ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL NO RIO GRAJAÚ CAUSADO PELO LANÇAMENTO DE EFLUENTES NÃO TRATADOS: análise físico-química e microbiológica.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ambiental

Autores

Gomes Silva, L. (UFMA) ; Barros Oliveira, N. (UFMA) ; Gomes Silva, D. (UFMA) ; da Costa Moreira, G. (UFMA) ; Gomes Passos, I.N. (UFMA)

Resumo

O esgoto sanitário é denominado como a água residual utilizada no dia a dia das comunidades. O tratamento indevido do mesmo vem sendo um problema mundial, pois ocasiona sérios danos ao meio ambiente e a saúde pública. Esta pesquisa objetivou estudar os impactos que o lançamento de efluentes não tratados ocasionam ao Rio Grajaú. Foram coletas seis amostras de pontos distintos e realizado analises físico-químicas e microbiológicas. De acordo com os resultados desta pesquisa, as análises realizadas em três pontos de deságue dos esgotos da cidade, apresentaram altos índices de contaminação, com alguns parâmetros divergentes aos permitido pela legislação vigente de balneabilidade. Conforme o exposto, faz se necessário mais análises para se buscar possíveis soluções sobre o problema.

Palavras chaves

Efluentes; Tratamento; Meio Ambiente

Introdução

Atualmente as questões ambientais são alvo de vários debates devido ao grande desequilíbrio ocasionado no meio ambiente de forma global, sendo uma das principais causas, o descarte indevido dos esgotos domésticos no meio ambiente (PALMEIRA, 2014). O esgoto se caracteriza como a água residual proveniente das atividades domésticas, comerciais, industriais, agrícolas, estabelecimentos públicos entre outros (SAAE, 2013?). O Atlas Esgoto-Despoluição de Bacias Hidrográficas,relata que no Brasil são produzidas diariamente 9,1 toneladas de esgoto, sendo que 45% desta quantidade produzida correspondem aos esgotos não tratados. Na maioria das vezes o destino destes efluentes é o rio (BRASIL, 2017). O despejo de efluentes líquidos e sólidos de origem urbana ou industrial em um corpo hídrico influencia na qualidade da água do mesmo, atingindo a disponibilidade deste recurso natural e ocasionando sérios desequilíbrios ambientais (LIMA; MEDEIROS, 2008). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, pelo menos dois milhões de pessoas morrem no mundo em virtude de água contaminada (BRASIL, 2011). O tratamento das águas residuais antes de despejá-la em qualquer corpo hídrico tem como finalidade prevenir doenças transmissíveis e conservar as fontes de águas potáveis para que as mesmas sejam usadas diariamente no meio doméstico e no desenvolvimento econômico (SAAE, 2013?).

Material e métodos

2.1 Área de estudo O estudo foi realizado no município de Grajaú Maranhão, localizado no centro-sul do estado. Realizadas no mês de junho de 2018, as primeiras coletas foram efetuadas em seis pontos, três destes foram de efluentes que são lançados diretamente no rio sem nenhum tratamento, e os outros três pontos foram em pontos do rio que recebem esses efluentes: P1= Esgoto próximo a Ponte de cimento; P2= Esgoto próximo ao Salomão Barros; P3= Esgoto próximo a Ponte de tábua; P4= Ponto do rio onde deságua o esgoto P1; P5= Ponto do rio onde deságua o esgoto P2; P6= Ponto do rio onde deságua o esgoto P3. O procedimento da coleta foi realizado observando as técnicas da coleta de amostras contidas no manual prático de análise de água da FUNASA (2013). 2.2 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados O trabalho iniciou com a parte descritiva e exploratória da pesquisa, em seguida foram feitas as coletas. Logo após, as amostras foram acondicionadas em isopor e encaminhadas para o Laboratório de química e biologia da Universidade Federal do Maranhão-UFMA de Grajaú para serem realizadas as análises físico-químicas e microbiológicas. 2.3 Análise físico-química Foram analisados nos testes físico-químicos: Alcalinidade total, Cloretos, Dureza total, pH, Ferro, Amônia, Cloro, Oxigênio consumido e Cor . Para estes testes foi utilizado o kit de potabilidade Alfa kit. 2.4 Análise microbiológica Foram verificadas nas análises microbiológicas a presença de coliformes fecais e totais através da observação de tubos por meio do Método do Número Mais Provável(NMP) e do semeio em placas contendo meio de cultura seletivos. Os dados presentes na resolução CONAMA 357/2005, 430/2011, e 274/200 foram usados como comparativo dos resultados obtidos nesse estudo.

