MISTURAS E SEUS PROCESSOS DE SEPARAÇÃO: A REGIONALIZAÇÃO COMO ABORDAGEM DIDÁTICA USANDO O AÇAÍ, A MANDIOCA E SEUS DERIVADOS.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Monteiro, H.L. (UFPA) ; Leal, W.R.R. (UFPA) ; Santos, J.K.R. (UFPA)

Resumo

O objetivo é apresentar uma abordagem didática sobre misturas e seus processos de separação tendo a regionalização como abordagem didática orientadora. Nesta perspectiva, realizou-se uma atividade expositiva/dialogada utilizando materiais e recursos naturais encontrados no cotidiano dos estudantes e que fazem parte da cultura regional, tais como: o açaí, a farinha de mandioca, o tucupi, entre outros. A proposta didática foi dividida em eixos onde foram abordados processos de: levigação, para separar cascas e folhas do açaí; filtração realizada através do tipiti para separar a manipueira da massa de mandioca; a decantação do polvilho, entre outros. Para obtenção dos dados, um questionário com perguntas referentes ao conteúdo foi realizado.

Palavras chaves

Separação; ensino; regionalização

Introdução

A educação para a cidadania é função primordial da educação básica nacional. Pensando nisso, A função do ensino de química deve ser a de vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o aluno está inserido. (SANTOS; SHETZELER, 1996). Vygotsky sustenta que o conhecimento histórico-social é internalizado e, por sua vez, transformado pela própria criança por meio da sua interação, ou por meio de trocas sociais com os indivíduos que a cercam. Ou seja, a cultura em que o ser está inserido acaba tendo influencia em seu processo de conhecimento (FOSSILE, 2010). De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), no seu artigo 26, traz a ideia de um currículo com uma base nacional comum, em todos os níveis de ensino da educação básica. E que esta deve complementada por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. A cultura paraense é rica e cheia de particularidades, é de grande importância para futuros educadores da região relacionar essa cultura no seu modelo de ensino, para um melhor aprendizado dos alunos.

Material e métodos

O trabalho foi realizado em três escolas do município de Ananindeua, região metropolitana de Belém do Pará, todas as escolas foram da rede pública de ensino. Participaram cerca de 125 alunos entre as turmas de nono ano e primeira série do ensino médio, contendo em média 25 alunos por turma. Para elaboração de uma proposta didática no ensino de química foi dado aos alunos uma aula expositiva/dialogada no qual foi iniciado com a explanação geral do tema separação de misturas, expondo alguns processos que são utilizados na indústria e no cotidiano, a sua importância e de como o tema é recorrente no Exame Nacional do Ensino Médio(ENEM). Após isso, foi mostrado aos alunos alguns processos de separação que são bastante utilizados na cultura paraense. Foi citado o processo de obtenção da farinha de mandioca, da goma, do tucupi e do suco do açaí. Para auxiliar foram utilizadas imagens dos processos e algumas das matérias- primas para que os alunos pudessem observar e abstrair os conceitos. Ao final foi repassado um questionário com algumas questões referente a tudo que foi abordado.

Resultado e discussão

De acordo com o gráfico, observa-se que as 5 perguntas contidas no questionário que foi repassado aos alunos presentes em sala de aula, tiveram grandes índices de acerto, ou seja, acima de 50% da turma compreendeu o que foi ensinado. A atividade realizada pôde comprovar a opinião de SANTOS e SCHNETZLER (1996) onde ambos relatam que temas químicos sociais desempenham papel fundamental no ensino de química para formar o cidadão, pois propiciam a contextualização do conteúdo químico com o cotidiano do aluno, de avaliarem as implicações sociais das aplicações da química e de compreenderem a realidade social em que estão inseridos. Apesar de os dados presentes no gráfico demonstrarem a grande eficiência do método utilizado, nem um apresentou 100% de acerto, isso representa a realidade em que alguns alunos se encontravam dispersos durante a aula, em conversas paralelas ou fazendo uso de aparelhos eletrônicos, o que de uma certa forma refletiu em seu desempenho durante a resolução do questionário.

Gráfico de desempenho dos alunos

O Gráfico mostra a porcentagem de acerto doas alunos referente às cinco questões presentes no questionário

Questionário

Questionário repassado para os alunos para uma análise quantitativa do método proposto.

Conclusões

Pode-se confirmar que o ensino de química ganha um novo sentido quando interligado à realidade social e a valorização cultural dos alunos. A aprimoração de novos conhecimentos se tornam mais acessíveis quando o professor utiliza os conhecimentos já abstraídos pelos educandos e a partir disso forma métodos e estratégias para o processo de aprendizagem.

Agradecimentos

Agradecemos à Deus, à nossa orientadora Janes Kened, à Universidade Federal do Pará e as escolas que nos disponibilizaram as turmas para a realização do trabalho.

Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 12 Jul. 2018.
FOSSILE, D. K. Construtivismo versus sócio-interacionismo: uma introdução às teorias cognitivas. Disponível em < http://alpha.unipam.edu.br/documents/18125/23730/construtivismo_versus_socio_interacionsimo.pdf>. Acesso em: 12 Jul. 2018.
SANTOS W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Função social: o que significa o ensino de química para formar o cidadão? Química Nova. Disponível em; < http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc04/pesquisa.pdf>. Acesso em:12 Jul. 2018.

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