Análise físico-química de polpa e casca de jenipapo (Genipa americana L.) do município de Salvaterra-PA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Físico-Química

Autores

Silva, A.R.G. (UEPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Barros, D.J.P. (UEPA) ; Fonseca, S.G.G. (UEPA) ; Santos, L.O. (UEPA)

Resumo

O trabalho objetivou determinar os parâmetros físico-químicas: pH, sólidos solúveis, acidez, cinzas e umidade da polpa e da casca da fruta jenipapo (Genipa americana L.). A fruta foi adquirida no município de Salvaterra, na mata as margens da PA - 154, próxima a algumas residências no bairro do caldeirão. As análises foram feitas em triplicatas para cada tipo análise. Dessa forma, o presente trabalho teve como dados os resultados das análises físico-química evidenciados na tabela 1 relevando conformidade com outros autores. Portanto, os resultados das análises estão dentro dos padrões, embora alguns resultados sofreram algum desvio, mas mantiveram-se dentro do padrão de acordo com literaturas mais elaboradas.

Palavras chaves

Jenipapo; Análise; Salvaterra

Introdução

O Jenipapo (Genipa americana L.) é uma frutífera originária da América central disseminada pelas diversas regiões tropicais úmidas das Américas, Ásia e África. No Brasil, ocorre de forma subespontânea desde São Paulo até o Amazonas, principalmente na região litorânea (NASCIMENTO, 2007). É comercializado em alguns estados do Brasil, da região nordeste, norte e sudeste. Sua comercialização se dá de várias formas como em formato de polpa, doces, produção de bebidas alcoólicas entre outros (NASCIMENTO, 2007). Na região norte, exatamente no estado do Pará, no munícipio de Salvaterra localizado na ilha de Marajó, a presença de arvores jenipapeiros é muito comum, porém o fruto é pouco requerido, por isso, não há nenhum tipo de aproveitamento artesanal, comercial ou cientifico. O fruto é desconhecido e ignorado pela população local por desconhecerem suas qualidades. Diante desse cenário, o trabalho objetivou determinar os parâmetros físico-químicas: pH, sólidos solúveis, acidez por titulação, cinzas e umidade da casca e polpa (Genipa americana L.). Com isso, os resultados obtidos foram comparados a estudos mais elaborados de outras regiões para ter noção dos dados finais deste trabalho e assim ratificar se estariam em obediências aos resultados mais rebuscados e desse modo chegando a conclusões honrosas.

Material e métodos

A fruta jenipapo foi adquirida no município de Salvaterra, na mata as margens da PA 154, situada as proximidades da comunidade de caldeirão. As análises foram realizadas no laboratório de ciências naturais da UEPA campus XIX Salvaterra. Sendo feito em triplicatas para cada tipo de análise para polpa e casca do fruto. Posto isso, as análises de pH, cinzas, índice de acidez por titulação, sólidos solúveis e umidade foram feitas. O pH foi decretado utilizando o equipamento pHmetro, devidamente equilibrado. A análise de cinzas, deu-se com a queima de 5 gramas das amostras a 550 °C/6 horas em mufla. O total de minerais foi definido pela diferença entre as massas pela equação: Cinzas % = Pfinal – Pinicial / Pa x 100, sendo Pfinal = Peso do cadinho + resíduos; Pinicial = peso do cadinho; Pa = peso da amostra. A umidade em porcentagem obtida pelo mecanismo de desidratação na estufa à 115 °C até alcançar peso constante nas amostras. O resultado da análise de sólidos solúveis foi estabelecido pela medição da sua escala de refração Brix, relacionando-se temperatura medida no local da análise, tendo em vista a vigência a referência metodológica (LUTZ, 2008). A determinação de acidez foi realizada pelo processo de acidez titulável por volumetria potenciométrica de acordo com a metodologia seguida nesse trabalho Lutz (2008) e sua acidez foi expressa em gramas de ácido cítrico.

Resultado e discussão

Na Tabela são apresentados os resultados das análises físico-química realizadas. O resultado da análise de pH da polpa foi de 3,15 ± 0,19 dados aproximados do encontrado na literatura de Silva et al. (2010) de pH 3,43 ± 0,06 e Pacheco et al. (2014). Os dados da análise de pH para casca foi 3,15 ± 0,05, no entanto verificou-se ausência de dados preexistente para posterior discussão. E este fato ocorre para os demais tipos análise de casca. Na umidade obteve-se 71,18 ± 0,91 coeso a 70,0 ± 0,07 encontrado por Pacheco et al. (2014). Dessa forma, a resultância da análise de cinzas encontrada foi 0,87 ± 0,12, sendo assim relevante ao detectado por Pacheco et al. (2014) de 1.1 ± 0,08 destacando o seguimento adequadamente as metodologias adotadas de Lutz (2008) neste trabalho. Na verificação dos sólidos solúveis obteve-se 2,00 ± 0.00 °Brix enquanto em Pacheco et al. (2014) e Silva et al. (2010) constataram-se respectivamente os valores 15.2 ± 1.56 °Brix e 17.00 ± 0.00 °Brix, reconhecendo assim valores discordantes tendo em vista a comparação entre literaturas preexistentes. Relevando haver significativa discordância entre os sólidos solúveis presente em frutos de regiões distintas. A acidez apurada em análise de 1.71 ± 0.00 encontra-se em conformidade com Silva et al. (2010) 1.04 ± 0.01, porém apresentou-se fora do padrão se confrontado a resposta da pesquisa de Pacheco et al. (2014), tendo as seguintes informações numéricas 0.4 ± 0.03. Sendo assim, pode-se inferir que o fruto estudado por Pacheco et al. (2014) apresenta menor acidez se comparados ao presente estudo e ao revelado pelo trabalho de Silva et al (2010). Portanto, este distanciamento observado se dá pelo possível modo diferente de cultivo, de características do solo, de tipo do fruto ou/e clima regional, etc.

Figura: Resultados obtidos nas analises.



Conclusões

Os resultados encontrados nas análises de pH, umidade e cinzas estão dentro dos padrões. Em sólidos solúveis foi observado diferenças consideráveis quando comparando aos resultados da literatura. Na análise de acidez, o resultado obtido foi comparado a outros dois estudos, conclui-se que este foi satisfatório com um autor e insatisfatório ao outro, presumindo-se que frutas de outras regiões apresentam características em comum, desse modo tendo conformidade ou não entre os dados. Logo, para o resultado final da análise da casca, não foi possível comparar dados, sendo desconhecidos trabalhos.

Agradecimentos

Ao Breno por doar o jenipapo de seu terreno, ao Adriano pelo transporte até a sede da Uepa em Salvaterra.

Referências

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SOUZA, C. N. Características físicas, físico-químicas e químicas de três tipos de jenipapo (Genipa americana L.) 2007. 72 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Estadual De Santa Cruz, Ilhéus – BA, 2007.

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