Avaliação do teor de umidade: um fator determinante na qualidade da alimentação animal

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Analítica

Autores

Delfino Viana, J. (UEMA) ; dos Santos Viana, J. (UEMA) ; Leitão de Oliveira, M.F. (UEMA) ; Nahuz Lourenço, M.S. (UEMA)

Resumo

O controle da umidade é de fundamental importância na conservação de rações e demais produtos, pois uma alta umidade favorece o crescimento de fungos e de toxinas, causando contaminação e/ou deterioração parcial do produto. O excesso de umidade também é responsável pela diluição do total de nutrientes das rações, reduzindo seu valor nutritivo. Neste trabalho foi analisado o teor de umidade em dez marcas de alimentos para cães, diversificados em ração seca, úmida, semiúmida e biscoitos, comercializados em São Luís-MA. Os resultados obtidos indicaram teores abaixo do máximo estabelecido pela legislação e pelo fabricante, com exceção de uma amostra de ração seca vendida a granel, cuja alteração provavelmente se deve a estocagem que a mesma estava submetida no seu local de comercialização.

Palavras chaves

Teor; umidade; alimentação animal

Introdução

O mercado de ração canina ganha destaque, pois o brasileiro está mais apegado ao seu animal de estimação, sendo assim os proprietários acabam investindo na alimentação, pois a mesma reflete diretamente no bem-estar e saúde dos animais. A qualidade é objetivo em todos os ramos da indústria. Se, por um lado, este fator é responsável pela busca do aperfeiçoamento contínuo, por outro, assegura a sobrevivência na competitividade entre os mercados. A qualidade de um produto, é definida como sua adequação ao uso ao qual se destina, pode ser garantida por muitas medidas, as quais se resumem na aplicação de tecnologias seguras a matérias-primas de boa qualidade. As rações podem ser classificadas de acordo com sua função como: alimentos completos, complementares ou especiais. Já de acordo com o processamento o alimento pode ser classificado como: úmido, semi-úmido ou seco (FORTES, 2005). Rações vendidas a granel, além de ilegais, podem provocar danos à saúde do cão, pois o longo contato com o ar aumenta o teor de umidade o que causa a oxidação das gorduras, e gera radicais livres, que são elementos tóxicos (BELLAVER, 2002). Neste sentido, este trabalho teve como objetivo realizar a avaliação da qualidade dos diversos tipos de ração e biscoitos para cães, comercializados na cidade de São Luís/MA, a partir da análise do teor de umidade comparando os resultados obtidos com a indicação do teor máximo de umidade descrito no rótulo das embalagens e também com o teor máximo estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA (BRASIL, 2003).

Material e métodos

O experimento foi realizado no laboratório de química da UEMA, em São Luís. Inicialmente visitou-se pet shop’s, escolhidos aleatoriamente. Foi realizada uma pesquisa in loco com os vendedores para verificar os tipos de alimentos e os fabricantes de maior preferência dos consumidores. A partir desse levantamento os alimentos foram adquiridos, obtendo-se duas amostras de cada tipo de ração (seca, semiúmida, úmida) e duas amostras de biscoitos. Para as amostras de ração seca foram obtidas duas amostras lacradas e duas outras abertas (vendidas a granel), perfazendo um total de dez amostras representativas. Todas as amostras foram adquiridas na própria embalagem do fabricante com exceção das duas amostras de ração seca abertas que foram acondicionadas em sacos de PVC novos e identificados. A perda de peso que as amostras apresentam quando submetidas a um aquecimento com a temperatura entre 100/105 ºC define-se como umidade. Os ensaios realizados para a determinação de umidade foram realizados seguindo o Manual do Instituto Adolfo Lutz na seção 012/IV Perda por dessecação (umidade) – Secagem direta em estufa a 105ºC (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2005). O procedimento consistiu na pesagem de uma cápsula de porcelana e em seguida na pesagem de dois gramas de cada amostra em balança analítica. A seguir, levou-se as amostras a estufa, por três horas, a fim de evaporar toda a água presente nas amostras de alimento canino. Após o tempo decorrido, transferiu-se as amostras para o dessecador até atingir o equilíbrio térmico com ambiente e pesadas novamente. Repetiu-se o processo até que o peso da amostra fosse constante. Os resultados obtidos foram comparados com a indicação do teor máximo de umidade descrito no rótulo das embalagens e também com o teor máximo estabelecido pelo MAPA.

Resultado e discussão

Os resultados obtidos nas dez amostras, denominadas por R1(amostra 1) e R2 (amostra 2), estão apresentados no Quadro 1. De acordo com os resultados obtidos para as amostras de ração seca aberta observou-se que apenas a R2 apresentou-se acima do limite máximo estabelecido pela legislação e pelo fabricante (12%), o que já vem a comprometer a sua qualidade. As duas amostras de ração seca abertas não apresentaram data de validade, pois foram adquiridas a granel e não se encontravam em suas embalagens originais. Todas as demais amostras de rações mantiveram-se dentro do limite estabelecido pela legislação, inclusive com valores bem abaixo do máximo estabelecido, assegurando assim a boa qualidade dos produtos. Para o resultado da análise das amostras de ração úmida, atenta-se para a ração R1, que foi fabricada cinco meses antes da R2, e o seu teor de umidade apresentou-se mais elevado que o teor de umidade da R2. Com o passar do tempo, o modo de armazenagem e as mudanças climáticas vão ocasionando alterações de umidade no produto. A embalagem da amostra R1 de biscoito, não disponibilizou, em seu rótulo, o teor de umidade máximo para o produto, já na amostra R2 o teor de 10% foi indicado pelo fabricante, sendo o mesmo estabelecido pela Legislação em vigor. As análises realizadas nas duas amostras de biscoitos indicaram teores de umidade abaixo do limite máximo estabelecido de 10%, o que assegura a qualidade do produto. *VD= Valores determinados nas análises; *VR= Valor máximo indicado no rótulo das amostras; *VL= Valor máximo indicado pela legislação - MAPA (BRASIL, 2003); *DV= Data de validade.

Quadro 1: Teor de umidade das amostras analisadas



Conclusões

Os resultados obtidos para o parâmetro umidade nas diferentes marcas de rações e biscoitos para cães indicaram resultados concordantes com os padrões estabelecidos na legislação em vigor, observando-se em todos os tipos de alimentos analisados teores abaixo do máximo estabelecido pela legislação e pelo fabricante, com exceção, da amostra 2 (R2) da ração seca aberta cuja alteração provavelmente se deve a estocagem que a mesma estava submetida no seu local de comercialização.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 9, de 09 de julho de 2003. Regulamento técnico sobre fixação de padrões de identidade e qualidade de alimentos completos e de alimentos especiais destinados a cães e gatos. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 14 de julho de 2003.

BELLAVER, C. A qualidade dos ingredientes e dos itens importantes na produção de rações. Revista A Lavoura, nº 642, p.13-15. Rio de janeiro, 2002.

FORTES, C.M.L ZOOTEC’. Anais... 2005. Disponivel em: www.abz.org.br/files.php?file=documentos/Cristina_833462081.pdf. Acesso em: 06 jun.2014

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/index.php?option=com_remository&Itemid=0&func=startdown&id=5. Acessado em: 09 abr de 2014

Patrocinadores

CapesUFMA PSIU Lui Água Mineral FAPEMA CFQ CRQ 11 ASTRO 34 CAMISETA FEITA DE PET

Apoio

IFMA

Realização

ABQ