ESPAÇOS DE ENSINO NÃO–FORMAL E O ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS COM BIDENS PILOSA L. ASTERACEAE BERCHT. & J.PRESL DO HERBÁRIO Profª Drª MARLENE FREITAS DA SILVA - MFS.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Barroso, M.F.M. (UEPA) ; Costa, R.A.R. (UEPA) ; Teixeira, L.R.R. (UEPA) ; Vale, M.F.L. (UEPA) ; Lucas, F.C.A. (UEPA) ; Terra, I.A. (UEPA)

Resumo

A educação em ciências presente nos espaços não formais, caracteriza a expansividade do ensino. O trabalho teve como objetivo demonstrar a importância de espaços não formais como o herbário MFS da Universidade do Estado do Pará contribuem para o ensino da química através de explanação etnofarmacologica das plantas medicinais da família Asteraceae, em especial a Bidens pilosa L. Como metodologia realizou-se uma pesquisa de caráter quali-quantitativa com trinta discentes do curso de graduação em Ciências Naturais com habilitação em Química. Tendo como resultado a afirmação unânime dos discentes em relação à relevância dos ambientes não formais para uma melhor junção dos conteúdos ministrados e pra promover a aprendizagem interdisciplinar no ensino de Química.

Palavras chaves

Ensino de Ciências; Ambiente extracurricular; Aprendizagem

Introdução

A educação não-formal é também uma atividade educacional organizada e sistemática, mas levada a efeito fora do sistema educacional formal (GADOTTI, 2005). Como estratégia para o ensino de química pode ser a investigação de plantas medicinais, e também uma abordagem etnofarmacológica a qual consiste em combinar informações adquiridas junto às comunidades locais que fazem uso da flora medicinal com estudos químicos/farmacológicos realizados em laboratórios especializados, permitindo a formulação de hipóteses quanto às atividades farmacológicas. As substâncias terapêuticas relatadas pelas populações usuárias podem ser definidas como ‘’ o estudo das inter-relações diretas entre seres humanos e plantas’’ (FORD, 1978). Os conceitos químicos podem estar presentes no cotidiano da vida dos alunos e nos espaços que os cercam dentro da própria universidade. Souza (2011), afirma que o grande marco do ensino da química é mostrar que esta ciência está presente diariamente na vida dos alunos, além de completar as outras áreas das Ciências Naturais. Uma das linhas de pesquisa sobre a etnofarmacologia desenvolvida no Herbário Profª Drª Marlene Freitas da Silva - MFS da Universidade do estado do Pará é o estudo da espécie Bidens pilosa L. a qual permeia um estudo químico, etnofarmacologico e etnobotânico, nesta perspectiva a importância do ensino não-formal e seus possíveis espaços, configurando o herbário como um espaço não formal de ensino, que traz a fugacidade de uma sala de aula. Como objetivo de pesquisa demonstrar como a etnofarmacologia das plantas medicinais do herbário MFS contribui para o ensino da Química.

Material e métodos

Inicialmente fez-se um levantamento por meio de uma série de etapas de filtro em planilha de Excel segundo Treinta (2012) promovendo a formação de uma base de dados preliminar bruta, no Banco Etno da coleção Biocultural do herbário MFS no intuito de se conhecer quais as famílias botânicas e as espécies, das plantas medicinais eram mais representativas do mesmo. Após isto houve a busca de literaturas, ou seja, levantamento bibliográfico, que sustentasse as informações medicinais populares fornecidas para a família e espécie escolhida, uma vez que segundo Fonseca (2002) estas referências teóricas têm como objetivo recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a respostas. Posteriormente em um primeiro momento houve a apresentação do Herbário MFS, onde se pontuou sobre a finalidade e importância do espaço para o ensino de química bem como sobre a coleção de plantas medicinais. Em seguida ocorreu a sensibilização por meio da mesa dos sentidos, sendo feita a explicação da família Asteraceae e da espécie Bidens pilosa L. Foi realizada uma um dinâmica que de acordo Pereira (2014) esse tipo de ação promove no indivíduo a mudança em seu comportamento e de sua atitude, onde foram selecionadas espécies para degustação, sensibilização do olfato e textura. Por fim, aplicou-se um questionário que segundo Chagas (2000) está ligado à formulação exata do problema a ser pesquisado e ao objetivo da pesquisa. Tendo como parâmetros a serem discutidos, a importância dos espaços não formais de ensino como promovedores de ensino interdisciplinar; A inter- relação do conhecimento científico com o popular; e a utilização das plantas medicinais como recursos do conteúdo de química e botânica.

