ESTUDO DA REATIVIDADE DE METAIS ATRAVÉS DE UMA ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Souza, L.T. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA) ; Conceição, E.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA) ; Assis Jr., P.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA) ; Jovito, R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA)

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo trazer uma proposta de metodologia onde o aluno em sala de aula possa participar ativamente da construção do conhecimento. Foi adotada a abordagem construtivista sobre a prática pedagógica, com o intuito de fazer o aluno raciocinar sobre a Reatividade de Metais. Utilizou-se neste processo a Contextualização e Experimentação com o enfoque construtivista. Como primeira constatação foi nítido o aumento do interesse e da interação nas aulas. Pudemos também observar que não se tem o costume de se utilizar esse tipo de abordagem dentro do sistema educacional atual, o que gera dificuldades. O trabalho mostrou que há possibilidades de se trabalhar nas escolas de tal forma, buscando melhora do processo ensino- aprendizagem.

Palavras chaves

Construtivismo; Experimentação; Eletroquímica

Introdução

As reações redox são corriqueiras no cotidiano e, por isso, há a necessidade de se conhecer melhor esse assunto. Para sua compreensão é necessário que haja meios de se despertar no aluno o interesse pelo referido assunto, pois saber o que é oxidado e o que é reduzido pode ser feito de modo mecânico, sem representar uma aprendizagem significativa. Através da experimentação, da observação e da análise de processos redox pode se fazer com que estudantes relacionem a teoria à prática de um modo geral. Os metais participam também de reações redox, e podemos trabalhar o conteúdo de química redox trazendo materiais metálicos do cotidiano do aluno e aplica- los no conteúdo abordado em sala de aula. Trabalhar de forma contextualizada ajuda numa melhor associação dos conhecimentos. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) indicam que a contextualização é um “recurso para tornar a aprendizagem significativa ao associá-la com experiências da vida cotidiana ou com os conhecimentos adquiridos espontaneamente”. (PCNs, 1999). Tendo em consideração que se deseja a formação de um cidadão crítico, o enfoque com o qual as metodologias são aplicadas ganha importância. O construtivismo tem como enfoque “uma conexão entre conteúdo teórico e vida real, proporcionando ao aluno, entre outras coisas: o estímulo e o desenvolvimento da capacidade de pensar, de questionar e raciocinar” (LEITE e CUNHA, 2009), ou seja, fazer o aluno agir diretamente sobre o objeto de estudo, permitindo que ele busque construir o conhecimento. Partindo do pressuposto de que a construção dos conceitos leva a uma aprendizagem mais significativa e que experimentação e contextualização são essenciais para o ensino de química, o presente trabalho se propõe a abordar com enfoque construtivista a "Reatividade dos Metais".

Material e métodos

Este trabalho foi realizado no laboratório de uma escola pública de ensino médio e aplicado em quatro turmas de segundo ano. Em um primeiro momento foi dado início a aplicação com uma discussão sobre reações e seus indicativos buscando o que os alunos tinham em mente. Nesta perspectiva, todos os alunos participaram do assunto explorado e evidenciaram seus conhecimentos relacionados aos indicativos das reações. Após essa relação direta com os alunos, foram realizadas as experimentações de reatividade dos metais no laboratório de Ciências da escola. No segundo momento, realizou-se a atividade experimental. Foram formados 5 grupos que tinham em sua posse cinco tubos de ensaio, os quais continham soluções aquosas de ácido clorídrico 1 mol/L, e 5 materiais metálicos, identificados pelo símbolo do elemento. Os grupos foram orientados a, metal por metal, inserir os objetos metálicos nos tubos de ensaio e observar o que ocorria. Aos alunos foi dito para que fossem anotadas as mudanças ocorridas, para que eles mesmos tentassem responder o que estava ocorrendo. A eles portanto, cabia levantar hipóteses. No terceiro momento, já em sala de aula, deu-se prosseguimento no assunto de “Reatividade dos Metais”. Neste momento então foi feita a formalização dos conteúdos, onde o objetivo foi o de discutir com o grupo todo de alunos as observações realizadas e levar os mesmos até a maneira formal de apresentar, expressar e discutir as observações, uniformizando os resultados do experimento dentro da linguagem científica, e, por fim, criando uma escala com ordem de reatividade dos metais.

Resultado e discussão

No primeiro momento verificou-se que os alunos definiam uma reação através da mudança do material inicial, mas que não sabiam quando e como essa mudança ocorria. As descrições por eles realizadas não utilizavam os termos científicos. A partir deste ponto, se trabalhou indicativos de reação. No segundo momento deu-se início a experimentação. Os alunos foram divididos em cinco grupos e a estes grupos realizaram os experimentos propostos, anotando suas observações. Aqui, tinha-se como objetivo induzir os alunos a observarem as reações e que, com isso, os mesmos notassem os indicativos de reação na prática e os descrevessem. Surgiram termos como “criou bolinhas”, “saiu fumaça”, e “desapareceu”. Este tipo de descrição não só era esperada como desejada, pois é a partir deste conceito próprio dos estudantes que se quer chegar a uma aprendizagem significativa. Essa reatividade em conjunto com a observação da velocidade de reação suscitou o interesse quanto a diferença de comportamento dos metais, bem como criou o contexto para se discutir a natureza das reações observadas. Em todas as turmas houve aumento do interesse e participação. No terceiro momento foi dada sequência a aula, com objetivo de unificar as observações dos grupos e dirigir os alunos a construção do conhecimento e formalização da linguagem. Fez-se então uma ponte entre as respostas e a linguagem formal e explicou-se como a química interpreta o ocorrido nos tubos de ensaio, alcançando assim a meta de construir o conhecimento a partir de seus conhecimentos anteriores.

Figura 1 - Aula inicial

Foto da primeira etapa do projeto sendo aplicada

Figura 2 - Atividade experimental

Construção da tabela de reatividade dos metais - atividade de laboratório

Conclusões

Pode-se observar no desenvolvimento do trabalho que foi possível aplicar uma abordagem construtivista com os alunos obtendo bom rendimento, mostrando interesse e participando ativamente das tarefas propostas. Através das estratégias de contextualização e experimentação o objetivo do trabalho foi atingido, sendo possível aplicar este tipo de metodologia de ensino. Do ponto de vista construtivista o trabalho realizado atingiu seus objetivos, pois os estudantes participaram diretamente sobre o objeto de estudo e da construção do seu próprio conhecimento.

Agradecimentos

Ao Centro de Estudos Superiores de Parintins - CESP/UEA

Referências

BERBEL, N. A. N. A Metodologia da Problematização e os Ensinamentos de Paulo Freire: uma relação mais que perfeita. In: BERBEL, N. A. N. (org.) Metodologia da Problematização: fundamentos e aplicações. Londrina: UEL, 1999. p. 1-28.
BELTRAN, N. O.; CISCATO, C. A. M. Química. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1998.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica: Brasília: Ministério da Educação, 1999.
GIORDAN, M. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, São Paulo, nº 10, p. 43-49, 1999.
LEITE, R. F.; CUNHA, M. B. da. O ensino da função orgânica álcool numa abordagem construtivista. In: I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia (PPGECT) – 2009. p. 298 – 300

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