PERFIL DOS ALUNOS E DOS PROFESSORES DE QUÍMICA DA REGIÃO DE PAULISTANA-PI

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, A.C. (IFPI-PAULISTANA) ; Rodrigues, J.J. (IFPI-PAULISTANA) ; Souza, L.S.S. (IFPI-PAULISTANA) ; Sousa, S.C. (IFPI-PAULISTANA)

Resumo

Este trabalho foi feito através do estudo exploratório realizado em escolas estaduais da região de Paulista (Piauí), com o objetivo de traçar o perfil dos professores de química da região e averiguar a existência nos alunos do desejo de seguir a carreira docente. Foi feita uma pesquisa descritiva, realizada através da aplicação de questionários aplicados nos meses de junho e julho de 2018 entre sete professores e duzentos e quarenta e oito alunos. Os resultados apontam que os discentes gostam de química, mas não pretendem seguir a carreira. Dos sete professores entrevistados, quatro são formados em química e três possuem graduação em áreas afins. Tal trabalho mostra que devem ser aumentados os incentivos para a valorização da carreira de professor.

Palavras chaves

PERFIL DISCENTE; PERFIL DOCENTE; PROFISSIONALIZAÇÃO

Introdução

A química é uma ciência da natureza, está presente no cotidiano e é uma disciplina muito importante. Por trabalhar com termos abstratos como os átomos, velocidade, equilíbrio de uma reação e a geometria molecular, entre outros conteúdos, o ensino dessa matéria de forma compreensível aos alunos se torna ainda mais complexo. Dessa maneira a responsabilidade do professor é maior em tornar atraente o ensino da química. Segundo Silva (2011) o modelo tradicional aplicado nas aulas não é a única opção para tornar o ensino da química mais produtivo. Mas para aplicar outras metodologias é necessária uma formação que possibilite ao docente o mínimo de conhecimento na área. A carreira docente não é atraente para os jovens, se equiparada a outras profissões, devido aos baixos salários e o alto índice de violência tanto física como verbal que essa categoria sofre, com isso a saúde mental desse profissional também é abalada (SOUZA, 2012). Assim o objetivo desse trabalho é traçar o perfil dos professores de química da região de Paulistana (Piauí) e averiguar a existência de alunos com desejo de seguir a carreira docente na área. A análise foi feita no intuito de observar a quantidade de docentes formados na área, suas maiores dificuldades na profissão e verificar se os estudantes têm afinidade com a química e se desejam ser professores dessa disciplina.

Material e métodos

As técnicas de pesquisas podem ser combinadas, abrindo assim possibilidades de coleta de dados contendo questões abertas e fechadas (DAL-FARRA, 2013). Para esse trabalho é feita uma pesquisa descritiva, realizada através da aplicação de questionários entre professores e alunos do ensino médio das escolas da rede pública estadual de ensino nas cidades de Paulistana, Betânia, Jacobina e Acauã, localizadas ao sudeste do estado do Piauí e fazem parte da Microrregião do Alto Médio Canindé. Para a coleta de dados relativos aos alunos foram elaborados questionários objetivos contemplando cinco perguntas às quais os alunos deveriam responder assinalando Sim ou Não: (1) Você gosta de química? (2) Tem desejo de ser professor? (3) Tem desejo de ser professor de química (4) Química é uma disciplina difícil? (5) Química é importante em sua vida? Para a coleta de dados relativos aos professores que ministram química nas escolas da região foi elaborado um questionário subjetivo contendo questionamentos quanto à sua formação (graduação, especialização, mestrado e/ou doutorado), à afinidade com a disciplina, à percepção quanto ao interesse dos alunos, às estratégias adotadas para motivação dos discentes e às dificuldades encontradas no ensino de química. Os questionários foram aplicados entre os meses de junho e julho de 2018. As escolas foram escolhidas por serem da rede estadual e ter em sua grade a disciplina de química. Foram entrevistados um total de 248 alunos, com idade entre 14 e 20 anos, e sete professores, que lecionam química, com tempo de docência variando entre 3 e 23 anos.

Resultado e discussão

Dos sete professores entrevistados, quatro possuem graduação em química, sendo que dois deles possuem mestrado em áreas afins à química. Os demais eram formados em biologia, física e pedagogia e, embora todos afirmem ter afinidade por química, somente um expressou o desejo de ingressar em graduação na área. Três professores afirmaram que não tinham o desejo de ser docentes. Apenas dois professores afirmaram não perceber interesse dos alunos na disciplina. Entre as dificuldades alistadas o déficit em matemática foi o mais citado, mas foram também elencadas a falta de laboratórios, interpretação de texto e carga horária insuficiente. Os professores sem formação específica incluíram na lista o fato de não possuir a graduação na área, alegando que ensinam o que recordam do que haviam estudado no ensino médio. As estratégias de motivação citadas por todos os professores foram o uso de experimentos de baixo custo e de exemplos do cotidiano. Os dados obtidos nos questionários aplicados com os alunos são apresentados na Figura 1 e a aplicação em uma das turmas está registrada na imagem da Figura 2. Conforme fora percebido pelos professores, os alunos, em sua maioria, afirmam realmente gostar de química, embora aproximadamente 50% tenha afirmado encontrar dificuldade em entendê-la, por ser uma disciplina, segundo eles, difícil. O dado mais alarmante encontrado nessa pesquisa é a falta de interesse dos alunos e ingressar em seguir docência, especialmente no ensino de química. Isso pode ser justificado pela falta de incentivo à carreira acadêmica, tanto do ponto de vista econômico quanto de status.

Figura 1 - Gráfico com os dados das entrevistas aos alunos



Figura 2 - Aplicação dos questionários entre os alunos



Conclusões

Diferente do que é citado na literatura, os alunos entrevistados neste trabalho afirmam gostar de química, embora não desejem tornar-se professores. Isso pode ser explicado pelos baixos salários e pela falta de incentivo. A maioria dos professores que lecionam química na região possui área. A dificuldade mais alistada pelos professores é a dificuldade quanto a aplicação da matemática. Essa pode ser corrigida pelo estímulo ao estudo das exatas. Esse trabalho reafirma a necessidade de aumentar os incentivos à docência, dada a importância da educação para a construção de uma sociedade justa.

Agradecimentos

Às escolas, professores e alunos que aceitaram participar da pesquisa.

Referências

DAL-FARRA, R. A.; LOPES, P. T. C. Métodos mistos de pesquisa em educação: pressupostos teóricos. Revista Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente v. 24, n. 3, p. 67-80, 2013.

SILVA, A. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais atraente. Revista Revista de Química Industrial, 2. trim. 2011.

SOUZA, K. O. J. Violência em escolas públicas e a promoção da saúde: relatos e diálogos com alunos e professores. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza, v. 25, n. 1, p. 71-79, 2012.

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