ATIVIDADE FUNGICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE STEMODIA MARITIMA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Moita, E.C.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Fontenele, R.O.S. (UNIVERSDIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Vale, J.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Rodrigues, T.H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Santos, H.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ) ; Sousa, E.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ)

Resumo

Espécie do gênero Stemodia tem sido utilizada na medicina no tratamento de doenças. Stemodia Marítima Linn. (Scrophulariaceae) muito comum na região nordeste do Brasil. A estemodina é o diterpeno mais citado da Stemodia Marítima, onde possui vários análogos hidroxilados que são obtidos por biotransformações microbiana, sendo que alguns deles vêm apresentando atividade antiviral. Através da utilização das análises por cromatografia em fase acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia em fase gasosa acoplada ao detector de ionização em chama (CG-DIC) obtendo a composição química do óleo essencial. Os resultados da análise química demonstraram 12 compostos químicos os quais os majoritários são β- Caryophyllene, Caryophyllene oxide e δ-2-Carene.

Palavras chaves

Stemodia marítima; Atividade fungicida; Óleo essencial

Introdução

Por muito tempo, os medicamentos eram obtidos totalmente de origem natural, com plantas e ervas medicinais, como fonte no tratamento e cura de doenças. Nos dias de hoje, existem novas técnicas que separam e identificam os constituintes químicos das plantas, elas são isoladas e caracterizadas, sendo capazes de diversas vezes modificar as suas estruturas para alterar ou potencializar suas atividades biológicas (BRAZ-FILHO, 2010). Stemodia Marítima da família Scrophulariaceae, é muito comum na região nordeste do Brasil principalmente nas áreas salinizadas é popularmente conhecida como “mastruz-brabo ou melosa”, pode ser encontrada na parte norte da América e nas ilhas do caribe, onde é chamada como “força do homem pobre” (RODRIGUES et al, 2010). O estemodano vem atraindo interesse, por conta de apresentar uma pequena semelhança como a aphidicolina, conhecido agente citotóxico e antiviral isolado de cultura de fungo Cephalosporium aphidicola e por conta disso, tem sido submetido a inúmeras biotransformações(CHAMY et al, 1991). O diterpeno mais citado de S. Marítima é a estemodina, possui vários análogos hidroxilados que são obtidos por biotransformações microbiana, sendo que alguns deles vêm apresentando atividade antiviral (HANSON et al, 1994).

Material e métodos

As partes aéreas (folhas e galhos) da planta Stemodia Marítima L. foram coletadas durante o estágio de floração em Governador Dix_Sept Rosado (RN), as margens do Rio Mossoró. A exsicata da espécie foi depositado no Herbário Francisco José de Abreu Matos sob o número xxx da Universidade Estadual Vale do Acaraú- Brasil. Nesse estudo, folhas e galhos foram pesados foram triturados mecanicamente e extraídos exaustivamente com etanol, O óleo essencial foi obtido através de Hidrodestilação em um aparelho Clevenger modificado. Determinou-se o rendimento, os constituintes do óleo essencial, ensaio antifúngico in vitro em cepas fúngicas e preparação do inóculo. As determinações analíticas dos óleos essenciais. foram caracterizadas através de análises de cromatografia em fase acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia em fase gasosa acoplada ao detector de ionização em chama (CG-DIC), e as determinações de atividade antifúngica foram utilizadas como padrão o fungo Cândida albicans. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método descrito pelo documento Clinical and Laboratory Standards Institute-CLS11, correspondendo a menor concentração capaz de inibir o crescimento fúngico visualmente analisada. Enquanto que a concentração fungicida mínima (CFM) foi determinada de acordo com Fontenelle e colaboradores (Fontenelle et al, 2008), correspondendo a menor concentração capaz de eliminar o desenvolvimento fúngico.

Resultado e discussão

Foram realizadas duas extrações de óleo essencial da planta S. maritima. Os resultados das análises por cromatografia em fase acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia em fase gasosa acoplada ao detector de ionização em chama (CG-DIC) permitiram a identificação e quantificação de 12 compostos organizados por ordem de eluição da coluna DB-5 correspondendo a 96.98% e 95,02% da composição química do óleo, tendo como principais constituintes β-Caryophyllene (56.82% e 51,16%), Caryophyllene oxide (11% e 10,55%) e δ-2-Carene (10,92% e 9,65%). A tabela 1 apresenta os compostos identificados. Tabela 1. Constituintes Químicos Voláteis do Óleo Essencial Tabela 2. Atividade antifúngica da Trichophyton rubrum O óleo essencial de Stemodia marítima apresentou MFC (concentração fungicida mínima) e MIC (concentração inibitória mínima) atividade maior que 2,5mg/mL enquanto que o extrato etanólico Stemodia marítima não apresentou atividade significativa nas concentrações estudadas.

Tabela 1

Constituintes Químicos Voláteis do Óleo Essencial

Tabela2

Atividade antifúngica da Trichophyton rubrum

Conclusões

A composição química do óleo encontrada corrobora com o reportado na literatura. Entretanto, o extrato etanoico não apresentou atividade fungicida para as concentrações e as cepas de fungos estudadas. O óleo essencial apresentou atividade antifúngica para concentrações maiores que 2,5mg/mL frente às cepas fungos estudadas. O estudos mais criteriosos deverão ser realizados para a constatar outra atividades biológicas procedentes deste vegetal

Agradecimentos

A professora Tigressa Helena Soares Rodrigues pela realização das análises de CG/MS e CG/DIC.

Referências

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