A utilização de maquetes como recurso pedagógico no desenvolvimento do tema petróleo.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Dias, G.F. (SEDUC - MA) ; Santos, M.L.F.M. (SEDUC -MA) ; Rios, D.J.A. (IFPI)

Resumo

O trabalho objetivou abordar o tema petróleo com a utilização de maquetes por ser um recurso eficaz, pois motiva os alunos a uma aprendizagem dinâmica e relevante. O desenvolvimento das maquetes foi realizado na escola C. E. Gregório Alves Torres, por alunos do 3º ano do ensino médio. A turma foi dividida em grupos e em seguida os subtemas sobre o petróleo foram sorteados. Auxiliados pelo professor, os alunos organizaram um cronograma, dividido em pesquisa, planejamento e apresentação. Através dos resultados obtidos, conclui-se que a utilização de maquetes no ensino minimizou a rejeição pela disciplina. Ao passo que a aceitação como ótima subiu de 25% para 44%. Isso é possível pelo envolvimento ativo dos alunos na apresentação de conceitos químicos, físicos e geográficos sobre o petróleo.

Palavras chaves

Petróleo; Recursos pedagógicos; Maquete

Introdução

O petróleo é assunto de destaque em diversos setores da economia e de notável repercussão nos meios de comunicação. Este tema quando trabalhado corretamente é rico por apresentar diversos conceitos que podem ser desenvolvidos, em sala de aula. Porém, os alunos do Ensino Médio estão inseridos em um sistema dominado pela metodologia tradicional, com alicerce na memorização, regras de nomenclatura e classificação de compostos, negativando o interesse pelo conteúdo (BALTHAZAR et al., 2002). Para Abreu e Maia (2016), o ensino de Química pode ser mais interessante e motivador, se os conhecimentos prévios dos alunos forem complementados ao invés de negados, além de relacionar a química com a realidade. Desta forma, a melhor solução para motivação dos alunos ao aprendizado eficiente é a integração da química, com recursos pedagógicos contextualizados. Nessa perspectiva é indispensável que o professor adote recursos didáticos que favoreçam a melhor compreensão dos temas propostos e uma integração dinâmica da sala, despertando o interesse, a criatividade e a curiosidade por novos conhecimentos (ALVES et al., 2015). Dentre os recursos didáticos, a maquete destaca-se por instigar a curiosidade do aluno sobre o tema desenvolvido, uma vez que este recurso possibilita a visualização e análise da estrutura estudada, conciliando termos concretos e abstratos. O objetivo deste trabalho foi abordar o tema petróleo com a utilização de maquetes tais como extração de petróleo e a torre de destilação, esse procedimento didático mostrou-se eficaz, pois os alunos se envolveram com o trabalho nas fases de planejamento, execução e apresentação das maquetes, motivando uma aprendizagem dinâmica e relevante, uma vez que eles apresentaram conceitos químicos, físicos e geográficos sobre o petróleo.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido por alunos do 3º ano do ensino médio da escola Centro de Ensino Gregório Alves Torres, localizada na cidade de Itaipava do Grajaú - MA, quando o conteúdo sobre hidrocarbonetos foi finalizado. A turma foi dividida em grupos e em seguida os subtemas sobre o petróleo foram sorteados. Cientes dos subtemas, os alunos auxiliados pelo professor regente organizaram um cronograma para realização do trabalho. A elaboração das maquetes foi dividida em três momentos. Primeiro, os alunos pesquisaram sobre as formas de extração, a morfologia das rochas, a destilação fracionada e os principais produtos derivados do petróleo. Em um segundo momento, ocorreu o planejamento e a execução das maquetes. E por último, ocorreu a apresentação e explicação das mesmas. A primeira maquete apresentada foi sobre a extração de petróleo em terra e utilizou materiais como: cola quente, ripas de madeira, palitos de churrasco, engrenagens, motor de DVD, pilhas AA e tintas. A maquete que retratou as camadas de solo de regiões petrolíferas utilizou basicamente, isopor, tintas e cola. Já o grupo responsável pela construção da torre de fracionamento optou por materiais como: garrafa PET, corante alimentício, arame, canudo de plástico e isopor. Ao término das explicações os alunos foram questionados sobre a importância das maquetes como forma de aprendizagem de conceitos e informações relacionadas ao petróleo.