Resultado e discussão

Segundo Marçal e Silva (2017), a água de diversos rios brasileiros tem sido influenciada negativamente, por meio de sua degradação e consequentemente da mudança de suas características físico-químicas e microbiológicas iniciais devido ao lançamento de efluentes não tratados. Os resultados dessa pesquisa corroboraram com esta afirmação, pois em suas análises tanto físico-químicas quanto microbiológicas apresentaram dados que não estão de acordo com as normas ambientais para aspectos de qualidade da água e efluentes (Resolução CONAMA 357/00), que estabelece padrões de enquadramento de acordo com o uso da água, baseando-se nos níveis de qualidade necessários para atender às necessidades das comunidades (BRASIL, 2005). Já a Resolução CONAMA 430/11 define padrões de lançamentos para os efluentes em geral e especificadamente para efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários (BRASIL, 2011). Os resultados dos testes físico-químicos obtidos para as amostras estão representados na tabela 1. Para a análise microbiológica, os resultados obtidos demonstram a presença de bactérias patogênicas em todos os pontos de coletas (Tabela 2), mostrando que existe contaminação da água. De acordo com a resolução CONAMA 274/00, as águas doces destinadas à recreação devem conter no máximo 1000 Coliformes Termotolerantes ou 800 Coliformes Totais para serem consideradas satisfatórias e não atendendo esse critério tais águas serão consideradas impróprias, todas as amostras obtiveram valores acima de 1100 coliformes para 100 ml, sendo assim consideradas impróprias (BRASIL, 2000).

Tabela 1

Parâmetro físico-químico dos pontos: P1; P2; P3; P4; P5 e P6.

Tabela 2

Resultado das análises microbiológicas em seis pontos distintos tanto no Rio Grajaú, quanto em efluentes que deságuam nele.

Conclusões

Os resultados obtidos nas análises, por meio dos testes físico-químicos e microbiológicos evidenciam que os esgotos analisados interferem negativamente na qualidade da água do Rio Grajaú, pois, alguns parâmetros não estão de acordo com a legislação vigente de balneabilidade. Desta forma deve-se buscar fazer um trabalho de educação ambiental com a população, para conscientiza-los da importância da preservação deste recurso e em curto prazo é necessário realizar mais análises para buscar possíveis soluções para tal problema e cobrar das autoridades que tomem as devidas providências.

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado força para chegar até aqui, e as nossas orientadoras Gleidy e Ionara.

Referências

BRASIL. Atlas Esgotos: despoluição de bacias hidrográficas. Brasília: ANA, 2017. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/ATLASeESGOTOSDespoluicaodeBaciasHidrograficas-ResumoExecutivo_livro.pdf>. Acesso: 30 de março de 2018.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 274, de 29 de novembro de 2000. Dispõe sobre qualidade das águas de balneabilidade e altera o disposto na Resolução n°20, de 18 de junho de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, n. 92. Disponível em:<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=272.>. Acesso em: 30 de julho de 2018.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.º 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 18 mar. 2005. Disponível em:<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em: 30 de julho de 2018.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n.º 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n.º 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Diário Oficial da União, Brasília, n. 92. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre. cfm?codlegi=646>. Acesso em: 30 de julho de 2018.

BRASIL. Manual Prático de Análise de Água. Brasília: FUNASA, 2013. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agua_2.pdf>. Acesso em: 04 de junho de 2018.

BRASIL. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE- OMS. OMS: pelo menos 2 milhões de pessoas morrem por ano no mundo por causa de água contaminada. Brasília: OMS, 2011. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/editoria/saude/2011/07/oms-pelo-menos-2-milhoes-de-pessoas-morrem-por-ano-no-mundo-por-causa-de-agua-contaminada. Acesso em 30 de julho de 2018.

Lima CV, Medeiros GA .Diagnóstico da qualidade da água do rio Jaguari-Mirim no município de São João da Boa Vista – SP. Engenharia Ambiental. Disponível em:<file:///D:/Downloads/EA-2008-133%20(1).pdf>. Acesso em 30 de julho de 2018.

MARÇAL, D. A.; SILVA, C. E. Avaliação do impacto do efluente da estação de tratamento de esgoto ETE-Pirajá sobre o Rio Parnaíba, Teresina (PI). Eng. Sanit. Ambient. v. 22, n. 4, a. 2017, p. 761-772.

PALMEIRA, G. F. Tratamento Conjugado de Esgoto Doméstico e Lixiviado de Aterro Sanitário em Lagoas de Estabilização. TCC (Graduação) – Curso de Química Industrial, Química, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande – PB, 44p., 2014.

SAAE. Estação de tratamento de esgoto. 2013?. Disponível em: <http://bandeirantes.pr.gov.br/editais/Roteiro_ETE.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.

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