APRENDIZAGEM COOPERATIVA Co-op-Co-op EM AULAS DE QUÍMICA: uma ferramenta para o ensino de Funções Orgânicas

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Ferreira, F.C.S. (UEMA/UAB CODÓ) ; Furtado, R.K.M. (IFMA/CAMPUS CODÓ) ; Cantanhede, L.B. (IFMA/CAMPUS CODÓ) ; Cantanhede, S.C.S. (UFMA/CAMPUS CODÓ)

Resumo

A aprendizagem cooperativa é uma metodologia construtivista que pode auxiliar no ensino de Química, tornando-o mais dinâmico e proveitoso, ajudando o aluno na aprendizagem dos conhecimentos químicos e a desenvolver habilidades interpessoais que o auxiliarão a viver melhor em sociedade. Neste trabalho, buscou-se verificar como a aplicação do método de aprendizagem cooperativa Co-op-Co-op pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem para o conteúdo Funções Orgânicas. Os sujeitos da pesquisa foram alunos de uma turma do 3º ano do ensino médio. Foram aplicados questionários no formato Likert com o objetivo de verificar o aprendizado de conteúdos químicos. A análise do questionário demonstrou que cerca de 62% dos alunos conseguiram assimilar melhor os conteúdos químicos trabalhados.

Palavras chaves

Aprendizagem cooperativa; Co-op-Co-op; Funções orgânicas

Introdução

As bases propulsoras desse processo de ensino-aprendizagem, muitas vezes são valores individuais e competitivos, pois o sistema capitalista atual cria uma sociedade egocêntrica, onde valores cooperativos são dissipados e substituídos por valores individualistas. Nesse sentido, a realidade educacional pode ser afetada, pois, ao invés do ensino ser baseado em cooperação, ele tem pode ser fundamentado na competição entre os alunos (GUEDES; BARBOSA; JÓFILI, 2007). O maior problema desse modelo competitivo é que ele acaba sendo excludente, pois, responsabiliza o indivíduo por causa de seu aparente fracasso de inclusão educacional e, nesse contexto, falhas são indícios de incompetência e incapacidade. Assim, promover atividades cooperativas entre os alunos, ou implementar modelos cooperativos, pode ser uma variável dentre muitas que auxiliariam no processo de desenvolvimento educacional inclusivo (CHILANTE; NOMA, 2009). No ensino da Química, os métodos de aprendizagem cooperativa, quando aplicados adequadamente, podem trazer vantagens nas aulas. De acordo com Cochito (2004), a aprendizagem cooperativa pode proporcionar um melhor rendimento escolar e capacidade cognitiva, desenvolver atitudes cooperativas e reduzir as diferenças sociais, culturais e econômicas. Portanto, se a aprendizagem cooperativa for utilizada corretamente, ela será relevante, pois serão muitos os benefícios proporcionados ao ensino da Química (FATARELI et al, 2010; PINHO; FERREIRA; LOPES, 2013). Neste trabalho, o método cooperativo Co-op-Co-op foi utilizado tanto, como instrumento facilitador do processo de ensino e aprendizagem do conteúdo funções orgânicas, quanto uma estratégia que buscou estabelecer um ambiente cooperativo entre os alunos na sala de aula.

Material e métodos

A aplicação do método cooperativo de aprendizagem Co-op-Co-op ocorreu no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Codó, em uma turma de 28 alunos do 3° ano do Ensino Médio/Técnico. O professor organizou os 28 alunos em 7 grupos com 4 componentes. Os grupos foram organizados levando em consideração o princípio cooperativo da heterogeneidade. Cada grupo ficou responsável por uma função orgânica específica: hidrocarbonetos, álcoois, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, aminas, amidas. Cada componente do grupo ficou responsável por estudar e aprofundar um tópico dentro da função designada para o seu grupo (Definição e grupo funcional, propriedades físico-química, nomenclatura e aplicações no cotidiano), com o objetivo de explicar e discutir com os colegas de grupo. Em seguida, as equipes prepararam uma apresentação de 15 minutos para toda a turma, sobre a sua respectiva função orgânica, abrangendo os tópicos estudados por cada componente do grupo. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário com 9 perguntas fechadas no formato de escala Likert com 5 pontos, onde os alunos emitiram o seu grau de concordância (Concordo Fortemente, Concordo, Indeciso, Discordo e Discordo Fortemente) e uma pergunta aberta (LAKATOS; MARCONI, 2003). A opção pela utilização do questionário no formato Likert é devido a facilidade, tanto dos alunos emitirem sua opinião sobre determinado assunto, quanto no tratamento dos dados obtidos, com a utilização de ferramentas estatísticas apropriadas (COSTA, 2011). Na análise estatística, foram utilizadas representações gráficas, no formato de histogramas de distribuição de frequências absolutas e relativas, gerados a partir das repostas dos alunos no questionário aplicado após a aplicação da proposta.

