QUALIDADE DA GASOLINA COMERCIALIZADA EM MUNICÍPIOS DO BAIXO PARNAÍBA - MARANHÃO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Analítica

Autores

Bragas de Oliveira, V. (UFMA) ; Rocha Rodrigues, M.L. (UFMA) ; Oliveira de Carvalho, M.A. (UFMA)

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo averiguar a qualidade da gasolina tipo C comercializada em dois municípios situados no Baixo Parnaíba através dos seguintes parâmetros:teor de álcool anidro, aparência e acidez. Para as análises foram utilizadas as normas ABNT NBR 13992:2015 para o teste de álcool anidro, a ABNT NBR 14954:2011 para o teste da aparência e para medição de acidez foi utilizado o método descrito por Ana Oliveira et al (2013) com modificações. Por este foi verificado que 11% das amostras analisadas estavam adulteradas, pois apresentaram um teor de álcool anidro acima do permitido em legislação. Sobre a aparência e acidez todas as amostras se mostraram dentro do estabelecido.

Palavras chaves

qualidade; gasolina; análise

Introdução

O petróleo é um líquido viscoso e escuro que é submetido a diversos processos de refino para a aquisição de uma grande variedade de derivados. Dentre os destilados do petróleo encontra-se a gasolina, um combustível de alto valor comercial cuja descoberta ocorreu em 1850. Os primeiros tipos de gasolina eram obtidos como subproduto do processo de fabricação de querosene que era utilizado como combustível para iluminação. Devido à ausência de motores de combustão interna não havia utilidade para a gasolina no mercado e a mesma era descartada. A partir da criação do automóvel surgiu um amplo mercado para a gasolina, mas era muito complicado manter o abastecimento, pois o percentual de gasolina utilizado era retirado diretamente da torre de destilação, onde rendia menos de um barril a cada 15 barris de petróleo processado (ALVES, 2006). Uma das preocupações apresentadas atualmente sobre a gasolina é sua adulteração. Puppim (2015) ressalta que esse problema ocorre de maneira geral englobando tanto postos com bandeira como postos sem bandeira. Normalmente essa adulteração ocorre ao ser acrescentado solvente ou outros compostos na gasolina fora do estabelecido por lei. A adição mais comum é o álcool anidro que ao ser adicionado em uma proporção correta traz vantagens no desempenho do motor, mas em volume superior ao estabelecido em lei acarreta vários danos como perda no desempenho do automóvel, aumento no consumo de combustível além de causar o entupimento da bomba. Conforme a problemática apresentada anteriormente o presente trabalho teve como objetivo verificar a qualidade do combustível fornecida em dois municípios do Baixo Parnaíba: Santa Quitéria do Maranhão e São Bernardo.

Material e métodos

Região Pesquisada A pesquisa foi realizada em seis postos fornecedores de gasolina tipo C das cidades de São Bernardo e Santa Quitéria do Maranhão. Coleta das amostras As amostras foram coletadas em três semanas subsequentes das quais foram avaliados o teor de álcool anidro conforme o método da NBR 13992: 2015, a aparência de acordo com a norma da ABNT NBR 14954:2011 e acidez conforme o método utilizado por Ana Oliveira et al (2013) com modificações. Entrevistas de sondagem Durante a coleta das amostras foi realizado uma entrevista com os frentistas a fim de traçar um perfil do processo de abastecimento, distribuição e controle de qualidade da gasolina fornecida na região pesquisada. Tratamento dos dados Os dados foram apresentados através de gráficos sendo estabelecido como referência para o teor de álcool anidro 27% conforme a Resolução Nº 1, de 4 de março de 2015, do Conselho Iterministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA). Para a análise da aparência foram adotados dois procedimentos onde o primeiro verificou se amostra apresentou-se em límpida e isenta de água livre e material particulado e no segundo foi averiguado seu nível de turbidez de acordo com a fotografia-padrão. Para a acidez foi estipulado uma escala de pH de 6 a 8 para gasolinas consideradas dentro do padrão. Apresentação dos dados As cidades foram identificadas com as letras SB para São Bernardo e SQ para o município de Santa Quitéria e como foram utilizados seis postos por cidade as amostras foram identificadas da seguinte maneira: SB1, SB2; SB3; SB4; SB5 e SB6 para os postos de São Bernardo e SQ1; SQ2; SQ3; SQ4; SQ5 e SQ6 para os postos de Santa Quitéria, preservando dessa forma a identidade dos locais de coleta.

Resultado e discussão

Entrevistas de sondagem Pelas entrevistas realizadas foi verificado que 67% dos postos são reabastecidos semanalmente, essa frequência de reabastecimento está relacionada com o fluxo de clientes de cada posto. Os estabelecimentos que abastecem duas vezes por semana (25%) são os que possuem maior infraestrutura, já os 8% restantes representam os postos com estruturas menores e mais simples e são abastecidos quinzenalmente.Foi constatado que 67% do combustível comercializado nas duas cidades vem diretamente da distribuidora de São Luís e 33% de postos da mesma rede que estão localizados também na capital do Estado. Quando perguntados sobre a adição de álcool anidro à gasolina foi verificado que a gasolina adquirida das distribuidoras e dos postos já são fornecidas aos postos amostrados com a adição de álcool anidro. Foi observado que dos 12 postos analisados, 67% possuem aparato para teste de gasolina e 33% não possuem. Teor de álcool anidro Do total de postos analisados verificou-se que 11% das amostras analisadas estavam adulterada, ou seja apresentaram teor de álcoolacima do estabelecido por lei. Análises de turbidez Pelas análises de turbidez realizadas foi verificado que as amostras analisadas se apresentaram de acordo com as especificações estabelecidas pela norma ABNT NBR 14954:2011, que determina que a gasolina deva apresentar-se límpida e ausência de água livre e material particulado.Todas as amostras foram enquadradas no nível 1 para turbidez, demonstrando ausência total de material particulado nas amostras coletadas. Análises de acidez Pelas análises de acidez realizada foi observado que todas estavam dentro do estabelecido pela norma vigente, ou seja com pH entre 7,5 a 8,5.

Conclusões

Diante dos resultados obtidos verifica-se uma certa falta de interesse pela maioria (75%) da população consumidora de gasolina na realização do teste de verificação da qualidade da gasolina consumida apesar de a maioria (67%) dos postos avaliados apresentarem o aparato necessário para a realização dos mesmos. A aparência e a acidez das amostras de gasolina analisadas em todos os postos estavam conforme a legislação em vigor, sem turbidez e pH próximo a escala 8. Cerca de 11% das amostras de gasolina analisadas estavam fora do estabelecido pela legislação em vigor.

Agradecimentos

Referências

ALVES, J. K. P. Estudo do desempenho antioxidativo de um novo composto derivado do cardanol hidrogenado aplicado à gasolina automotiva. 2006. 75 f. Monografia (Bacharel em Engenharia Química)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

PUPPIM, A. Detecção de Gasolina Adulterada pela Técnica de TGA- FTIR. 2015. 55 f. Monografia (Bacharel em Engenharia de Energia)- Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR: 13992: gasolina automotiva: determinação do teor de etanol. Rio de janeiro, 2015.

______.NBR: 14954: combustível destilado: determinação da aparência. Rio de Janeiro, 2011.

OLIVEIRA, A. K. C. et al. Avaliação do Teor de Álcool na Gasolina a Partir das Normas Vigentes em 2013. In: CONGRESSO DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA DO IFRN, 9., 2013, Natal. Tecnologia e Inovação para o Semiárido.

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