PRODUÇÃO DE BIOINSETICIDA A PARTIR DE EXTRATOS DE PLANTAS COMUNS AOS LARES BRASILEIROS.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Santos, K.D. (IFMT BELA-VISTA) ; Santos, O.A.M. (IFMT BELA-VISTA) ; Siqueira, A.E.B. (IFMT BELA-VISTA) ; Sousa, D.A. (IFMT BELA-VISTA)

Resumo

Substâncias extraídas de plantas,estão sendo estudadas, com intuito de diminuir o uso de inseticidas. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar extratos alcoólicos de plantas com ações inseticidas contra baratas (Nauphoeta cinérea). Nin Indiano (Azadirachta indica A. juss), Mamona ((Ricinus communis L.), Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia aglaonematifolia), Espirradeira (Neriumoleander L.) e um Mix de todas as plantas 6 diferentes concentrações foram avaliadas a partir do índice de mortalidade de grupos de 5 baratas. Os extratos não mostraram diferenças significativas entre si, chegando a 93% de mortes dos insetos. Os extratos como bioinseticidas reforçando a possibilidade de uso vantajoso de inseticidas doméstico seguro e sem impacto ambiental.

Palavras chaves

bioinseticida; barata; Nauphoeta cinérea

Introdução

A prática mais comum, hoje em dia, principalmente no ambiente residencial para evitar e controlar a proliferação de insetos vetores de doenças é a utilização de pesticidas de origem industrial, geralmente organofosforados ou carbamatos. As baratas estão muito presentes no ambiente doméstico, onde encontram condições de disponibilidade de água, comida e abrigo. Esse fato indesejável faz que a procura do combate contra elas seja o uso destes pesticidas (FERNANDES, 2016; COUTINHO et al., 2005). Vários estudos demonstram que, em pequenas quantidades, a azadiractina, o principal ingrediente ativo do Nin Indiano (Azadirachia indica), inibe a alimentação, retarda o crescimento e leva a esterilização de insetos (VIANA et al., 2006; BEVILACQUA et al., 2008). Uma das formas de utilizar o potencial toxicológico da planta comigo-ninguém-pode (os cristais de oxalato de cálcio) é a realização do processo de extração alcoólico da planta, a fim de ser utilizado como inseticida natural (DAMASCENO et al., 2008). A mamona (Dieffenbachia aglaonematifolia) possui como princípios ativos a taxialbumian (ricina) e os alcaloides presentes em suas folhas e sementes sendo empregado como inseticida sobre as larvas de A. aegypti. Na espirradera (Neriumoleander L.), seus compostos ativos são glicosídeos cianogênicos (deandrina) e alcalóides (estrofontina), que em extrato aquoso, agem como inseticidas em moscas brancas (BARROS et al., 2004; BRAG, 2004; JESUS et al., 2013). Este trabalho visa elaborar um bioinseticida, utilizando Nim, Comigo- ninguém-pode, Mamona e Espirradeira e avaliar a eficácia em relação a mortalidade de baratas Nauphoeta cinérea.

Material e métodos

Folhas de nim indiano e comigo-ninguém-pode foram coletadas em residências na cidade de Cuiabá - MT e encaminhadas para o laboratório de Química Geral – IFMT campus Bela Vista. As folhas foram separadas dos talos e utilizamos somente as folhas, que foram cortadas manualmente, com o uso de luvas látex. Foram pesados 20 g de folhas, em uma balança analítica, e em seguida foram maceradas com 200 mL de álcool etílico 70%. O extrato obtido ficou em repouso por 24 horas ao abrigo da luz e posteriormente filtrado (DAMASCENO, et al., 2008). Os extratos foram diluídos em balões volumétricos de 100 mL nas concentrações de 5%, 10%, 25%, 50%, 75% e o extrato 100% foi considerado o extrato obtido após o processo de filtração. Então, acondicionados em geladeira até o momento do uso. Baratas da espécie Nauphoeta cinéria foram adquiridas na empresa Nutrinsecta. Foram acondicionadas em recipientes plásticos com abrigo de papelão, alimentadas com farelo de pão moído e água, até o momento da análise. A aplicação do inseticida consistiu em pesar 05 unidades do inseto, em seguida, aplicar sobre eles uma alíquota de 100 μL de extrato e esperou-se 30 minutos para avaliação do resultado. A eficiência do bioinseticida foi avaliada pelo percentual de baratas que morreram. Os testes foram realizados em triplicata. A fim de verificar a existência de diferenças significativas entre os resultados médios obtidos nas análises realizadas foi feito utilizando o programa ASSISTAT® versão beta 7.7 (ASSISTAT, 2014).

