cruentus L) e dracena vermelha (Cordyline terminales) foram coletadas em uma área urbana da cidade. As amostras foram lavadas para retirar algumas impurezas e pesadas 10 g de cada. Para a preparação do extrato foi utilizado a extração de pigmentos alcoólicos, que segundo Dias (2003), a via de extração de pigmentos alcoólica é a mais eficiente, pois, quando os extratos/indicadores em contato com as substâncias oferecem maior distinção na variação das cores. Inicialmente separaram-se as folhas e com o auxílio de uma faca recortou-se em pequenos pedaços e pesou-se. Logo após foi transferido para almofariz com pistilo e macerou-se em álcool etílico para uma obtenção mais eficiente dos pigmentos. Em seguida, filtrou-se utilizando papel filtro e obtiveram-se os extratos. Para teste de aplicabilidade de indicador ácido- base foram utilizadas as seguintes substâncias: água sanitária, vinagre, creme dental e hidróxido de sódio, cada uma dessas foi colocada em um tubo de ensaio diferente, sendo preparadas três amostras para que fossem adicionados os três tipos de extratos e com o auxílio de um conta gotas foi adicionado 10 gotas do indicador e observou-se até o completo repouso da amostra.

Resultado e discussão

Foi avaliado se os extratos alcoólicos da E. coiinifolia, C. terminales e A. cruentus, podiam ser utilizados como indicadores de ácido-base em possíveis aulas experimentais realizadas em sala de aula. A utilização dos extratos naturais indicadores de pH pode ser explorada didaticamente, desde a etapa de obtenção até a caracterização visual das diferentes formas coloridas que aparecem em função das mudanças de pH do meio (SOARES; SILVA; CAVALHEIRO, 2001). Os resultados podem ser avaliados no quadro 1. Conforme os testes realizados observou-se que os extratos dessas plantas podem ser aproveitados para realizações de aulas práticas em sala de aula, pois o ácido e as bases ao entrarem em contato com os extratos dessas plantas apresentaram mudanças em sua coloração. Os extratos (indicadores naturais) apresentam coloração próxima do vermelho em contato com as soluções ácidas e próximas do verde em contato com as básicas (TERCI; ROSSI, 2002).

Quadro 1: variação de coloração com a adição do indicador ácido-base.

resultados obtidos apos os testes das soluções utilizando extratos naturais.

Conclusões

Conclui-se que os pigmentos das folhas dessas espécies vegetais plantas podem ser utilizados como indicadores em sala de aula, logo que é uma produção de baixo custo, que utiliza materiais de laboratórios que podem ser substituídos por materiais encontrados no cotidiano. É uma alternativa sugerida para embasar a aula teórica, e dinamizar as aulas de química.

Agradecimentos

Agradecemos a Universidade Federal do Amazonas por ter cedido espaço no laboratório da instituição para a realização de trabalho.

Referências

DIAS, M. V.; GUIMARÃES, P I. C.; MERÇONE, F. et. al. Corantes Naturais: Extração e emprego como indicadores de pH. Química Nova na Escola. Niterói, n. 17, p.27-31, 2003.
LIMA, R. Escala de PH e indicadores ácido-base naturais. 2013. Disponível em: <http://www.pontociencia. org.br/experimentos/visualizar/escala-de-ph-e-indicadores-acido-base-naturais/1148>. Acesso em: 29 de Julho 2017.


SOARES, M. H. F. B.; SILVA, M. V. B.; CAVALHEIRO, E. T. G. Aplicação de corantes naturais no ensino médio. Eclética Química, v. 26. p. 98-103, 2001.

TERCI, D. B. L.; ROSSI, A. V. Indicador natural de pH: usando papel ou solução?. Química Nova, v. 25, n. 4, p. 684-688, 2002.

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