ESTUDO QUÍMICO E FARMACOLÓGICO DE Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Orgânica

Autores

Araújo, M.R.S. (UNILAB) ; Costa, A.J. (UNILAB) ; Dias, B. (UNILAB)

Resumo

A espécie vegetal Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg pertencente à família Moraceae, originária da Malásia e Indonésia encontra-se distribuída nas regiões de clima tropicais e subtropicais do mundo, popularmente conhecida como fruta pão, rima, e fruteira de pão. O objetivo do trabalho foi realizar testes fitoquimicos com os extratos hexânico (EHFAA) e etanólico (EEFAA) das folhas para identificar as classes metabólitos secundários presentes, analisar os extratos obtidos através de cromatografia em camada delega (CCD), investigação do potencial antioxidante, toxicológico, larvicida, citotóxico, inibição enzimática de acetilcolinestrase, e fator de proteção solar (FPS) contra os raios UV, de forma a contribuir para o conhecimento quimiotaxonômico da espécie.

Palavras chaves

Artocarpus altilis; Moraceae; Fitoquimica

Introdução

A utilização de plantas em terapias é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade (JUNIOR, PINTO e MACIEL, 2005), sendo que estas sempre tiveram um papel preponderante na manutenção da saúde das comunidades ao longo do tempo (MICHELIN, 2008). Inúmeras plantas são utilizadas na medicina popular, fazendo com que as plantas sejam base de estudos como fonte de substâncias bioativas de interesse das indústrias farmacêuticas. Entretanto, escolheu-se estudar a espécie Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg, pertencente à família Moraceae, sendo a mais conhecida da família, principalmente por sua importância na alimentação e na medicina popular. Os estudos relacionados com substâncias fenólicas, encontrados na espécie revelam diversas atividades biológicas e farmacológicas, atribuídos a sua presença e a de seus derivados. As atividades biológicas mais estudadas com relação às folhas da espécie foram atividade antioxidante, antimicrobiana, antifúngica, antialérgica, antiinflamatória, antidiabético e antimalárico em levantamento bibliográfico realizada em maio e novembro 2017 no Scinfinder. Considerando o grande número de trabalhos publicados sobre utilização da espécie na China, Malásia e Índia com componentes ativos em preparações farmacêuticas, torna-se relevante um melhor conhecimento do uso tanto químico e farmacológico da espécie, tendo sua importância na contribuição do ensino, pesquisa e extensão para o desenvolvimento de novos fármacos.

Material e métodos

As folhas de Artocarpus altilis Parkinson foram coletadas em novembro de 2016, com as coordenadas 4018´59´´ S 380 44´36´´ O no distrito Antônio Diogo do município de Redenção-CE. Uma excicata foi preparada e depositada no Herbário Prisco Bezerra da Universidade Federal Ceará (UFC) com numeração 60602. As folhas foram secas à temperatura ambiente por quatorze (14) dias. Em seguida foram trituradas e submetidas à extração com hexano a temperatura ambiente por duas vezes consecutivas por 72 horas. O filtrado foi submetido a destilação sob pressão reduzida em evaporador rotativo para remoção do solvente e obtenção do extração bruto. O procedimento de extração foi repetido com álcool etílico. A partir dos extratos obtidos, foram realizados testes para determinar as classes dos constituintes químicos presentes, segundo a metodologia adaptada de Matos (MATOS, 1997). A atividade antioxidante foi realizada pelo método DPPH e o de citotoxicidade pelo método do MTT. A análise em CCD utilizou-se como eluentes hexano-acetato de etila (8:2) e clorofórmio-metanol (9:1) pulverizadas com solução se sulfato cérico [Ce(SO4)2] e/ou vapores de iodo. O teste de toxicidade frente à Artemia salina (Branchipus stagnalis) foi realizado segundo metodologia de AMARANTE et al, 2011. O teste larvicida sobre Aedes aegyptide seguiu metodologia desenvolvida por GADELHA; TODA, 1985 e OLIVEIRA, et al 2002. No teste de inibição da enzima acetilcolinesterase utilizou-se o método de Ellman et al. (1961) modificado por Rhee (2001). Para determinação do comprimento de onda máximo de absorção (λ max) e determinação do FPS dos extratos hexânico e etanólico foi utilizado o método in vitro desenvolvido por Mansur et al (1986).

