UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO TALO DO BABAÇU COMO ADSORVENTE PARA REMOÇÃO DO CHUMBO EM SOLUÇÃO AQUOSA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Analítica

Autores

Sales Cavalcante, V. (UNIFESSPA) ; Siqueira, J. (UNIFESSPA) ; Silva Santos, R.I. (UNIFESSPA)

Resumo

A preocupação com o meio ambiente vem cada vez mais fazendo parte do cotidiano da sociedade como um todo. Devido a isso vários estudos estão sendo realizados, buscando minimizar esses efeitos, causado pelo despejo inadequado de poluentes. Um desses estudos, mais conhecido como biossorção, se trata de um processo físico-químico ao qual se caracteriza pelo seu ótimo custo-benefício e fácil acessibilidade. O trabalho proposto busca objetivar o uso do talo do cacho do babaçu como um biossorvente do Chumbo, presente em solução aquosa. O material moído em contato com a solução de íons do metal citado, por volta de 15 horas, em repouso, apresentou resultados acima de 90%. Comprovando sua eficácia na retenção do poluente.

Palavras chaves

Adsorção; Babaçu; Chumbo

Introdução

Nos dias atuais se torna cada vez mais perceptível o aumento da tecnologia e a fabricação de novos e mais sofisticados produtos. Contudo essa acelerada evolução traz consigo um crescimento na produção de resíduos, que muitas das vezes, são descartados de forma indevida no meio ambiente, acarretando em uma contaminação em larga escala tanto da fauna como da flora (JOHNSON et al., 2008). Muitos desses descartes podem trazer, em sua composição, a presença de compostos tóxicos, tais como os metais, que são responsáveis pelo agravamento da saúde, não só do ser humano, mas também de várias outras espécies de animais, devido as suas capacidades bioacumulativas (JOHNSON et al., 2008). Assim se torna cada vez mais necessário a remoção desses materiais poluentes, despejados ao meio ambiente. E um método que mostra uma grande eficácia, na remoção desses materiais em solução aquosa, é a biossorção, que por sua vez, se mostra como um método físico-químico de baixo custo, alta acessibilidade e baixíssimo impacto ambiental (VAGHETTI, 2009). Na UNIFESSPA tem-se estudado o potencial dos resíduos de palmeiras nativas da área tais como o Pupunheira, babaçu, bacabeira, dentre outras, como biossorventes, obtendo resultados bastante significativos. A partir desse pressuposto, este trabalho objetiva a apresentação do potencial de biossorção dos resíduos do babaçu (talo do cacho) na remoção do chumbo em soluções aquosas.

Material e métodos

A biomassa foi obtida a partir do cacho da palmeira de babaçu, adquirida no campus 2 da UNIFESSPA. Na etapa de preparação, as amostras passaram por um processo de secagem, moagem e peneiramento com o intuito de se obter partículas em torno de 355 mm. A biomassa foi pesada em triplicata, com massas variando em 1g; 1,5g; 2g; 2,5g; 3g. O material foi colocado em contato com uma solução de chumbo a 50 ppm, em repouso, por volta de 15 horas. Após o tempo em contato a solução passou por um processo de filtração simples e logo em seguida foi determinada a concentração de metal retido por espectrofotometria de absorção atômica.

Resultado e discussão

O Gráfico 1 mostra os resultados de percentagem de biossorção do chumbo, pelos resíduos do talo do cacho do babaçu em que se tem a porcentagem de material retido versus o peso da biomassa utilizada. Após a análise foi possível constatar resultados bastante significativos, pois pode-se perceber que em todos os casos a porcentagem de remoção do metal estudado foi maior que 96%. A Figura 1 mostra o espectro de absorção no infravermelho do talo do cacho do babaçu, em que é perceptível uma serie de vibrações na região de 3600-3200 cm-1, demonstrando uma deformação axial do grupo hidroxila (OH). Já a presença de grupos CH3 é caracterizada pelo aparecimento das bandas na região de 1700-1300cm-1 e a banda de aproximadamente 1000 cm-1 se refere a presença de C-O (SILVERSTEIN et al., 2006). Segundo VOLESKY, 2004 materiais que se apresentam como bons adsorventes devem obter grupamentos como fosfato; carboxila; amina; sulfeto e hidroxila, fato esse que vem a esclarecer o ótimo potencial de biossorção do material residual do talo do cacho do babaçu.

Gráfico 1

Biossorção do chumbo por resíduos do talo do cacho do babaçu

Figura 1

Infravermelho do talo do cacho do babaçu.

Conclusões

É possível concluir que o material obtido a partir do talo do cacho do babaçu, se comportou como um ótimo biossorvente, pois após um contado de 15 horas com uma solução contendo chumbo a 50 ppm, pode-se obter resultados de retenção acima de 96%, fato esse que comprova o potencial de biossorção do resíduo, além do baixo custo e grande acessibilidade do mesmo para que se pudesse realizar o estudo.

Agradecimentos

Referências

SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X.; KIEMILE. E. J. Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos. 7ª ed. LTC. 2006.

VOLESKY, B; Sorption and biosorption, BV-Sorbex, Inc., Quebec: St.Lambert, 326 p, 2004.

JOHNSON, T. A.; JAIN, N.; JOSHI, H. C.; PRASAD, S. Agricultural and agro- processing wastes as low cost adsorbents for metal removal from wastewater: A review. Journal of Scientific e Industrial Research, v. 67, p. 647-658, 2008.

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