COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA FRAÇÃO APOLAR DE PRÓPOLIS CASTANHO DA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO CEARÁ.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Dias, F.M.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Rodrigues, T.H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Frota, V.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Nascimento, M.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Gomes, G.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Vale, J.P.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Santos, H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Bandeira, P.N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

Resumo

A própolis é um material resinoso de composição química complexa produzida a partir diversas partes da planta, misturados as diferentes enzimas do metabolismo das abelhas. Tem finalidade medicinal, pois possui diversas propriedades terapêuticas tais como antioxidante, antitumoral, anti- inflamatória, antibacteriana, antiviral e antifúngica. De modo geral, grande parte das atividades biológicas é atribuída à sua composição química fenólica, contudo, possui outras classes de compostos (triterpenóides, benzofenonas etc.) pouco estudados. Nesse contexto, este trabalho visa o estudo para determinação da composição química apolar da própolis castanho da região norte do estado do Ceará por GC- MS, que em estudos preliminares apresentou-se como matriz biológica majoritariamente apolar.

Palavras chaves

Própolis; Derivatização; GC-MS

Introdução

A própolis é um material resinoso de composição química complexa produzida a partir diversas partes das plantas que varia de acordo com a região e a espécie de abelha que produziu. Tem finalidade medicinal, pois possui diversas propriedades terapêuticas tais como antioxidante, antitumoral, anti-inflamatória, antibacteriana, antiviral e antifúngica (SFORCIN, 2016). De modo geral, grande parte das propriedades da própolis é atribuída à sua composição química fenólica, como ácidos fenólicos e flavonóides. Nesse sentido, embora a composição fenólica seja característica da composição química polar da própolis, pouco é relatado sobre o potencial da fração apolar dessa matriz biológica. Segundo a literatura, outras classes de compostos podem estar presentes nessa matriz como o triterpenoides, benzofenonas, esteróides, ácidos graxos, hidrocarbonetos, cetonas, aminoácidos, vitaminas e minerais (SANTOS et al., 2017). A literatura reporta para um tipo de própolis brasileira, proveniente da região nordeste, uma composição química distinta com a baixa presença de flavonóides e grande quantidade de componentes apolares como ácidos graxos e benzofenonas preniladas, estes compostos com promissores resultados de atividade antimicrobiana (SANTOS et al., 2017). Nesse sentido, este trabalho tem por finalidade o estudo da fração apolar de própolis castanho da região norte do estado de Ceará, uma vez que em avaliações preliminares, esta própolis apresentou-se como uma matriz majoritariamente apolar, o que torna pertinente o seu estudo.

Material e métodos

Após a coleta do material no distrito Alcântaras-CE, este fora triturado e estocado sob refrigeração. Inicialmente, realizou-se a extração por maceração a frio com etanol na proporção de 1:10. Após secos, os extratos (EE) foram submetidos à partição líquido- líquido com hexano para obtenção da fração apolar (FAEE). Na determinação da composição química, cerca de 20mg da fração apolar dos extratos (FAEE) foram dissolvidos em piridina, seguida do reagente de derivatização (MSTFA). Em seguida, as alíquotas resultantes foram submetidas à análise em GC-MS (SILVA et al., 2016). A identificação dos compostos foi conduzida pelo cálculo do índice aritmético (IR) do perfil cromatográfico de série homóloga de alcanos lineares (ADAMS, 2007), padrões de fragmentação nos espectros de massas com os presentes na base de dados do equipamento (NIST versão 2.0) e de dados da literatura (SILVA et al., 2016).

Resultado e discussão

De acordo com os resultados, os extratos etanólicos (EE) obtidos por maceração a frio apresentaram rendimento de 40,65 ± 0,21%, e após a partição líquido-líquido, obteve-se aproximadamente 80% de rendimento de fração hexânica (FAEE). Esses resultados indicam que a própolis desse estudo é composta predominantemente por compostos apolares. A Tabela 1 apresenta os resultados da composição química apolar da fração hexânica (FAEE) da própolis castanho após derivatização e análise por GC-MS. Observa-se na Tabela 1, que foi possível a identificação de ácidos graxos, hidrocarbonetos alifáticos, álcoois superiores, triterpenos e vitamina E. Essas classes de compostos já são relatadas na literatura para a própolis (SANTOS et al., 2017). Para a própolis brasileira, a literatura relata a presença de ácido benzóico (PARK, et al., 2002), e triterpenos como a α- amirine, β-amirine e cycloartenol (SILVA et al., 2008), compostos identificados neste trabalho.

Tabela 1

Tabela 1: Composição química da fração apolar do extrato etanólico (FAEE) de própolis castanho da região norte do estado do Ceará.

Conclusões

Neste trabalho determinou-se a composição apolar de própolis castanho da região norte do estado do Ceará para estudos futuros de isolamento e avaliação do potencial antimicrobiano dessa matriz.

Agradecimentos

CNPq, FUNCAP e Embrapa Agroindústria Tropical (Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais - LMQPN).

Referências

ADAMS, R.P. Identification of Essential Oil Components by Gas chromatography/Mass Spectrometry. Allured Publishing Corporation, Carol Stream, IL.4a edição. 2007.

PARK Y. K.; ALENCAR S. M.; AND AGUIAR C. L. - Botanical Origin and Chemical Composition of Brazilian Propolis. J. Agric. Food Chem. v. 50, p. 2502−2506, 2002.

SANTOS D. C.; DAVID J. N.; DAVID J. P. Composição química, atividade citotóxica e antioxidante de um tipo de própolis da Bahia. Quim. Nova. v. 40, n. 2, p. 171 – 175, 2017.

SFORCIN J. M. Biological Properties and Therapeutic Applications of Propolis. Phytother Res. v. 30, p. 894 – 905, 2016. DOI: 10.1002/ptr.5605.

SILVA M. S. S.; DE LIMA S. G.; OLIVEIRA E. H.; LOPES J. A. D.; CHAVES M. H.; REIS F. A. M.; A. M.; CITÓ G. L. Anacardic acid derivatives from brazilian própolis and their antibacterial activity. Eclética Química. v. 33, n. 3, 2008.

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