Resultado e discussão

As folhas secas de Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg foram trituradas obtendo-se 413,4 g de material vegetal seco, obtendo-se 5,17 g de extrato hexânico e 37,29 g de extrato etanólico. A análise fitoquímica dos extratos revelou a presença de esteroides, alcaloides, triterpenos, taninos hidrolisáveis e fenóis que foram corroborados pela análise em CCD permitindo inferir que se trata de uma espécie rica em metabólitos secundários, que possuem diversas propriedades farmacológicas já relatadas na literatura, e podendo fornecer moléculas que contribuem para o arsenal terapêutico. O teste de toxicidade frente as larvas Artemia salina, revelou o extrato hexânico com DL50 65,379 mg/mL, sendo considerando moderadamente tóxico ,enquanto o extrato etanólico com DL50 ≤ 100 ppm considerado altamente tóxico. A atividade antioxidante pelo método DPPH, mostrou que o extrato hexânico com um potencial antioxidante maior (92,325 %) do que o extrato etanólico (90,083 %) considerando a concentração de 1 mg/mL. Os testes de citoxicidade pelo método MTT e larvicida frente a larvas de Aedes aegipty não mostraram resultados satisfatórios para ambos os extratos. Apenas o extrato hexânico apresentou manchas brancas no teste de inibição da enzima acetilcolinesterase em CCD. No teste de FPS o extrato hexânico apresentou comprimento de onda máximo em aproximadamente 215 nm e um fator FPS de 2,17 e o extrato etanólico comprimentos de absorção máximos em 220 e 280 nm e um fator de proteção de 6,65 ambos na concentração de 100 mg/mL.

Conclusões

Os resultados obtidos direcionarão para fracionamento cromatográfico do extrato hexânico devido aos resultados satisfatórios em relação ao teste de inibição da enzima acetilcolinestrase com o intuito de isolamento de metabólitos secundários função com inibitória da enzima, de forma a contribuir com estudos farmacêuticos para o desenvolvimento de novos fármacos.

Agradecimentos

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira (UNILAB) pelo suporte no auxilio da pesquisa.

Referências

AMARANTE, C. B, et al. Estudo fitoquímico biomonitorado pelos ensaios de toxicidade frente à Artemia salina e de atividade antiplasmódica do caule de aninga (Montrichardia linifera). Acta Amazônica. Vol. 41(3) : 431 – 434, 2011.
GADELHA, D. P; TODA, A. T. Biologia e comportamento do Aedes aegypti. Ver. Bras. Malariol. D. Trop. 37, 29-36, 1985.
JUNIOR, Valdir. F. Veiga; PINTO, C. Angelo; MACIEL, M. A. M. Plantas medicinais: cura segura. Quim. Nova, Vol. 28, No. 3, 519-528, 2005.
MANSUR, J. S.; BREDER, M. N. R; MANSUR, M. C. A; AZULAY, R. D. Determinação do fator de proteção solar por espectrofotometria. Anais Brasileiro de Dermatologia, v.61, p.121-124, 1986.
MATOS, Fransisco Jose de. Abreu. Introdução à Fitoquímica Experimental. 3 ed. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2009.
MICHELIN, D.C. Estudo Químico-Farmacológico de Operculina macrocarpa (L) Urb (Convolvulaceae) 2008.144f. Tese (Doutorado em ciências Farmacêuticas) - Universidade estadual de Paulista, Araraquara, 2008.
OLIVEIRA, G. L. da S et a.l Identificação de metabólitos secundários da casca da Bauhinia forficata platypetala e Bauhinia unguiculata, Journal of. Ethnopharmacology. v. 98, p. 213-216, 2005.

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