Ensino individual: uma ferramenta para resgatar o ensino-aprendizagem em jovens carentes

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Cabral, A. (UTFPR) ; Stroher, G.R. (UTFPR) ; Silva, M.F. (UTFPR) ; Simon, R.A. (UTFPR) ; Stroher, G.L. (UTFPR)

Resumo

Este trabalho ofereceu monitoria individual e/ou em pequenos grupos a crianças carentes de 10-17 anos no contra turno escolar abordando as dificuldades dos matriculados em química, física e matemática. O trabalho demonstrou que os atendimentos individuais, potencializaram o desempenho dos alunos, amenizando as dificuldades de ensino-aprendizagem e recuperando o conhecimento dos jovens que não dispõem de recursos para um ensino diferenciado. As dificuldades eram majoritárias na matemática tanto aos alunos de Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio. Contudo, o projeto permitiu a integração de estudantes universitários com jovens carentes potencializando todos os envolvidos a se tornarem melhores cidadãos.

Palavras chaves

ciências exatas; ensino individual; jovens carentes

Introdução

Em meados do século XX, o ensino e a aprendizagem passaram a ser planejados e formalizados com a ideia de educação como direito, promovendo a expansão da escolarização brasileira (ROSA; LOPES; CARBELLO, 2015). A universalização da educação básica começou a partir do momento que o país passou por um intenso crescimento populacional, tal fato foi necessário para incorporar a população que antes não tivera acesso à educação formal (GOLDEMBERG, 1993). Seguidamente do aumento ao acesso da educação, surgem os problemas que causam a evasão escolar. Há um desafio dos educadores quanto à percepção das motivações associadas ao abandono precoce do ambiente de ensino. Somente a compreensão dos benefícios da permanência nas escolas fará com que a educação se torne prioridade dos alunos (NERI, 2015). O artigo 207 da Constituição Federal de 1988 trata do princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. As universidades devem trabalhar estes pilares de maneira constante e podem realizar trabalhos para minimizar a evasão escolar, as dificuldades de ensino-aprendizagem do Ensino Fundamental e Médio entre outros (BRASIL, 2016). Diante desta perspectiva, o propósito do presente trabalho é potencializar um ensino diferencial específico para cada aluno carente em função de suas dificuldades de aprendizado transformando estes em multiplicadores de conhecimento aprimorando o seu futuro profissional e transformando este jovem em um cidadão melhor.

Material e métodos

O projeto foi desenvolvido na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, Brasil com estudantes carentes de 10-17 anos semanalmente no contra turno escolar atendendo alunos de escolas públicas tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio. Os atendimentos foram individuais e/ou em pequenos grupos para sanar dificuldades de comunicação e melhorar o ensino- aprendizagem. Os acadêmicos da Universidade trabalhavam os conteúdos de maior dificuldade nas disciplinas de química, física e matemática com exercícios tanto da escola que frequentavam quanto com outros (escolhidos conforme dificuldade do atendido). Adicionalmente, o ambiente permitia uso de biblioteca com material didático, pesquisas na internet, além do uso de quadro e giz. Os exercícios extras eram realizados em nível fácil, médio e difícil tanto para motivar quanto para determinar o nível de proficiência particular do estudante e focalizar o aprendizado de acordo com o desempenho. Esses, geralmente, eram trabalhados antes do período de avaliações escolares.

Resultado e discussão

Os resultados mostram que a atenção dada ao jovem carente em um ensino individual corrobora para um melhor rendimento escolar. O suporte pessoal potencializou o desempenho pessoal de cada estudante e a quebra de paradigmas entre os envolvidos. A inclusão dos alunos permite maior assimilação dos conhecimentos, se esta é realizada de maneira a perceber precocemente as dificuldades de aprendizado para isso são necessárias à adoção de intervenções pedagógicas quanto à necessidade pessoal dos estudantes (FELIPE, 2015). Com o propósito de sanar os obstáculos na aprendizagem dos estudantes, Roper (2001) incorporou um programa de computador que permite aos educadores criearem um plano de educação individual baseado no perfil do aluno, o que possibilitou o acompanhamento de seu progresso com base no desempenho pessoal. Neste trabalho, os estudantes atendidos eram provenientes de diversas escolas, com diferentes professores e em diferentes etapas escolares e majoritariamente o projeto foi desenvolvido em atendimentos individuais. Durante a monitoria, as dúvidas foram preponderantes em matemática. Algumas questões são recorrentes quanto à origem dessa dificuldade, tais como, a deficiência inicial do ensino e a desmotivação por parte do aluno. Sanches (2004) reconhece que a compreensão da complexidade de aprendizagem nessa disciplina é essencial por parte do docente. Este trabalho se mostrou um recurso para fomentar multiplicadores de novos monitores, uma vez que os jovens puderam recuperar suas defasagens nos conteúdos de matemática, física e química e podem contribuir com a transmissão destes conhecimentos nas instituições de ensino que frequentam.

Conclusões

O projeto melhorou o aprendizado dos estudantes, pois adotou um método de trabalho diferente do habitual. A atenção dada ao jovem carente em um ensino individual corroborou para o melhor êxito escolar. O suporte pessoal potencializou o desempenho pessoal de cada estudante. As dificuldades dos alunos foram preponderantes em matemática independente do jovem estar no Ensino Fundamental ou Médio. Contudo, integrar estudantes universitários com alunos carentes de escolas públicas pode ser uma excelente ferramenta para integrar ensino, pesquisa e extensão e fomentar a quebra de paradigmas.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com o apoio da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Voluntário Iniciação à Extensão da UTFPR – Brasil.

Referências

BRASIL. Senado. Artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Da Ordem Social. 18 fev 2016.
FELIPE, S. M. Dificuldade de Aprendizagem. Maiêutica-Pedagogia, v. 1, n. 1, 2015.
GOLDEMBERG, J. O repensar da educação no Brasil. Estudos Avançados, v. 7, n. 18, p. 65-137, 1993.
NERI, M. et al. Motivos da evasão escolar. 2015.
PARANÁ. Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. Projeto de Lei nº7 497/2007. Decreta: a utilidade pública do Centro para o Resgate a Vida Esperança (CEPES). 21 out. 2007.
ROPER, T. D. Individual education program tracking system. U.S. Patent n. 6,270,351, 7 ago. 2001.
ROSA, C. M.; LOPES, N. F. M.; CARBELLO, S. R. C. Expansão, Democratização e a Qualidade da Educação Básica no Brasil. Poíesis Pedagógica, Catalão‐Go, v. 13, n. 1, p.162-179, jun. 2015. Semestral.
SANCHEZ, J. N. G. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção Psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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