ENSAIO ENZIMÁTICO DE FUNGOS ISOLADOS DE REJEITO DE MINERAÇÃO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Marques, H.P.C. (UNIFESSPA) ; Silva, C.O.C. (UNIFESSPA) ; Santos, R.S. (UNIFESSPA) ; Barbosa, L.O. (UNIFESSPA) ; Costa, G.M.F. (UNIFESSPA) ; Albino, U.B. (UNIFESSPA) ; Silva, S.C. (UNIFESSPA)

Resumo

As enzimas microbianas são muito úteis devido a grandes variedades de atividades catalíticas, alto rendimento, crescimento rápido de microrganismos e baixo custo. Entre o grande número de microrganismos capazes de produzir enzimas, os fungos são interessantes, pois possuem alta produção de enzimas de grande potencial industrial. Neste trabalho foi analisado a capacidade enzimática em cinco fungos isolados de rejeitos de mineração. Os fungos foram cultivados em meios contendo amido, celulose, proteína e cristais de fosfato. A avaliação da capacidade enzimática se deu pela medição dos halos de degradação. Dos cinco fungos analisados, quatro se mostraram bons degradadores de amido, quatro de proteína, um solubilizador de fosfato e nenhum degradador de celulose.

Palavras chaves

Degradação; Enzima; Microrganismo

Introdução

As atividades de mineração, processamento de minérios e indústria metalúrgica são de grande importância socioeconômica, entretanto, são responsáveis por consideráveis aumentos nos níveis de contaminação ambiental. O solo é considerado um dos principais reservatórios de populações de microrganismos, porém a sua contaminação com metais tóxicos e metalóides, constitui sérios problemas ambientais, quando estão em concentrações que afetam a saúde humana e o meio ambiente, ocasionando o declínio ou desaparecimento das populações de plantas, animais e microrganismos. (KLAUBERG-FILHO, SIQUEIRA, & MOREIRA, 2012). A partir do solo são isolados fungos que podem ser utilizados para as mais diferentes finalidades, como produtores de enzimas. (SANTIAGO & SOUZA-MOTTA, 2006) As enzimas são substâncias naturais envolvidas em processos bioquímicos, que dentre outras funções, são capazes de decompor moléculas complexas em unidades menores. (SOARES, et al., 2010) Há muito tempo, o homem utiliza enzimas para catalisar uma série de reações. A produção de vinho, pão e queijo antedata os tempos bíblicos, embora, sem conhecer o mecanismo das reações envolvidas (SILVA & SOUZA, 2012). Diante disto, este trabalho propôs realizar o ensaio enzimático dos fungos isolados dos rejeitos de mineração, em meios amilolíticos, celulolíticos, proteolíticos e SF (Solubilizados de fosfato).

Material e métodos

Os cinco fungos analisados neste trabalho foram isolados de uma lagoa de rejeitos de mineração de ferro no estado do Pará. Para o isolamento, diferentes diluições do material coletado foram inoculadas nos meios de cultivo Ágar Saboraud e BDA (Batata Dextrose Ágar). Após incubação em incubadora do tipo B.O.D. a 30 °C, os fungos desenvolvidos foram transferidos para tubos com tampas e receberam códigos que remetem à sua origem, meio de isolamento e diluição utilizada. A análise da capacidade enzimática foi realizada pela técnica de Análise de Grupos Funcionais de Microrganismos (Matsumoto et al, 2005), cada fungo foi inoculado em placas de petri, em triplicatas, contendo os meios de cultivo Amilolíticos (Pontecorvo et al., 1953), Celulolíticos (Wood, 1980), Proteolíticos (Wood, 1980) e Solubilizadores de Fosfato (SF) (SYLVESTERBRADLEY et al., 1982). Os fungos foram encubados conforme o tempo indicado pelos autores para cada meio de cultivo e então procedeu-se a revelação do material degradado, celulose foi revelada com solução de vermelho congo a 0,5%, Amilo com Lugol a 5%, Proteína com ácido Clorídico a 1N. SF não necessita revelador. Foram medidos os diâmetros dos halos de degradação e das colônias. Estes valores foram utilizados para se calcular o índice enzimático, dividindo-se o diâmetro do halo pelo diâmetro da colônia.