Resultado e discussão

Na aplicação do Teste de Tukey não houve diferença significativa, ao nível de 5 % de probabilidade, para os extratos A (nin indiano), C (comigo- ninguém-pode) e E (mix). O extrato D (espirradeira) apresentou diferenças significativas sendo mais eficiente nas concentrações igual ou superior a 50 %. Para o extrato B (mamona) utilizamos o teste de Kruskal-Wallis ao nível de 5 % de probabilidade; onde pode ser observado que houve diferença significativa ao nível de 5 % e que o extrato com concentração de 75 % foi o mais eficiente. Uma dose de 100 μL de extrato, a partir de 50 % de concentração, se mostrou eficiente como bioinseticida para todas as formulações correspondendo, em média, de 93% de mortalidade. Estes resultados são compatíveis aos obtidos por Damasceno et al. (2008) e Viana et al. (2003), onde 100% das baratas morreram na utilização do extrato alcoólico comigo-ninguém-pode e o extrato de nin indiano foi eficiente na morte de 94,4% das lagartas, respectivamente. Segundo Jesus et. al (2013), o extrato da espirradeira branca tem um resultado positivo ao matar as ninfas das moscas brancas. Em Neves et al. (2013), apresenta-se que as larvas de Aedes aegypti é mais vulnerável ao extrato da mamona (R. communis). As larvas foram expostas por cinco horas onde-se obteve um resultado de 100% de mortes.

Conclusões

Todos os extratos avaliados foram eficientes em concentrações igual ou maior que 50 %, sendo que o mix, nas concentrações de 75% e 100%, foi o que obteve maior número de mortes. Este mix, ou os extratos isolados, podem ser facilmente preparados em nossos domicílios e utilizados para o controle desse inseto.

Agradecimentos

Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação - Propes Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia – Campus Bela Vista Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato

Referências

ASSISTAT – Software Assistat, 2014. Disponível em: <http://www.assistat.com/>. Acesso em: 04 mar. 2018.

BARG, D. G. Plantas tóxicas. São Paulo, SP: Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos, Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, 2004, 24p.

BARROS, M.A.B; MENEGUETTI, D.U.O; ROSA, R.M. Guia de Identificação das Plantas Tóxicas de Importância Pecuária Ocorrentes no Estado de Rondônia. 1ª. Ed. Rondônia, 2004.

BEVILACQUA, A. H. V.; SUFFREDINI, I. B.; BERNARDI, M. M. Toxicidade de Neem, Azadirachta indica A. Juss. (Meliaceae), em Artemia sp: comparação da preparação comercial e do óleo puro. Instituto Ciência Saúde. São Paulo, v 26, n. 2, p. 157-160, 2008.

COUTINHO, C. F. B.; TANIMOTO, S. T.; GALLI, A.; GARBELLINI, G. S.; TAKAYAMA, M.; AMARAL, R. B.; MAZO, L H.; AVACA, L. A.; MACHADO, S. A. S. Pesticidas: mecanismo de ação, degradação e toxidez. Ecotoxicol e Meio Ambiente, Curitiba, v. 15, p. 65-72, 2005.

DASMASCENO, D.; GOLÇALVES, M. I.; GODINHO, M. S.; MESQUITA, N. A. S.; SOARES, M. H. F. B. Aplicação de inseticida natural em aulas experimentais no Ensino de Química. In: XIV ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, Curitiba. Anais...Universidade Federal do Paraná, 2008. Disponível em: < http:// http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0842-1.pdf>.
Acesso em: 20 de jan de 2018.

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