UMA AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DAS PROVAS DE QUÍMICA APLICADAS EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Barros, D.M.B. (UEPA) ; Costa, W.C.L. (UEPA) ; Machado, M.C.G. (UEPA) ; Barbosa Júnior, A.S. (UEPA) ; Modesto, L.S.P. (UEPA) ; Muribeca, A.J.B. (UFPA) ; Gomes, P.W.P. (UFPA)

Resumo

A avaliação está inclusa no processo ensino-aprendizagem, tida como um procedimento intencional e sistemático. Assim, visou-se analisar provas/exames de Química, diante de critérios pré-estabelecidos e a visão dos professores sobre ato de avaliar, para isso recorreu-se a dois professores de Química, solicitou-se o documento avaliativo, foi aplicado um questionário, finalizando na análise dos dados. Considerando a estrutura da prova/exame e a visão dos professores encontrou-se semelhanças e diferenças. Com isso observou-se que a visão do professor reflete a estruturação do material avaliativo.

Palavras chaves

Ensino de Química; Processo avaliativo; Material didático

Introdução

O ato de avaliar é intrínseco ao processo de ensino e aprendizagem, abrangendo todas as áreas do conhecimento (LIBERATO, 2015). No espaço escolar a avaliação consiste em um procedimento intencional e sistemático, onde os julgamentos feitos trazem consequências, algumas positivas, outras negativas (VILLAS BOAS, 2006). Segundo Liberato (2015), as avaliações instituídas nas escolas brasileiras buscam obter informações do desempenho dos alunos nas provas de forma quantitativa. Onde o acerto ou erro em questões dissertativas ou de múltipla escolha originam uma nota, determinando o quanto o estudante compreendeu o assunto. Entretanto, de acordo com Moretto (2010), o professor deve elaborar avaliações que cooperem com o aprendizado do aluno e que os assuntos trabalhados possuam significado em sua vida cotidiana. Com isso observa-se a relevância do processo avaliativo no ambiente escolar, ressaltando que os resultados devem ser interpretados de modo que venham melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Assim, a inclusão da contextualização no processo avaliativo é um ato válido, pois contribui para que o aluno consiga relacionar os conceitos químicos trabalhados em sala de aula com seu dia a dia. Portanto, o presente trabalho teve por objetivo analisar a estruturação de duas provas de Química, diante de critérios pré-estabelecidos, bem como investigar a visão dos professores diante do processo avaliativo.

Material e métodos

Esta pesquisa é de cunho qualitativo e foi desenvolvida em duas escolas da rede pública de ensino, ambas localizadas em Salvaterra-Marajó-Pará, com dois professores, respectivamente formados em Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Biologia e Licenciatura Plena em Biologia sendo estes responsáveis por lecionar Química para turmas de 9º ano do fundamental maior. Para coleta de dados optou-se por adotar 4 etapas. 1ª Etapa — culminou no estabelecimento de contato com dois professores ministrantes de aulas de Química no ensino fundamental maior. Neste momento foram expostos os objetivos da pesquisa, assim como a finalidade em divulgar os resultados. 2ª Etapa — solicitou-se a cada professor a prova utilizada para 1ª avaliação de Química, uma vez que estes documentos eram úteis para delinear o perfil de formulação diante de critérios pré-estabelecidos. Sendo um destes, a presença ou ausência de contextualização. 3ª Etapa — consistiu na aplicação de um questionário aos professores, o qual foi estruturado estrategicamente com perguntas subjetivas e objetivas. Tal ação, para a realização de uma análise da visão do professor diante do processo avaliativo. 4ª Etapa — realizou-se análises dos dados obtidos por meio do questionário e da prova/exame.

Resultado e discussão

O quadro 1 mostra os resultados dos documentos analisados diante de critérios estabelecidos: O primeiro item revelou a ausência de questões discursivas no documento I, desfavorecendo a obtenção de informações mais amplas de como está o aprendizado do aluno, com o segundo critério, foi verificado que a contextualização é um recurso válido no processo avaliativo, auxiliando na verificação da disciplina Química no cotidiano. O último item demonstrou que os professores optam por avaliar em níveis a competência do aluno diante do conteúdo. É importante que sejam analisados o fator quantitativo e qualitativo, nos instrumentos de avaliação (SEEC, 2013). O questionário foi útil para complementação, como mostra o quadro 2: Diante da primeira questão o professor I declara realizar um “exame”. De acordo com Luckesi (2003), essa prática importa-se com notas, desprezando o “andar” da aprendizagem. Por outro lado, o professor II utiliza a avaliação formal para acompanhar o andamento da aprendizagem, para Villas Boas (2006) avaliação formal condiz a provas, resolução de exercícios, dentre outros, comumente atribuísse uma nota. Considerando a segunda pergunta, constatou-se que o professor I entra em contradição, visto somente a presença de questões objetivas, para Vasconcellos e Souto (2003) a avaliação deve viabilizar o exercício da reflexão do desempenho dos alunos, de modo a contribuir com a verdadeira pontuação responsável pelo progresso dos alunos. Com isso, o uso de questões objetivas não favorece a verificação do aprendizado. O terceiro questionamento revelou que a contextualização é muito relevante na elaboração de questões. Segundo Lima (2016), as situações levantadas em sala devem permitir a exploração do cotidiano e favorecer ao aluno expressar seu conhecimento prévio.

Quadro 1: Análise das provas da 1ª avaliação para alunos do 9º ano.

Autores (2018).

Quadro 2: Resultados obtidos com a aplicação do questionário.

Aurores (2018).

Conclusões

Diante do exposto, concluiu-se que a concepção do ato de avaliar, refletiu na estruturação do material avaliativo de Química em ambas escolas, os quais apresentaram pontos positivos, podendo citar o uso da contextualização. E se tratando de um ponto negativo, o uso somente de questões objetivas. É necessária cautela na elaboração do material avaliativo, uma vez que esta ferramenta é útil para a realização da sondagem de aprendizado do aluno, considerando que este terá a oportunidade de expressar seu entendimento a respeito do assunto trabalhado, impondo a sua interpretação.

Agradecimentos

Somos gratos a colaboração dos professores, ressaltando que por meio dos dados adquiridos foi possível obter um parecer de como instaura-se o processo avaliativo em i

Referências

LIBERATO, P. A. Avaliação da aprendizagem no ensino de Química: Práticas e concepções sob a perspectiva docente. 2015. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Química) - Universidade Federal de Viçosa – UFV, Minas Gerais, 2015.

LIMA, L. M. N. Atividades investigativas arrimadas a aprendizagem cooperativa na aplicação do conhecimento relativo à eletroquímica. 2016. 51 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Federal do Ceará – UFC, Fortaleza, 2016.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. 1 ed. Salvador Bahia: Edição do Autor, 2003.

MORETTO, V. P. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. 9. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010.

SEEC - SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Sistemática de avaliação: diretrizes tecno-normativas para sistematização da avaliação da aprendizagem da educação básica da rede pública estadual, norma 01. Piauí, 2013.

VASCONCELLOS, S. D.; SOUTO, E. O livro didático de ciências no ensino fundamental -proposta de critérios para Análise do conteúdo zoológico. Revista Ciência & Educação, v. 9, n. 1, p. 93-104, 2003.

VILLAS BOAS, B. M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 3ª. ed. Campinas: Papirus, 2006.

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