Estudo da atividade da enzima polifenoloxidase extraída do fruto maduro de Mauritia flexuosa

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Silva, E.H.S.N. (UEMASUL) ; Orlanda, J.F.F. (UEMASUL)

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a estabilidade térmica e o efeito do pH sobre a enzima polifenol oxidase (PFO) extraída do fruto maduro de Mauritia flexuosa (buriti). Os resultados mostraram que o melhor procedimento de extração foi o método 2 (proporção de 1 g:10 mL), obtendo uma elevação de 66% da atividade enzimática em relação ao método 1 (proporção de 1 g:4 mL). O teor de proteínas totais no extrato bruto foi de 6%. O pH ótimo da enzima foi 7,0 e a inativação térmica teve um máximo de 59,93% após 20 minutos de incubação 77 °C. A espécie de fruta do cerrado, avaliada neste estudo, pode ser considerada boa fonte de enzima polifenol oxidase, sendo que a natureza específica deve ser avaliada em estudos futuros.

Palavras chaves

Mauritia flexuosa ; enzima polifenol oxidase; estabilidade enzimática

Introdução

A flora brasileira é uma das mais ricas em fontes de material bioativo do mundo devido a sua biodiversidade. Os diversos biomas encontrados em nosso país abrigam uma biodiversidade ainda desconhecida e inexplorada. Dentre os biomas brasileiros, o Cerrado é o que possui a maior biodiversidade de flora, abrigando mais de 11.000 espécies vegetais. Essas espécies são conhecidas pelas suas capacidades nutricionais, pois apresentam elevados teores de carboidratos, lipídios, vitaminas, sais minerais e proteínas (MEDEIROS, 2011; SAMPAIO, 2011). Dos frutos nativos do Cerrado, a Mauritia flexuosa (Arecaceae), popularmente conhecida como buriti, é uma palmeira definidora dos ambientes de veredas, tanto pela importância ecológica quanto pela alta densidade arbóreas (RESENDE et al., 2012). Essa palmeira é muito rica em vitaminas A, B, C, E, em fibras, óleos insaturados, ferro e principalmente enzimas (FERREIRA, 2005). Com isso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a atividade da enzima polifenoloxidase extraída da polpa de buriti e analisar o comportamento da sua atividade em diferentes temperaturas e faixas de pH.

Material e métodos

As amostras do fruto de buriti (Mauritia flexuosa) foram adquiridas no Mercado Vicente Fitz, no município de Imperatriz do Estado do Maranhão e transportadas em caixas térmicas para o Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC). A extração da enzima polifenoloxidase bruta da polpa de buriti foi realizada por dois procedimentos: (a) Método 01 - Uma massa de 25 gramas da amostra da polpa de fruta foi homogeneizada em um liquidificador com 100 mililitros de tampão fosfato 0,05 mol L-1, pH 7,0 (proporção de 1 grama do fruto para 4 mililitros de tampão – método 1:4). (b) Método 02 – Uma massa de 25 gramas da amostra de fruta foi homogeneizada em um liquidificador com 250 mililitros de tampão fosfato 0,05 mol L-1, pH 7,0 (proporção de 1 grama do fruto para 10 mililitros de tampão, método 1:10). Em seguida, esse material foi filtrado, centrifugado (9500 rpm) a 4 °C durante 10 minutos. O sobrenadante (fonte enzimática) foi armazenado em refrigerador para posterior análise. A quantificação da atividade enzimática da polifenoloxidase foi realizada como descrito por Khan e Robinson (1994), com modificações. A concentração de proteína total foi determinada pelo método de Lowry et al. (1951) modificado por Hartree (1972), pelo método do biureto empregando albumina de soro bovino como padrão de proteína. A caracterização da enzima polifenoloxidase realizada por meio do efeito do pH e efeito da temperatura na atividade enzimática do extrato bruto.

Resultado e discussão

Os resultados mostraram que a melhor extração da enzima polifenoloxidase ocorreu no método 2 (1:10), que obteve uma atividade enzimática de 66% maior comparado ao método de extração 1 (1:4). Os resultados mostraram que o pH ótimo foi 7,0 na temperatura de 4 °C. O estudo do tratamento térmico dos extratos brutos realizado nas temperaturas de 57, 67 e 77 °C durante o período de 5, 10, 15 e 20 minutos, permitiu verificar que o tratamento térmico utilizado não foi capaz de inativar atividade enzimática, observando-se máxima inativação de 59,93% da atividade de polifenoloxidase, após 20 minutos de tratamento a 77 °C. Tendo ainda em vista que as informações referentes à atividade enzimática da polifenoloxidase presente na polpa do buriti, podem resultar na utilização de ensaios de descoloração e degradação de poluentes ambientais e na construção de biossensores capazes de detectar, com elevada sensibilidade, substâncias orgânicas com atividade antioxidante (polifenóis e flavonóides) que compõem os alimentos e fazem parte da preparação de produtos farmacêuticos e de cosméticos, além de outros componentes vegetais de interesse farmacológico.

Conclusões

Estes resultados mostram que a enzima polifenoloxidase extraída do fruto de Mauritia flexuosa de possui uma estabilidade térmica a temperaturas mais elevadas.

Agradecimentos

UEMASUL e Laboratório de Biotecnologia Ambiental (LABITEC)

Referências

FERREIRA, M. G. R. Características do buriti (Mauritia flexuosa). Porto Velho: Embrapa CPAF Rondônia, 2005 (Folder).
HARTREE, E.E. Determination of protein: a modification of the Lowry method that gives a linear photometric response. Anal. Biochem., v. 48, p. 422-427, 1972.
KHAN, A. A.; ROBINSON, D. S. Hydrogen donor specificity of mango isoperoxidases. Food Chemistry, v. 49, n. 4, p. 407-410, 1994.
MEDEIROS, J. D. Guia de campo: vegetação do Cerrado 500 espécies. Brasília: MMA/SBF, 2011. 532 p.
RESENDE, I. L. M.; SANTOS, F. P. dos; CHAVES, L. J.; NASCIMENTO, J. L. do. Estrutura etária de populações de Mauritia flexuosa L. F. (Arecaceae) de veredas da região central de Goiás, Brasil. Rev. Árvore, 36, 1, 2012.
SAMPAIO, M. B. Boas Práticas de manejo para o extrativismo sustentável do buriti. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza, 2011. 80 p.

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