Resultado e discussão

A tabela 1, apresenta os resultados do índice enzimático dos fungos P1R4SX, P1R3BX, R22B2, P2R4BX e P2R4BY. Ao analisar os dados, pode-se observar que os mesmos são bons solubilizadores de amido, exceto P2R4BY. No meio proteolítico apenas o fungo P2R4BX não é degradador de proteína. Em meio SF, somente o isolado P2R4BX mostrou se solubilizador de fosfato. Nenhum dos isolados fúngicos mostrou-se degradador de celulose. Apesar de não significativas a análise de variância, as diferenças no potencial enzimático dos diferentes isolados sugere que alguns têm maior aptidão que outros para a produção de cada enzima analisada, esse pode ser o ponto de partida para estudos biotecnológicos que visem o aproveitamento destes fungos. O ambiente restritivo de onde foram isolados torna os potenciais para aplicação em condições extremas.

Tabela 1- Indice enzimático calculado para cada fungo em seus respecti

*Uma análise de variância não apontou diferenças significativas entre os fungos dentro de cada meio de cultivo.

Conclusões

O ambiente de onde os fungos estudados foram isolados é bastante tóxico, isso torna esses isolados potenciais para a atuação em ambientes restritivos, suas habilidades enzimáticas constatadas como a capacidade proteolítica, amilolítica e de solubilização de fosfatos abre a possibilidade de maiores estudos destes fungos para fins biotecnológicos.

Agradecimentos

Agradecemos ao espaço da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e ajuda de custos para os trabalhos ocorrerem da FAPED e Projeto Biomas.

Referências

SYLVESTER-BRADLEY, R., AKASAWA, N., LA TORRANCA, S., MAGALHÃES, F. M. M., OLIVEIRA, L. A., PEREIRA, R. M. Levantamento Quantitativo de Microrganismos Solubilizadores de Fosfatos na Rizosfera de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras na Amazônia. Acta Amazônica, 12: 15-22, 1982.

WOOD, P. J. Specify in the Interactions of Direct Dyes With Polysaccharides. Carbohydrate Res, 85: 271-287, 1980.

PONTECORVO, G., ROPER, J. A., HEMONS, L. M., MACDONALDS, K. D., BUFFON A. W. J. The Genetics of Aspergillus nidulans. Advances in Genetics 5: 141-238, 1953.

Matsumoto LS, Martines AM, Avanzi MA, Albino UB, Brasil CB, Saridakis DP, Rampazo LGL, Zangaro W and Andrade G (2005) Interactions among functional groups in the cycling of, carbon, nitrogen and phosphorus in the rhizosphere of three successional species of tropical woody trees. Applied Soil Ecology 28: 57-65.

KLAUBERG-FILHO, O., SIQUEIRA, J., & MOREIRA, F. (2012). Fungos micorrízicos arbusculares em solos de área poluída com metais pesados. Redalyc, 125-136.

SANTIAGO, A. L., & SOUZA-MOTTA, C. (16 de Março de 2006). Mucolares isolados do solo de mineração de cobre e produção de amilase e inulase. Scielo, pp. 641-647.

SILVA, A., & SOUZA, J. (2012). Isolamento e seleção de fungos amilolíticos de resíduo líquido da indústria de farinha (manipueira). Congresso Brasileiro de Química. Recife.

SOARES, I., FLORES, A., ZANETTIN, L., PIN, H., MENDONÇA, M., BARCELOS, R., . . . BARONI, S. (2010). Identificação do potencial amilolitico de linhagens mutantes do fungo lamentoso Aspergillus nidulans. Redalyc, 700-705.

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