ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA PROVENIENTE DE POÇOS SEMI-ARTESIANOS, COM DESTINAÇÃO À PRODUÇÃO AGRÍCOLA NAS PROXIMIDADES DO LIXÃO DO IGUAÍBA/PINDOBA, PAÇO DO LUMIAR – MA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ambiental

Autores

Nunes, D.S.A. (PITAGORAS SÃO LUÍS) ; Costa, A.B.S. (PITAGORAS SÃO LUÍS) ; Pires, C.K.P. (PITAGORAS SÃO LUÍS) ; Camara, A.B.P. (PITAGORAS SÃO LUÍS) ; Lima, E.V. (PITAGORAS SÃO LUÍS) ; Santos, S.F.F. (PITAGORAS SÃO LUÍS)

Resumo

A qualidade da água é um aspecto muito importante para a agricultura irrigada, pois, a utilização de uma água que está fora dos padrões estabelecidos pelos órgãos competentes pode causar danos a equipamentos e, principalmente, à saúde pública. O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade microbiológica proveniente da água dos poços localizados entre os bairros Iguaíba e Pindoba no município Paço do Lumiar – MA, com destinação á produção agrícola nas proximidades do lixão. Os poços escolhidos para coleta da água, se encontram a 500 e 700 metros do lixão, assim como as hortas em que eles se localizam. Para a análise da água dos poços foi adotado os limites microbiológicos máximos permitidos de coliformes totais, coliformes termotolerantes e contagem total de bactérias heterotróficas.

Palavras chaves

Lixão; Análise Microbiologica; Análise Físico Química

Introdução

Os lixões a céu aberto trazem inúmeros problemas ambientais e sanitários aos seus arredores, tornando-se assim, a solução menos indicada para descarte do lixo. Grande parte dos resíduos descartados no local, entram em processo de decomposição, que tem como resultado a produção do chorume e do gás metano. O chorume (líquido percolado) é um líquido escuro e de odor forte, proveniente do processo de decomposição do lixo que é altamente poluente e que pode ocasionar diversos efeitos sobre o meio ambiente. Por causa da falta de qualquer tipo de proteção, o local em que o lixão é encontrado, se torna vulnerável à poluição causada pela decomposição do lixo, que pode contaminar tanto o solo, quanto as águas subterrâneas, através da chuva que ajuda o chorume a adentrar no solo, alcançando os lençóis freáticos e, poluindo consequentemente os rios e poços. A qualidade da água é um aspecto muito importante para a agricultura irrigada, pois, a utilização de uma água que está fora dos padrões estabelecidos pelos órgãos competentes pode causar danos a equipamentos e, principalmente, à saúde pública (ENDLER et al., 2013). Por se trata de água destinada à agricultura, a mesma precisa estar de acordo com a Resolução 357/2005 do CONAMA e segundo Portaria 2.914/Ministério da Saúde de 12/12/11, pois caso estejam fora dos padrões podem oferecer riscos à saúde da população uma vez que a ingestão desses alimentos é realizada. Logo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade da água de irrigação, vinda de poços semi-artesianos, que ficam próximos ao Lixão do Iguaíba/Pindoba, para que pudesse verificar se a proximidade das hortas com o lixão está afetando a qualidade da água para o consumo humano e produção agrícola.

Material e métodos

Para execução deste trabalho, foi feita uma coleta de amostra das águas de dois poços semi-artesianos, que tem como finalidade a irrigação de verduras, frutas, legumes e consumo humano. Os lugares escolhidos para a coleta da água, se encontram a 500 e 700 metros do lixão. As amostras foram levadas para serem analisadas no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água, no departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). As análises físico-química e microbiológica foram realizadas seguindo as normas adotadas pelo laboratório, com destaque para os parâmetros: cálcio, magnésio, dureza total, alcalinidades, cloretos, pH, turbidez, ferro, nitrito (físico-química) coliformes totais, coliformes termotolerantes e contagem total de bactérias heterotróficas (microbiológica).

Resultado e discussão

Conforme os dados apresentados, podemos perceber que as águas obtidas dos dois poços estão inapropriadas para uso. De acordo com os dados físicos químicos dos Poços A e B, percebe-se que o valor do pH do poço A, manteve-se abaixo dos limites estabelecidos. De acordo com Von Sperling (2005), um pH ácido possui um potencial corrosivo que agride tubulações, pH’s muito altos ou muito baixos são um indicativo de contaminação. Assim como no poço A, o pH do Poço B manteve-se abaixo dos limites estabelecidos. A Tabela 1, apresenta os resultados físicos químicos das amostras A e B. Os demais parâmetros físico químicos estavam de acordo com a legislação, mas como o resultado do pH da água não estar de acordo com a Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, os resultados não estão aptos com os valores exigidos pela legislação, para as análises realizadas, logo a água é considerada como impropria. Na Tabela 2, estão os dados dos resultados das análises microbiológicas da água provenientes dos dois poços (A e B). Segundo a Portaria 2.194 de 2011, do Ministério da Saúde, as águas para consumo humano são consideradas de qualidade higiênica satisfatória quando apresentarem ausência (<1.0 NMP)de coliformes totais e termotolerantes em 100 mL da amostra. Nos resultados das análises microbiológicas das águas analisadas,os coliformes totais estão acima do limite estabelecido no poço A. Sendo assim, os resultados apresentados não estão de acordo com a portaria, logo a amostra de água analisada apresentou qualidade higiênica insatisfatória, portanto não atendeu aos Padrões Microbiológicos. Enquanto isso, o resultado do poço B apresentou os parâmetros microbiológicos uma qualidade higiênico-sanitária, portanto,atendeu aos Padrões microbiológicos vigentes pela portaria.

Tabela 1 e Tabela 2



Conclusões

Em relação às análises microbiológicas, o Poço A apresentou um limite elevado de coliformes totais. Nos resultados das análises físico-químicas, ambos os poços apresentaram um pH abaixo dos limites pré-estabelecidos, tornando assim, a água ácida. Esses foram os principais interferentes na qualidade da água, não atendendo aos padrões da Portaria 2.914. Portanto, a água do poço A não está apta para consumo humano e nem para irrigação por haver uma quantidade elevada de coliformes totais. Já no poço B, o único parâmetro irregular encontrado nas análises, foi o pH abaixo do limite estabelecido.

Agradecimentos

FACULDADE PITÁGORAS SÃO LUÍS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

Referências

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