Resultado e discussão

Uma educação menos hierárquica e menos burocrática, definem a educação não- formal, que não precisa necessariamente seguir um sistema sequencial de progresso como observado em contraste com a educação formal (JACOBUCCI, 2008). Ao se analisar o parâmetro da importância dos espaços não formais de ensino como promovedores de um ensino interdisciplinar, constatou-se que de um total de 30 questionários aplicados correspondendo à 100%, dentre o publico alvo, cerca de 90% consideraram ser muito relevante um espaço não-formal de ensino, e mais precisamente do ensino da química. De acordo com Moacir Gadotti (2005) “toda educação é, de certa forma, educação formal, no sentido de ser intencional, mas o cenário pode sofrer mudanças”. Constatou-se, também que cerca de 95% dos discentes, utilizando essa metodologia conseguiriam ministrar uma aula de ciências unindo a botânica e a química. Segundo Maciel (2002) deve-se sempre frisar a importância de estudos multidisciplinares com plantas medicinais, envolvendo a etnobotânica, a química e a farmacologia. Na pesquisa, a escolha da planta medicinal Bidens pilosa L. foi feita através da abordagem etnofarmacológica, questionando o discente em relação à junção do conhecimento cientifico com o conhecimento popular, sendo unânime dentre os entrevistados, a totalidade de 100% que concordaram que o conhecimento tradicional poder ser associado aos métodos científicos para formular e comprovar hipóteses a cerca das plantas medicinais. E cabe à etnobotânica o estudo de plantas medicinais em estreita cumplicidade com a etnofarmacologia, a exploração científica interdisciplinar de agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados por determinado agrupamento humano (MACIEL, 2002).

Conclusões

Diante da pesquisa realizada, notou-se que mais do que nunca os espaços não- formais de ensino precisam ser utilizados principalmente por futuros docentes para ministrarem suas aulas, e no caso do espaço escolhido para elaboração deste artigo, visualizou-se um grande potencial do herbário MFS, em promover um ensino interdisciplinar, contextualizado, utilizando meios popularmente conhecidos, haja vista que possui um banco de dados fortemente abastecido e atualizado. Então é notório que sim, há como ministrar uma aula de química em local extremamente ligado à botânica.

Agradecimentos

Referências

CHAGAS, A. T. R. O Questionário na pesquisa científica. Vol 1. FECAP. São Paulo, 2000.
FORD, R.I. Ethnobotany: historical diversity and synthesis. In: R.I. Ford; M. Hodge & W.L. Merril (eds.). The nature and status of ethnobotany. Annals of Arnold Arboretum. Michigan: Museum of Anthropology, University of Michigan, 1978.
JACOBUCCI, D. F. C. Contribuições dos espaços não formais de educação para a formação da cultura científica. Em extensão, Uberlândia, V.7, 2008.
MACIEL, M.A.M.; Pinto, A.C. & Veiga, V.E. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova 23: 429-438, 2002.
FONSECA, J.J.S. da. Metodologia da pesquisa cientifica. UECE, Ceará, 2002.
GADOTTI, M. A questão da educação formal/não-formal. Droit à l’education: solution à tous les problèmes sans solution? Institut International des droits de l’enfant, Sion, 2005.
PEREIRA, E. A. et al. Ensino de Ciências e Sensibilização em defesa da conservação da Cachoeira da Mulata. Volume 5. UNOPAR, cient, ciênc,. Human.educ. Paraná, 2014.
SOUZA, G. P. V. A. Et al. Química para o Ensino de Ciências, 2º edição, editora: UFRN. Natal – RN, 2011.
TREINTA, F. T. et al. Metodologia De Pesquisa Bibliográfica Com A Utilização De Método Multicritério De Apoio À Decisão. UFF. Rio de Janeiro, 2012.

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