Obtenção da Piperina da Pimenta Preta e Prospecção das Atividades Farmacológicas sob Modelo Agudo de Depressão em Camundongos

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Nascimento, G.H.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Silva, W.M.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Honório Júnior, J.E.R. (UNICHRISTUS) ; Carrero, B.P.M.P. (UNICHRISTUS) ; Neves, D.M.S. (UNICHRISTUS) ; Pinheiro, S.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Morais, S.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

A utilização de compostos orgânicos para estudos biológicos vem ganhando notoriedade, uma vez que esses compostos podem atuar em diversos aspectos no organismo humano sendo muitas vezes menos nocivos que compostos sintéticos. O composto utilizado para o estudo foi a piperina, obtida através da oleorresina da pimenta preta (Piper nigrum), um alcalóide utilizado na dieta humana. Os animais tratados passaram por testes comportamentais para avaliação da atividade ansiolítica e depressiva: campo aberto, labirinto em cruz elevada e nado-forçado. Os resultados obtidos demonstraram que os modelos animais sob a influência da piperina obtiveram um comportamento com efeito ansiolítico. Assim, a piperina apresentou resultado satisfatório como ansiolítico nos modelos animais.

Palavras chaves

piperina; depressão; camundongos

Introdução

O uso de produtos naturais na medicina popular vem desde a antiguidade, mesmo com o surgimento dos fármacos a utilização de ervas continua. Tratamentos alternativos através das plantas surgem e perduram pelo baixo custo e fácil acesso para a população, permitindo também o cultivo pela mesma por conta própria.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006; BATTISTI et al.,2013).A piperina é o alcaloide principal da pimenta preta (ou pimenta do reino), frequentemente usado como condimento na dieta humana, foi a primeira amida isolada de Piper, possui influência antidepressiva do sistema nervoso central, atividade antipirética e anti-inflamatória. Entre suas outras atividades biológicas estãoantimicrobiana, antiparasitária e antioxidante. Além disso, estudos anteriores (CHONPATHOMPIKUNLERT et al, 2010) demonstraram que a piperina e seus derivados apresentam ações sedativo- hipnóticas, tranquilizantes e de relaxamento muscular e podem intensificar a ação depressiva de outros depressores. Com base nas evidências supracitadas, pode-se sugerir que a piperina poderia ser útil para o controle de condições relacionadas ao sistema nervoso central (SNC), incluindo transtornos de humor e estados de depressão moderada ou leve (CHONPATHOMPIKUNLERT et al, 2010; LEE et al.,2005). A depressão é um transtorno mental do humor, este grupo classicamente apresentaria remissão dos sintomas nos períodos interfásicos em contraposição ao caráter crônico da esquizofrenia. (ROZENTHAL et al., 2004).

Material e métodos

A extração da piperina foi realizada em duas etapas: a extração da oleorresina e a obtenção da piperina a partir da oleorresina. Para a realização da extração da oleorresina foram utilizados a pimenta preta moída e o Acetato de Etila (CH3COOC2H5), sendo adicionados em um balão de fundo redondo sob refluxo por 5 horas. A oleorresina é obtida após o solvente ser removido em rota-evaporador. Para a obtenção da piperina a partir da oleorresina, foi acrescentado solução de álcool: solução aquosa de KOH 10% (1:1) e deixada em repouso por 1h30 min, e a mistura foi filtrada a frio em funil de placa porosa e lavada com a solução de KOH. O resíduo foi coletado e seco em estufa por 24 h e em seguida purificado. Para a caracterização da piperina, foi realizado análise por espectrofotometria, o espectro eletrônico na região do ultravioleta e visível(UV-Vis) foi obtido dissolvendo-se a piperina em diclorometano em concentração de 1 x 10-3 mol/L, transferindo a solução para uma cubeta de quartzo, e realizando a espectroscopia em faixa de 200 nm a 800 nm. Para a realização dos testes, os camundongos machos (28-30g) foram tratados com piperina em doses variando entre 10, 20 mg/Kg (i.p.). Os grupos controles receberam o veículo (álcool 5%) e os testes que foram usados foram: Campo Aberto, Cruz Elevada, e Nado- Forçado.

Resultado e discussão

Na caracterização da piperina obteve-os as seguintes bandas 243, 254, 261, 310, 341 nm no espectro eletrônico na região do ultravioleta-visível (UV- Vis), como descrito na literatura (NASCIMENTO, 2017). Os testes farmacológicos obtiveram resultados significativos. O efeito da piperina sobre o teste de campo aberto, na atividade locomotora apresentou uma diminuição da atividade locomotora na menor dose (10mg/Kg) quando comparada ao controle. Já no teste de campo aberto, não apresentou alterações significativas em nenhuma das doses administradas quando comparados ao controle, mas mostra um possível efeito ansiolítico na menor dose que necessita ser repetido.No teste de nado-forçado não apresentou alterações significativas em nenhuma das doses administradas quando comparados ao controle.

Conclusões

A piperina é uma molécula que apresenta atividade antioxidante já conhecida na literatura. Nestes testes comportamentais iniciais pode-se observar que a menor dose da piperina apresentou um possível efeito ansiolítico quando comparado ao controle. Esses testes estimulam a repetir as doses analisadas e realizar outros testes comportamentais para estudo da ansiedade e além de testes para avaliar um possível efeito anticonvulsivante.

Agradecimentos

A Universidade Estadual do Ceará, ao Laboratório de Química Inorgânica (LQUIN) – UECE, ao Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN) – UECE e ao laboratório d

Referências

BATTISTI, C.; GARLET, T. M.B. ; ESSI, L.; HORBACH, R. K.; ANDRADE, A.; BADKE, M. R. Plantas medicinais utilizadas no município de Palmeira das Missões, RS, Brasil. Revista Brasileira de Biociências (Online), v. 11, p. 338-348, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 148 p.

CHONPATHOMPIKUNLERT, P.; WATTANATHORN, J.; MUCHIMAPURA, S. Piperine, the main alkaloid of Thai Black pepper, protects against neurodegeneration and cognitive impairment in animal model of cognitive deficit like condition of Alzheimer’s disease. Food and Chemical Toxicology, v. 48, n. 3, p. 798-802, 2010.

LEE, S.A., HONG, S.S., HAN, X.H., HWANG, J.S., OH, G.J., LEE, K.S., LEE, M.K.,HWANG, B.Y., RO, J.S. Piperine from the fruits of Piper longum inhibitory effect on Monoamin Oxidase and depressant-like activity. Chemical and Pharmaceutical Bulletin. V.53, n.7, p. 832-5. 2005.

NASCIMENTO, G.H.M - SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO COMPLEXO INORGÂNICO TRANS- [SB(H2O)2(PNA)2]Cl3, ONDE PNA= PIPERINA. In: Congresso Brasileiro de Química, 57ª Reunião, 2017, Gramado, Anais.

ROZENTHAL, M.; LAKS, J.; ENGELHARDT, E. Aspectos neuropsicológicos da depressão. Revista de Psiquiatria, v. 26, n. 2, p. 204-12, 2004.

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