DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FLAVONÓIDES E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DA CASCA DO FRUTO DA Artocarpus heterophyllus.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Produtos Naturais

Autores

Sousa, E.C. (UECE) ; Cavalcanti, E.S.B. (UECE) ; Pessoa, L.A.B. (UECE) ; Targino, K.O. (UECE)

Resumo

A Artocarpus heterophyllus é originaria da Índia e de outras regiões do sudeste asiático, foi introduzida no Brasil ainda no período colonial. Segundo a literatura é rica em compostos fenólicos e flavonoides. No presente trabalho objetivou-se avaliar a atividade antioxidante e determinar o teor de flavonoides do extrato etanólico da casca do fruto da Artocarpus heterophyllus. Para a avaliação atividade antioxidante utilizou-se o método de varredura do radical livre DPPH, e para determinar o teor de flavonóides, utilizou-se o cloreto de alumínio para formar um complexo estável. Obteve-se o valor de 83,2143 ±2,3052 µg/mL referente a atividade antioxidante, já a determinação do teor de flavonoides obteve-se o valor de 595, 097 ± 0,01370mg EQ/100g.

Palavras chaves

Artocarpus heterophyllus; antioxidante ; flavonóides

Introdução

A Artocarpus heterophyllus, conhecida popularmente por jaca, pertence à família Moraceae é originaria da Índia e de outras regiões do sudeste asiático, foi introduzida no Brasil ainda no período colonial e adaptou-se muito bem ao nosso solo e clima (RAMOS, 2011). Na medicina popular pode ser usada como afrodisíaco, como também para asma, diarreia e/ou inflamação intestinal, alivio de feridas e como cicatrizante (BOONYAKETGOSON et al., 2017; YUAN et al., 2016; LYU et al., 2014). Segundo a literatura a jaca é rica em compostos fenólicos e flavonóides. Ela também possui taninos, saponinas e alcalóides. Seus metabólitos secundários exercem um papel fundamental nas atividades antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante (CAVALCANTE, 2013). No organismo humano esses antioxidantes são capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres antes que eles ataquem as células. Nos últimos anos, estudos têm indicado o papel chave dos radicais livres e outros oxidantes como grandes responsáveis pelas doenças degenerativas, como câncer, doenças cardiovasculares, declínio do sistema imune e disfunções cerebrais (SOUSA et al., 2007). Desta forma há a necessidade de se encontrar novas fontes naturais que possuam atividade antioxidante de maneira que contribua para o melhoramento da qualidade de vida das pessoas. No presente trabalho objetivou-se avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico da casca do fruto da Artocarpus heterophyllus e a determinação do teor de flavonóides da mesma.

Material e métodos

Primeiramente as cascas foram higienizadas, pesadas e depois imersas em álcool etílico, a frio, por 15 dias. Decorrido esse período a solução foi filtrada e roto-evaporada,sob pressão reduzida, para retirada do solvente, obtendo-se assim o extrato etanólico da casca da jaca. Para a avaliação da atividade antioxidante, utilizou-se o método de varredura do radical livre DPPH, segundo a metodologia proposta por Brand-Willians (1995), com pequenas modificações. A leitura realizou-se em espectrofotômetro UV-Visível a 515nm e teve-se como padrão a quercetina, com CI50= 5,00 ± 0,18 µg/mL. Já para a quantificação do teor de flavonóides, utilizou-se a metodologia proposta por Funari e Ferro (2006), com algumas modificações, utilizando como reagente o cloreto de alumínio a 2,5%. A leitura também foi realizada em espectrofotômetro UV-Visível, porém em 425nm. E o seu resultado foi expresso em mgEQ/100g de extrato.

Resultado e discussão

Obteve-se como resultado da determinação do teor de flavonóides, 595, 097 ± 0,01370mg EQ/100g, como pode ser observada na tabela em anexo. Ao comparar com os resultados obtidos com os de Daudet al. (2017), que foram 871,4±1,2 e 511,6 ±1,0mgEQ/g de extrato, o teor de flavonóides foi menor, isso pode ser pode ser explicado segundo Neto e Lopes (2007), por alguns fatores que influenciam na obtenção dos metabolitos secundários, tais como: temperatura, nutrientes, altitude, radiação ultravioleta, dentre outros. O que pode ser explicado, pois as frutas são de países diferentes, podendo assim justificar a diferença no teor de flavonoide. O resultado da atividade antioxidante de CI50= 83,2143 ± 2,3052 µg/mL comparada com o padrão, que é a quercetina, com CI50= 5,00 ± 0,18 µg/mL, observa-se que para que o reduzido o radical livre seja reduzido precisa-se de uma maior concentração de amostra. Com isso o extrato etanólico da casca da jaca apresentou um baixa atividade antioxidante. Pois segundo Boroskiet al.(2015) quanto menor o valor de IC50 mais eficiente é o antioxidante. Sendo assim quanto menor e mais próximo do padrão melhor será sua atividade. Ainda pode ser explicada essa baixa atividade antioxidante, ao fato de possuir um teor de flavonóides baixo. Pois os flavonóides são agentes antioxidantes.

Tabela

Valores do Teor de flavonoides e da atividade antioxidante.

Conclusões

O extrato etanólico da casca da jaca apresentou uma baixa atividade antioxidante e um baixo teor de flavonóides. Apesar de possuir um bom composto antioxidante como o flavonóide, o mesmo encontra-se em baixa concentração. Sendo necessário um maior estudo para que se possa justificar se essa baixa concentração seja devido a coleta da fruta ou algum outro fator de forma que seja encontrado um melhor período para a coleta da mesma objetivando-se obtenção de uma maior quantidade de flavonóides, melhorando assim a atividade antioxidante.

Agradecimentos

UECE; FUNCAP; Ao laboratório de Orgânica; Sisnabio; LQPN.

Referências

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