Resultado e discussão

O questionário aplicado após a utilização do método Co-op-Co-op, teve como objetivo verificar o quanto o método contribuiu para a aprendizagem dos alunos acerca do conteúdo químico. A Tabela 1 apresenta as distribuições das frequências percentuais e absolutas das respostas de cada item do questionário para o conteúdo Funções Orgânicas. Observa-se que os índices positivos (4 e 5) apresentam os maiores valores percentuais de respostas, com cerca de 62%. Segundo Fatareli et al (2010), a aprendizagem cooperativa permite que o aluno descontrua os pré-conceitos negativos relativos a Química, fazendo com que o aprendizado seja significativo para ele. Para uma melhor verificação dos dados obtidos com as respostas dos alunos, foi utilizada a representação gráfica na forma de histograma e polígono. A Figura 1, apresenta a frequência percentual absoluta de respostas dos alunos. Verifica-se que os percentuais relacionados aos índices negativos (C, D e E) somam cerca de 38%. Esse percentual pode representar a contribuição do Co- op-Co-op para o processo de ensino aprendizagem. Em relação à questão aberta, muitos alunos responderam de forma correta, como por exemplo: “Amina – Cocaína – droga utilizada por dependentes químicos. Hidrocarboneto – naftalina – matar insetos” (ALUNO A); “Ácido Carboxílico – Ácido fórmico – presente nas formigas, que utilizam para sentir ardor. Propanona, utilizada como solvente de esmaltes por manicures” (ALUNO B); sugerindo desta forma, que o método de aprendizagem cooperativa Co-op-Co-op, pode ajudar no aprendizado de conteúdos químicos. Esses resultados estão de acordo com os resultados obtidos em outras pesquisas relacionadas ao tema, (CANELAS; HILL; NOVICKI, 2017; FATARELI et al 2010; MASSI; CERRUTI; QUEIROZ, 2013).

Tabela 1:

Frequências percentuais e absolutas das respostas dos alunos ao questionário de conteúdo após a aplicação do método Co-op-Co-op.

Figura 1:

Histograma e Polígono de frequência percentual absoluta das respostas dos alunos ao questionário de conteúdo após a aplicação do método Co-op-Co-op.

Conclusões

A aplicação de métodos cooperativos de aprendizagem, apesar de proporcionar pequenos obstáculos, como a resistência ao método, apresentou diversos benefícios. A maioria dos alunos conseguiram assimilar melhor os conteúdos químicos propostos, o método cooperativo foi avaliado como mais proveitoso que as aulas em moldes tradicionais e que os trabalhos em grupos comuns, estimulou os alunos a participarem de forma mais interativa nas aulas, ajudou-os a desenvolver um melhor relacionamento professor-aluno, auxiliou-os no desenvolvimento de habilidades sociais e na avaliação individual e de grupo.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/Campus Codó, a Universidade Federal do Maranhão/Campus Codó e ao Grupo de Pesquisa em Ensino de Quí

Referências

CANELAS, D. A.; HILL, J. L.; NOVICKI, A. Cooperative learning in organic chemistry increases student assessment of learning gains in key transferable skills. Chemistry Education Research and Practice, v. 18 nº 3, p 441-456, julho de 2017.

CHILANTE, E. F. N.; NOMA, A. K. A reparação da dívida social da exclusão: uma função da educação de jovens e adultos no Brasil? Revista HISTEDBR On-line. Campinas, maio. 2009.

COCHITO, M.I.S. Cooperação e aprendizagem: educação intercultural. Lisboa: ACIME, 2004.

COSTA, F. J. Mensuração e desenvolvimento de escalas: aplicações em administração. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011.

FATARELI, E. F.; FERREIRA, L. N. de A. F.; FERREIRA, J. Q.; QUEIROZ, S. L. Método Cooperativo de Aprendizagem Jigsaw no Ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 32, nº 3, p 161-168, agosto de 2010.

GUEDES, M. G. de M.; BARBOSA, R. M. N.; JÓFILI, Z. M. S. Aprender Ciências em grupo: o que os alunos pensam? In: Anais do VI encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 2007, Florianópolis.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MASSI, L.; CERRUTI, B. M.; QUEIROZ, S. L. Metodologia de ensino Jigsaw em disciplina de Química Medicinal. Química Nova, São Paulo, v. 36, nº 6, p 897-904, 2013.

PINHO, E. M. de.; FERREIRA, C. A. A. S.; LOPES, J. P. A opiniões dos professores sobre aprendizagem cooperativa. Revista Diálogo Educacional, v.13, n.40, 2013, p. 913-937.

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