Resultado e discussão

Nas etapas de planejamento, execução e apresentação das maquetes relacionadas ao tema petróleo, foi evidenciado a participação ativa dos alunos, pois a medida que a criatividade foi despertada, os alunos interagiram melhor entre si, tornando-se sujeitos ativos no processo de aprendizagem. Essas observações corroboram as ideias de Goi e Santos (2009), ao afirmar que os alunos apresentaram maior autonomia na exposição de ideias relacionadas a disciplina após os trabalhos. As maquetes desenvolvidas (Figura 1) ajudaram os alunos a despertar o interesse pela química e pelo tema proposto, assim como facilitou o entendimento de outros conceitos explicados pelos próprios alunos, como morfologia dos solos, extração de petróleo, densidade de substâncias, decantação, filtração e destilação. Essa integração de conceitos propiciou o engajamento do estudante nas aulas, o que é um forte indício de que eles se interessaram por essa ciência (QUADROS et al., 2014). Ao término das apresentações, os alunos foram questionados sobre a visão da química, assim como do petróleo. De acordo com o gráfico 1 (Figura 2), pode-se constatar que o índice de alunos que achavam a química ruim ou regular era, respectivamente, 20 e 22%, demonstrando que o ensino tradicional aumenta a rejeição pela química. Em contrapartida, o gráfico 2, confirma que a utilização de maquetes no ensino minimiza a rejeição pela disciplina, uma vez que os índices anteriormente citados diminuíram para 6 e 11%. Ao passo que a visão da mesma como ótima subiu de 25 para 44%. De acordo com Cavalcante et al. (2018) esses resultados evidenciam a importância de novas metodologias na construção do saber, contribuindo para que os alunos despertem o gosto pelo conhecimento, enquanto sujeitos construtores de suas aprendizagens.

Figura 1

Maquetes desenvolvidas durante a realização do trabalho.

Figura 2

Gráfico 1: visão dos alunos sobre a química antes do trabalho. Gráfico 2: visão dos alunos sobre a química depois do trabalho

Conclusões

A aplicação de recursos pedagógicos como, por exemplo, a maquete mostrou-se eficaz na motivação pela aprendizagem do tema proposto, de maneira dinâmica e relevante, já que os alunos interagiram uns com os outros, além de exporem suas visões da química e do petróleo antes e após a realização das maquetes. A partir das observações e dos questionamentos realizados, conclui-se que o trabalho contribuiu de forma significativa nos índices de aceitação da disciplina pelos alunos, uma vez que eles se envolveram ativamente na apresentação de conceitos químicos, físicos e geográficos sobre o petróleo.

Agradecimentos

Referências

ABREU, N. S.; MAIA, J. L. O ensino de química usando o tema Baía de Guanabara: uma estratégia para aprendizagem significativa. Química Nova na Escola. v. 38, n. 3, p. 261 - 268, 2016.

ALVES, C. C. E.; DUARTE, G. F.; SILVA, A. M. L.; LEITE, M. E. S.; SOUSA, J. A. A utilização da maquete na construção do saber geográfico: um relato de experiência do PIBID. In: II CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2015, Campina Grande. Resumos... Campina Grande – PB, 2015.

BALTHAZAR, R. G.; MARIA, L. C. S.; AMORIM, M. C. V.; AGUIAR, M. R. M.; SANTOS, Z. A. M.; CASTRO, P. S. C. B. Petróleo: um tema para o ensino de química. Química Nova na Escola. n. 15, p. 19 - 23, 2002.

CAVALCANTE, M. P.; OLIVEIRA, A. L.; OLIVEIRA, J. C. P.; NASSER, M. J. S. O jogo educativo como recurso interdisciplinar no ensino de química. Química Nova na Escola. v. 40, n. 2, p. 89 - 96, 2018.

GOI, M. E. J.; SANTOS, F. M. T. Reações de combustão e impacto ambiental por meio de resolução de problemas ambientais e atividades experimentais. Química Nova na Escola. v. 31, n. 3, p. 203 - 209, 2009.

QUADROS, A. L.; COELHO, T. S. F.; LELIS, I. S. S.; FERREIRA, A. C.; PIUZANA, T. M. Explicando fenômenos a partir de aulas com a temática água: a evolução conceitual dos estudantes. Química Nova na Escola. v. 36, n. 1, p. 71 - 81, 2014.

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