GERENCIAMENTO DO LIXO DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI-AM

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Almeida, C.S. (INSTITUTO DE SAÚDE E BIOTECNOLOGIA-ISB/UFAM) ; Santos, H.M.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS) ; Góes, D.S. (INSTITUTO DE SAÚDE E BIOTECNOLOGIA-ISB/UFAM) ; Pachêco, V.B. (INSTITUTO DE SAÚDE E BIOTECNOLOGIA-ISB/UFAM)

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo de analisar o gerenciamento e os tipos de resíduos gerados no hospital e verificar se o hospital cumpre com legislação brasileira dos resíduos hospitalares. Foi observado através do acompanhamento do trabalho do pessoal da limpeza e coleta dos resíduos o modo como é gerenciado os resíduos hospitalares como a sua geração e fluxo, formas de acondicionamento, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. Após o acompanhamento das atividades dos responsáveis pela limpeza, observou-se que os resíduos produzidos por todos os setores foram jogados na lixeira externa do hospital, e posteriormente, transportado para o lixão. Os resíduos foram gerados de forma inadequada e, portanto em desacordo com a legislação em vigor.

Palavras chaves

Lixo hospitalar; Coari; Gerenciamento

Introdução

Os hospitais, além de comportar os pacientes, geram e descartam lixos que são considerados perigosos à saúde pública e ao meio ambiente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária estabeleceu por meio da Resolução da Diretoria Colegiado (RDC) no33 de 2003, a regulamentação técnica para o gerenciamento dos resíduos gerados pelos serviços de saúde, determinando as responsabilidades legais sobre o manuseio, tratamento e destino final. O desconhecimento sobre o gerenciamento do lixo hospitalar, e seu descarte final, gera questionamentos e preocupações pelos aspectos éticos e técnicos por serem mais perigosos que os resíduos domiciliares (FERREIRA e MARTINS, 2016). De acordo com as normas da ANVISA- dispostas na Resolução 306 (2004) e do CONAMA 358 (2005), os resíduos do serviço de saúde são classificados considerando (cinco) 5 grupos onde cada um destes exige cuidados específicos. O grupo A são os resíduos infectantes, o grupo B (resíduos químicos), grupo C (resíduos radioativos), grupo D (resíduos comum), grupo E (resíduos perfurocortantes). O lixo hospitalar gerado no Hospital Regional de Coari ainda é pouco estudado e por isso motivou a realização da presente pesquisa que visa subsidiar informações para o gerenciamento correto destes resíduos, levando em consideração as normas e legislações vigentes. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar e avaliar como o lixo do Hospital Regional de Coari é gerado; identificar os tipos de lixo gerados no hospital; conhecer os aspectos de sua geração e fluxo, modo como o lixo é manuseado, acondicionado, armazenado, coletado e transportado desde o momento da produção até o destino final e ainda verificar se o hospital cumpre com as exigências legais das normas e resoluções sobre o lixo hospitalar.

Material e métodos

O delineamento da pesquisa foi do tipo observacional descritivo caracterizando-se por levantamento de informações e de dados. A pesquisa concentrou-se no Hospital Regional de Coari Prefeito Dr. Odair Carlos Geraldo por ser o único hospital do município de Coari e importante na região, pois, além de atender a população da cidade e das comunidades ribeirinhas de Coari também atende as dos municípios próximos como Tefé, Codajás, Anori etc. O município de Coari, localizado no estado do Amazonas, tem uma população estimada em 2016 de 83.929 habitantes, segundo o IBGE (2016), e está situado a 363 km da capital Manaus. No Hospital obteve-se informações e dados junto ao setor administrativo sobre as atividades desenvolvidas, como os principais tipos de lixo gerados. Observou-se e registrou-se o gerenciamento que é dado ao lixo hospitalar ou aos resíduos hospitalares como a geração e fluxo, manuseio, formas de acondicionamento, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. Além disso, foi realizado consulta na legislação, como Normas e Resoluções sobre os resíduos hospitalares ou lixo hospitalar visando verificar se as atividades concernentes ao gerenciamento do lixo do hospital estão sendo cumpridas.

Resultado e discussão

O Hospital Regional de Coari gera vários resíduos de acordo com o setor, conforme a tabela 1. Todos os resíduos, sem exceção, eram acondicionados em sacos pretos sem identificação, armazenados em locais de armazenamento temporários inadequado, e quando recolhidos eram jogados na lixeira externa do hospital sem nenhum tipo de tratamento prévio, e posteriormente, transportados ao lixão por um caminhão inapropriado sem identificação que coletava não só os resíduos do hospital, mas também o lixo domiciliar dos bairros da cidade. O carrinho utilizado na coleta interna estava sem identificação e sem adesivo ou símbolo do grupo de resíduo especificando o tipo de resíduo que era coletado. Como equipamento de segurança, o funcionário que executava a coleta interna, utilizava apenas luva, máscara e avental descartáveis. Mas, o que realizava a coleta do transporte externo apenas utilizava luvas de plásticos. De acordo com a (RDC) no33 de 2003 da ANVISA, os recipientes de coleta (interna e externa) e os locais de armazenamento devem ter identificação local, atendendo os princípios como símbolo, nome do resíduo, grupo e frase. Assim, também orienta que todo lixo hospitalar deve passar por um processo de tratamento antes de ser descartado ou devem ser incinerados. Ainda, o transporte externo deve ser exclusivo somente para coleta dos resíduos dos serviços de saúde. Destaca também que os funcionários responsáveis pela coleta devem está utilizando os equipamentos de segurança como luvas, avental impermeável, máscara, botas e óculos de segurança. Fica evidente que o hospital não cumpre com as exigências determinadas pela legislação. Por questões políticas, há mudanças constante na administração do hospital deixando de cumprir um gerenciamento estabelecido pela lei do lixo hospitalar.

Tipos de Resíduos Gerados no Hospital

A tabela mostra os diversos tipos de lixo gerado no Hospital Regional de Coari.

Conclusões

O hospital em 2016 não possuía nenhum plano sobre o gerenciamento dos resíduos, tratamento, acondicionamento, manuseio, armazenamento e destino final. Os resíduos eram gerados de forma inadequada e, portanto em desacordo com a legislação em vigor. Para resolver o problema do lixo hospitalar, propõe-se a elaboração de um projeto voltado para o gerenciamento do resíduo hospitalar com parceria entre a Prefeitura Municipal de Coari e o Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ISB/UFAM). A pesquisa está vinculada com projeto PIBIC da UFAM/COARI.

Agradecimentos

Agradeço ao meu orientador prof. Dr.Helder Manuel, profª. Drª. Vanusa e ao Acadêmico Dartaguinan Góes pelo incentivo e parceria.

Referências

ANVISA-Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada n° 33 de 25 de fevereiro de 2003: Regulamento técnico para o gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde. Brasília, DF, 2003.
ANVISA -Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA RDC 306, 2004. Disponível em: http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php? id=13554&word. Acesso em: 7 fevereiro de2016.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre o Tratamento e a Disposição Final dos Resíduos dos Serviços de saúde e dá outras Providências. Resolução n° 358, 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35805.pdf. Acesso em: 15 fevereiro de 2016.
FERREIRA, Nilza Sampaio; DE JESUS MARTINS, Anameire. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ver. Eletrôn. Atualiza Saúde. Salvador, v.3, n.3, p.114-124, jan./jun. 2016.
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades brasileiras. Disponível em: www.cidades.ibge.gov.br. Acessado em dezembro de 2016.

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