USO DE UMA ABORDAGEM COLABORATIVA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADO NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM UMA TURMA DA EJA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Ferreira, R.M.O. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO) ; Penco, V.S.N. (INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

O presente trabalho tem o intuito de relatar a experiência vivenciada na disciplina de Estágio Supervisionado II, pelo discente de Licenciatura em Química, em uma turma técnica de Manutenção e Suporte em Informática (MSI), que consiste em alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) campus Duque de Caxias. É possível perceber os constantes desafios no planejamento de aulas que atendam a demanda do “ser professor”, principalmente quando a única maneira de se atingir toda a turma é fugir do modelo tradicional de ensino que nos permeia nos dias atuais. Uma das metodologias utilizada durante o período é vista no material “Química na Cozinha: O Sal”, elaborado pelo estagiário com auxílio da professora supervisora.

Palavras chaves

Estágio; EJA; Licenciatura em Química

Introdução

O Estágio Supervisionado é um dos componentes curriculares do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), viabilizando a reflexão sobre a prática exercida, auxiliando na consolidação da formação docente. O processo de aprendizagem é de extrema importância no preparo para os desafios que a carreira pode vir a oferecer, visando assim, o contato direto com a sala de aula. Resumindo, segundo Scalabrin e Molinari (21--?) o estágio objetiva a preparação à realização de práticas no âmbito escolar, é uma possibilidade de fazer a relação entre teoria e prática, entrando em contato com a realidade da profissão escolhida. Quando analisado um dos objetivos do curso de Licenciatura em Química, que permeia a formação de professores-pesquisadores capazes de buscar novas alternativas para o ensino, incentivando a atuação como agentes multiplicadores de soluções, o estágio se torna uma das experiências mais proveitosas no processo de formação de qualquer licenciando. O presente trabalho objetiva relatar uma experiência de estágio vivenciada na turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na disciplina de química. Com o intuito de fazer uso da interpretação para se dar início a debates e discussões, a metodologia aplicada para mostrar a presença da química no cotidiano com a turma, constituída de alunos com idade superior a dezessete anos, o uso da abordagem colaborativa demonstra grande eficácia. Visando assim, colocar o aluno como protagonista que, segundo Silva e Soares, torna o processo de ensino- aprendizagem mais eficaz, almejando a diminuição na padronização imposta quando se aborda conteúdos químicos. O benefício da dúvida e o de poder questionar no decorrer das aulas torna o aluno o centro de todo aprendizado.

Material e métodos

As atividades realizadas no período de estágio constituíram em aulas experimentais, estudos de casos, contextualização de conteúdos químicos e uso de materiais didáticos variados. Todas as dinâmicas propostas foram planejadas previamente e executadas de maneira que os alunos pudessem participar ativamente no processo de construção do conhecimento. Com o propósito de relatar a inserção do estagiário na experiência da abordagem colaborativa, o presente trabalho tem o enfoque na elaboração e aplicação de uma aula contextualizada sobre sais, onde fez-se uso de um guia didático construído pelo estagiário com auxílio da professora supervisora, intitulado “Química na Cozinha: O Sal”, montado através do Microsoft Publisher. Fez-se a escolha do Cloreto de Sódio - popularmente conhecido como sal de cozinha - como objeto de pesquisa para introduzir o conteúdo “sais” através do Guia. No decorrer de suas páginas, houve o preenchimento com: curiosidades, que dissertam sobre a origem da palavra sal; seu contexto histórico, relatando sua existência e uso do período neolítico até os dias atuais; aplicações no cotidiano, com questionamento de como podemos sentir o sabor salgado e da necessidade de ingerirmos o sal; influências que o seu excesso ou falta podem ocasionar ao organismo, conscientizando de que independente do consumo deve-se manter o equilíbrio; aspecto, trabalhando o termo sal quimicamente, interligando com discussões que ocorreram em aulas que antecederam a citada no relato. Para a aplicação do material, houve a distribuição de um exemplar por aluno. Sequencialmente, organizados no formato roda de conversa, realizou-se uma leitura pausada do conteúdo apresentado, onde no decorrer foi possível o questionamento acerca de todo o conhecimento a ser construído durante a aula.

Resultado e discussão

Quando se ministra uma aula para uma turma de EJA, a necessidade de correlacionar com o cotidiano de cada aluno mostra-se a alternativa mais eficaz. A elaboração do guia contextualizado, proporcionou uma visão mais ampla que acarretou, no decorrer do período uma melhor participação e desenvoltura dos alunos nas atividades propostas posteriormente. Devido a contextualização trabalhada no decorrer do material, os conceitos químicos puderam ser vistos de maneira no qual os alunos sentiram ligação com o próprio cotidiano, que pode ser exemplificado na fala: “então a gente não pode utilizar qualquer tipo de sal como sal de banho pois cada um possui propriedades específicas? E alguns podem ter componentes que talvez não faça bem?”. A mediação feita através da roda de conversa, proporcionou maior conforto nos alunos presentes. Saindo do tradicional onde o professor, por estar em frente a turma, aparenta ser o detentor do conhecimento. Sendo assim, foi possível que todos participassem ativamente de todo o processo, fazendo suas contribuições e retirando dúvidas que em sua grande maioria tinham relações com ocasiões vivenciadas no seu dia-a-dia. A elaboração do material serviu para o meu crescimento profissional, aprendendo assim a necessidade de se estar preparado para relacionar o conteúdo químico com tudo que possa nos cercar. Além disso, a abordagem colaborativa escolhida, influenciou na minha concepção do que realmente é uma turma de EJA, pois demonstrou que estar preparado para perguntas voltadas ao cotidiano do aluno, e continuar construindo o conhecimento a partir do fornecido se necessita de um estudo prévio e conhecimentos gerais maior do que para se ministrar qualquer aula, quando se trata a química de maneira conteudista, ignorando a oportunidade de a dar sentido.

Conclusões

Estagiar na turma de EJA, remete a uma experiência que todos deveriam vivenciar. Inicialmente, existe a visão de que não é possível prosseguir com uma matéria considerada tão abstrata quanto a química para uma turma que consiste, em sua grande maioria, de adultos. É engrandecedor preparar aulas nas quais precisa-se pesquisar além do conteúdo, buscando ter noção de possíveis vivências e relações com o cotidiano para dar conta de atender as necessidades dos alunos. Além disso, ressalto a importância que é aprender a se moldar para dar uma aula que possa ter sentido para todos os alunos.

Agradecimentos

Agradeço a professora supervisora Vanessa Nogueira, pelo crescimento profissional obtido no decorrer do estágio, e aos alunos da EJA, por sempre estarem dispostos a p

Referências

SCALABRIN, I. C.; MOLINARI, A. M. C. A importância da prática do estágio supervisionado nas licenciaturas. Disponível em: <http://revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol7_n1_2013/3_a_importancia_da_pratica_estagio.pdf>. Acesso em: 03 de agosto de 2017.

SILVA, V. A.; SOARES, M. H. F. B. Conhecimento Prévio, Caráter Histórico e Conceitos Científicos:: O Ensino de Química a Partir de Uma Abordagem Colaborativa da Aprendizagem. Química Nova na Escola, [s.l.], v. 35, n. 3, p.209-219, ago. 2013.

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