AS QUESTÕES QUÍMICAS E AMBIENTAIS DOS SABÕES NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Belmiro, J.K.S. (UFERSA) ; Freitas, R.C.S. (UFERSA) ; Júnior, F.S.S. (UFERSA)

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo trabalhar a fabricação de sabão como tema gerador de ensino aprendizagem de química. A pesquisa foi realizada com duas turmas de 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Prof. Francisco Veras localizada na cidade de Angicos/RN. Dos 38 alunos que foram avaliados, 97,4% acha o ensino de química importante e 2,6% não acha importante, os que afirmam que a química é importante explica que o conhecimento da disciplina permitia entender a natureza, os processos químicos, as reações, o seu cotidiano e identificar substâncias. A oficina “produção de sabão” possibilitou trabalhar o conhecimento químico de forma contextualizada e significativa com os alunos, mostrando-se como um meio para melhor assimilação do conhecimento social, cultural e científico.

Palavras chaves

Produção de sabão; Ensino de química ; Questões ambientais

Introdução

A química vem sendo apresentada como de difícil compreensão por ser uma ciência que apresenta um caráter abstrato e empírico, um exemplo destes aspectos é o estudo das reações químicas que envolvem a interpretação de dados experimentais e o entendimento do caráter dinâmico das partículas. Assim, o aluno tem que transitar entre os níveis do conhecimento químico: microscópico, macroscópico e representacional. Nessa perspectiva é importante relacionar os conceitos científicos com interesses econômicos, ambientais, políticos, tecnológicos e sociais possibilitando ao aluno fazer relações do conhecimento científico com sua vida. Dessa maneira, surge para os educadores de todos os graus de ensino um novo desafio: tornar o ensino da química articulado com os interesses e necessidades dos alunos nas escolas. Uma estratégia entre várias que se vem discutindo é a utilização de temas do cotidiano para o desenvolvimento de conceitos científicos (SANTOS, 2007). Esta estratégia permite um ensino contextualizado, trabalhando o conhecimento químico relacionado com o dia a dia do aluno, ajudando a compreensão dos fenômenos químicos identificados no cotidiano. A utilização de temas que trabalhem de forma contextualizada vem sendo defendida não só por educadores em ciências, mas por diferentes profissionais da educação (WARTHA; SILVA e BEJARANO, 2013). Entre os temas possíveis de serem trabalhados destaca-se a “produção de sabão” por possibilitar trabalhar o conhecimento químico de forma contextualizada e significativa (VERANI; GONÇALVES e NASCIMENTO, 2000). Nesse sentido este trabalho tem como objetivo trabalhar a fabricação de sabão como tema gerador de ensino aprendizagem da química com alunos do 3° ano do ensino médio, da Escola Estadual Francisco Veras, Angicos, RN.

Material e métodos

O presente trabalho foi realizado com as turmas de 3º ano do ensino médio da Escola Estadual prof. Francisco Veras localizada no município de Angicos/RN. Inicialmente foi feito uma revisão de literatura para enriquecer a fundamentação teórica do trabalho, posteriormente foram feitas visitas à escola para verificação da estrutura física, quantidade de turmas e de alunos. Antes da aplicação da oficina com os alunos da escola testou-se as quantidades de reagentes (álcool etílico hidratado, hidróxido de sódio, essência de flores, óleo de cozinha e lauril) para a produção de sabão, esse teste foi efetivado no laboratório da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-árido) utilizando vidrarias e acessórios comuns de um laboratório de química: béqueres, provetas, pinça metálica, bastão de vidro, etc. Na escola foi realizado inicialmente um contato com a direção e os professores de química para explicar o projeto e saber se eles autorizavam a aplicação da oficina. Depois desse contato, foi elaborado e repassado um folder com uma breve explicação dos conteúdos que seriam abordados na oficina e já com as datas preestabelecidas da aplicação da atividade. Posteriormente, a oficina foi elaborada e aplicada aos alunos do 3º ano da escola e dividida em dois dias de oficina. Onde aconteceu de tal maneira: No dia 27 de setembro com a turma do 3º ano “A” e no dia 28 de setembro com a turma do 3º ano “B”, na qual, participaram 38 alunos, onde 21 foram da turma “A” e 17 da turma “B”. Assim, um total de 3 horas-aula foi empregado para desenvolver o conteúdo desenvolvido na oficina, envolveu o levantamento do conhecimento dos alunos sobre o tema (Fabricação de sabão) e ao termino da oficina foi aplicado um questionário como instrumento de avaliação.

Resultado e discussão

A avaliação aplicada no início da oficina tanto para a turma “A” quanto para turma “B” deixou os alunos um pouco intimidados, porém pode-se perceber que eles tinham um breve conhecimento sobre o tema, no entanto não sabiam como relacionar os conceitos químicos envolvidos no processo de fabricação do sabão. Em seguida, na parte teórica foi possível observar que os alunos das duas turmas se mantiveram quietos, mas na medida em que os conteúdos e conceitos químicos da fabricação de sabão foram apresentados, eles ficaram mais à vontade, isso podendo ser explicar, por já estarem um pouco mais familiarizados com o tema proposto na oficina. No primeiro momento da experimentação foi possível analisar a empolgação dos alunos, os alunos da turma “A” e “B” dividiram-se em grupos e quando indagados o porquê, ressaltaram que era para que todo o espaço do laboratório fosse aproveitado e que também que todos pudessem participar do experimento. Quando o grupo responsável pelo aquecimento do óleo foi para o local em que estava a chapa, percebeu-se algumas conversas e dentre elas eram sobre as questões ambientais, mostravam-se surpresos em relação a grande quantidade de água contaminada por um litro de óleo e motivados a não ter os mesmos hábitos como jogar o óleo na pia de suas casas. Quando indagados sobre qual reação estava acontecendo no momento em que o hidróxido de sódio foi dissolvido, se era uma reação exotérmica ou endotérmica, responderam que era exotérmica, assim percebendo que eles conhecem os conceitos químicos e evidenciando também que com o tema de produção de sabão vários conteúdos da disciplina de química podem ser abordados.

Conclusões

A oficina “produção de sabão” possibilitou trabalhar o conhecimento químico de forma contextualizada e significativa com os alunos, mostrando-se como um meio para melhor assimilação do conhecimento social, cultural e científico. Além de permitir o emprego de aulas teóricas e experimentais de forma problematizadora, utilizando materiais e reagentes de fácil aquisição. Identificou-se também que uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores de Química é a falta de estruturação para que eles possam realizar aulas experimentais dos conteúdos vistos nas aulas teóricas.

Agradecimentos

A todos que me ajudaram direto ou indiretamente na realização desse trabalho.

Referências

SANTOS, W.L.P; Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. In: Revista Brasileira de Educação, v.12, n.36, set./dez., p.474-550, 2007.


VERANI, C. N; GONÇALVES, D. R; NASCIMENTO, M. G; Sabões e Detergentes Como Tema Organizador de Aprendizagens no Ensino Médio; Química Nova na Escola, 12, 2000, p. 15-19.

WARTHA, Edson José; SILVA, EL da; BEJARANO, Nelson Rui Ribas. Cotidiano e contextualização no ensino de Química. Química Nova na Escola, v. 35, n. 2, p. 84-91, 2013.

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